A sistematização é um conjunto de técnicas que traz melhorias significativas no sistema de produção
A mecanização nas lavouras de cana-de-açúcar trouxe grandes progressos para o setor, principalmente nas questões socioambientais, e agregou novas ferramentas para o manejo da cultura. No entanto, o avanço das máquinas em campo também apresentou desafios, como compactação do solo, pisoteios e falhas, que diminuem a longevidade no canavial.
Para sanar esses problemas, uma dessas soluções é a sistematização, um conjunto de técnicas que traz melhorias significativas no sistema de produção, reduzindo custos e contribuindo com o aumento da produtividade.
Carlos Eduardo da Palma, engenheiro agrônomo e produtor de cana-de-açúcar há 21 anos, investiu na sistematização em uma área e se surpreendeu com o resultado. Com a mecanização na colheita, o cenário mudou e o modo de produção também, demandando novas estratégias para facilitar a operação das máquinas.
“As colheitadeiras de cana reduziram o sufoco, mas os problemas no tráfego se tornaram frequentes. A gente já vislumbrava a necessidade de entrar com agricultura de precisão, mas não só o básico. Queríamos um projeto que englobasse tudo, a sulcação, as operações de colheita e de transbordo, para não ter mais pisoteio”, afirma.
Em 2015, quando o produtor adquiriu uma nova propriedade, decidiu investir na sistematização em uma área de reforma. A área estava com uma das piores produtividades entre as fornecedoras da usina.
Passo a passo da sistematização
O projeto utilizou-se um drone de alta tecnologia que sobrevoava a área, captando imagens aéreas georreferenciadas. As imagens geradas foram processadas, dando origem a mapas de alto nível de detalhamento, com levantamentos planialtimétricos, classe e declividade, permitindo, inclusive, fazer a simulação do fluxo de enxurrada.
Com esses dados e entendendo todas as características do terreno, desenvolveu-se um projeto para definir e melhorar o sentido de plantio, para evitar a erosão e melhorar o aproveitamento da área. Também foram definidos os trajetos das máquinas, para reduzir a quantidade de manobras e evitar o pisoteio. O drone ainda foi usado no mapeamento de falhas do canavial.
O resultado superou as expectativas do produtor, que hoje colhe acima de 100 toneladas de cana por hectare. “É claro que São Pedro ajuda bastante, mas a gente conseguiu produtividade esse ano que nunca tivemos em toda a história. A gente teve a produtividade em cana de terceiro corte próxima ao que a gente teve em cana de primeiro corte. Isso já é um indicativo que nos deixa muito satisfeitos. Além disso, seja em área de 1º ou 5º corte, só tivemos produtividade acima de 100 TCH (Toneladas de Colmos por Hectare ou, simplesmente, Toneladas de Cana por Hectare)”, enumera.
Dentre os ganhos, o produtor aponta a redução de mão de obra e de máquinas em campo. Se antes ele usava 4 colheitadeiras, agora ele realiza a operação com apenas 3 máquinas.
Fonte: Coopercitrus
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