O trabalho da Embrapa orienta o cultivo de 21 espécies frutíferas nativas, exóticas ou nacionais introduzidas auxiliando o planejamento da produção comercial
A Embrapa Amazônia Oriental (PA) publicou material que orienta, de maneira simples e com recursos visuais, o cultivo de 21 espécies frutíferas nativas, exóticas ou nacionais introduzidas, auxiliando assim o planejamento da produção comercial e o estímulo ao desenvolvimento local.
O Calendário de fruteiras na Amazônia: nativas e exóticas reúne mais de duas décadas de pesquisas com fruteiras na região, muitas com demandas nacional e internacional em franca expansão.
A obra, de autoria da pesquisadora Walnice Nascimento e da jornalista Kélem Cabral, ambas da Embrapa, traz embasamento científico aos sistemas de produção dessas espécies, de forma a gerar novas oportunidades de renda a produtores e contribuir para a conservação da biodiversidade amazônica.
As espécies do calendário dividem-se em cinco grupos:
- nativas amazônicas com uso consagrado (açaí, cupuaçu, castanha-do-brasil, bacuri, taperebá e jenipapo);
- nativas amazônicas promissoras (araçá-boi, muruci, uxi, pequiá, abiu, bacupari, grumixama e camu-camu);
- nativa do Brasil, mais especificamente da Mata Atlântica (pitanga);
- exóticas de cultivo atávico, muitas vezes confundidas na região com espécies nativizadas (carambola, fruta-pão, abricó e sapotilha) e
- exóticas de cultivo recente (mangostão e rambutã).
Propagação e planejamento
Os resultados científicos levaram ao conhecimento das épocas de ocorrência das fases de propagação, passo considerado fundamental para o estabelecimento de cultivos racionais dessas espécies, com a recomendação técnica de fazer a semeadura imediata após a separação dos frutos.
Ao todo, são nove fases ilustradas no calendário: preparo de mudas em viveiro, plantio de mudas em campo, crescimento vegetativo, troca de folhas, floração, pico de floração, frutificação (fruto verde), semeadura e colheita/coleta de frutos.
Organizadas dessa forma, as informações tornam mais fácil o planejamento mês a mês das atividades de produtores e viveiristas, otimizando recursos e maximizando a produção.
Mercado em ampla expansão
As frutas amazônicas, assim como tudo que se refere à região, alcançam projeção nacional e internacional. O açaí já é conhecido mundo afora assim como a castanha-do-brasil, mas outras frutas como o cupuaçu, o bacuri e o camu-camu começam a disputar a atenção do mercado para os mais diversos tipos de uso, muito além do prazer culinário.
A autora lembra que para se chegar à domesticação dessas frutas, à produção em escala e consequente à consolidação do mercado, há um longo caminho a percorrer, pois as espécies da região Amazônica têm peculiaridades que ainda desafiam a ciência.
Outros mercados
As frutas amazônicas também estrelam em outro mercado promissor: o de cosméticos e beleza. Várias marcas nacionais e estrangeiras produzem linhas inteiras de produtos da Amazônia e é possível encontrar frutas como o açaí, bacuri, cupuaçu e a castanha-do-brasil como princípios ativos e até nomes de produtos.