Medidas determinadas pelo governo para poupar a água de reservatórios podem acarretar morte de peixes e impactos sobre atividades de navegação e irrigação
Acontece que o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) defende uma flexibilização na operação de hidrelétricas que atuam nestas regiões de seca, como forma de guardar água para atender a demanda por energia nos próximos meses (tradicionalmente de poucas chuvas).
Prejuízos previstos
Na hidrelétrica de Porto Primavera, os impactos ambientais da redução de vazão planejada incluem “morte de número significativo de peixes” ou “aprisionamento” destes em lagoas, além de “comprometimento da qualidade da água”.
Já um documento da chinesa CTG, com usinas no rio Paraná, aponta que a recomendação do CMSE envolveria operação da hidrelétrica de Jupiá “em vazão mínima (substancialmente) inferior àquela por ela considerada adequada e segura”.
A CTG quer que o Ibama acompanhe testes da redução de vazão e autorize operações incluindo para “salvamento de peixes e outros elementos da fauna”, pedindo ainda que autoridades conduzam ações de comunicação junto a públicos que serão atingidos pelas medidas, como associações de pescadores.
A questão é:
Diminuir a vazão excedente (que não gera energia) pode gerar mortandade de peixes; se não diminuir, pode haver racionamento de energia.
O que dizem as hidrelétricas:
Furnas – Subsidiária da Eletrobras, a empresa disse que até o momento não recebeu orientações sobre flexibilização operativa para as hidrelétricas que opera.
Cesp – Em nota a empresa informou que entregou ao Ibama plano de trabalho para redução da vazão em Porto Primavera e está tomando todas as providências necessárias para início da execução… assim que aprovado pelos devidos órgãos governamentais.
CTG – Afirmou que também desenvolveu um plano para a alteração de vazão em suas usinas, tendo por premissa o monitoramento e mitigação de possíveis impactos ambientais, inclusive ictiofauna e aguarda sua aprovação, segundo nota.
A RuraltecTV espera que as comunidades do entorno das hidrelétricas sejam consultadas a respeito e que as autoridades tomem as iniciativas de acordo com as demandas mais prementes da população. Sabemos que é uma questão de difícil solução, mas como diz o velho ditado: “o que é combinado não sai caro!”
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