APICULTURA -  Como montar um apiário

Biodigestor de granja
O processo permite o aproveitamento do biogás gerado como fonte de energia térmica e elétrica
 
Os pesquisadores Airton Kunz (químico industrial) e Paulo Armando V. de Oliveira (engenheiro agrícola), pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves, produziram um documento que disserta a respeito de como as fortes transformações dos sistemas de produção de animais confinados (SPACs) têm trazido avanços significativos ao setor. Revelam que isso também tem causado problemas ambientais fruto da concentração e aumento de escala da atividade.
 
Isso cria a necessidade de busca de novas alternativas para mitigar o problema e também agregar valor aos resíduos gerados. A geração e o aproveitamento do biogás a partir desses resíduos se mostra como uma alternativa interessante, pois permite o aproveitamento do biogás gerado nas propriedades rurais como fonte de energia térmica e elétrica, reduzindo os custos provenientes da demanda energética das propriedades rurais.

O estudo

A produção de animais tem sofrido grandes modificações nas últimas décadas, passando de um sistema de criação extensivo para um modelo intensivo de confinamento. O sistema de produção de animais confinados (SPACs) visa principalmente reduzir os custos de produção e aumentar a eficiência do processo.


O Brasil tem se destacado internacionalmente nesse contexto, aumentando suas exportações e gerando divisas para o País. No entanto, os problemas ambientais também têm se intensificado, em função dessa alta concentração, criando-se a necessidade de alternativas que permitam minimizar o problema e, na medida do possível, agregar algum valor aos resíduos dos SPACs.
 
Nesse sentido, a geração e utilização de biogás apresenta-se como uma alternativa interessante para contribuir na mitigação desses problemas ambientais.
 
A biodigestão anaeróbia é um processo conhecido há muito tempo e seu emprego para a produção de biogás para a conversão em energia de cozimento, iluminação e como biofertilizante é muito popular nos países asiáticos, a exemplo da China e Índia.
 
O interesse pelo biogás, no Brasil, intensificou-se nas décadas de 1970 e 1980, especialmente entre os suinocultores. Programas oficiais estimularam a implantação de muitos biodigestores focados, principalmente, na geração de energia e na produção biofertilizante e diminuição do impacto ambiental. O objetivo dos programas governamentais era reduzir a dependência das pequenas propriedades rurais na aquisição de adubos químicos e de energia térmica para os diversos usos (cozimento, aquecimento, iluminação e refrigeração), bem como reduzir a poluição causada pelos dejetos animais e aumentar a renda dos criadores. Infelizmente, os resultados não foram os esperados e a maioria dos sistemas implantados acabaram sendo desativados.
A conjugação de uma série de fatores foi responsável pelo insucesso dos programas de biodigestores nesse período, entre os quais podemos citar: 

  1. Falta de conhecimento tecnológico sobre a construção e operação dos biodigestores.
  2. Custo de implantação e manutenção elevados (câmaras de alvenaria, concreto ou pedra, gasômetros de metal).
  3. O aproveitamento do biofertilizante continuava a exigir equipamentos de distribuição na forma líquida, com custos de aquisição, transporte e distribuição elevados.
  4. Falta de equipamentos desenvolvidos exclusivamente para o uso do biogás e a baixa durabilidade dos equipamentos adaptados para a conversão do biogás em energia (queimadores, aquecedores e motores).
  5. Ausência de condensadores para água e de filtros para os gases corrosivos gerados no processo de biodigestão.
  6. Disponibilidade e baixo custo da energia elétrica e do GLP.
  7. Não resolução da questão ambiental, pois biodigestores, por si só, não são considerados como um sistema completo de tratamento.
Outros fatores, como erros grosseiros de dimensionamento, construção e operação, foram determinantes para o insucesso dos biodigestores. Passados aproximadamente 30 anos os biodigestores ressurgem como alternativa ao produtor, graças à disponibilidade de novos materiais para a construção dos do das instalações e, evidentemente, da maior dependência de energia das propriedades em função do aumento da escala de produção, da matriz energética (demanda da automação) e do aumento dos custos da energia tradicional (elétrica, lenha e petróleo). Sem dúvida, o emprego de mantas plásticas na construção de biodigestores, material de alta versatilidade e baixo custo, é o fator responsável pelo barateamento dos investimentos de implantação e da sua disseminação.

Muitos produtores já se beneficiam desta alternativa e a geração de renda tem sido significativa. E você? Já pensou nesta oportunidade?
 
Fonte: Embrapa

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