APICULTURA -  Como montar um apiário

Fibras naturais

A indústria têxtil utiliza diferentes tipos de fibras para produção dos mais variados produtos, como: roupas, panos para limpeza, coberturas de bancos de carros e até mesmo em curativos

As fibras naturais podem ser:

– de origem vegetal, provenientes de diferentes partes das plantas como por exemplo sementes, caule e até mesmo flores e folhas;
– de origem animal, obtidas dos pelos de animais ou produzidas por eles;
– de origem mineral(menos conhecidas) também são naturais e podem ser obtidas a partir de minérios como basalto e amianto;

Já as sintéticas e artificiais são consideradas de origem química, ou por serem derivadas de compostos químicos como é o caso do poliéster produzido a partir do petróleo (fibra sintética) ou por passarem por alguma etapa em que ocorre o tratamento da celulose com reagentes químicos, como é o caso do rayon (fibra artificial).

As fibras naturais

São utilizadas há milhares de anos. Na última década, a produção de fibras naturais no mundo superou, anualmente, os 30 milhões de toneladas.

Além de serem utilizadas na confecção de roupas, é possível produzir materiais mais resistentes como lona, bolsas, tapetes e insumos para móveis e geotêxteis para indústria de engenharia civil.

Chapa de fibra de coco
Chapa de fibra de coco

Além disso, as fibras naturais, devido às propriedades mecânicas e físicas, são aplicadas nos mais variados produtos, como por exemplo:

– Fibras de cânhamo são utilizadas na vedação de tubos;
– Fibras de coco no preenchimento de bancos de automóveis e na produção agrícola, servindo de substrato para mudas e plantas maiores;
– Fibra kapok, que é extraída da semente da mafumeira ou sumaúma (Ceiba pentandra) é utilizada na produção de coletes salva vidas.

Fibra kapok, extraída da semente da mamufeira ou sumaúma (Ceiba pentranda)
Fibra kapok, extraída da semente da mamufeira ou sumaúma (Ceiba pentranda)

Com exceção das fibras de algodão, que representam cerca de 80% das fibras naturais produzidas no mundo, e do linho que se desenvolve melhor em climas temperados, a maioria dessa matéria prima é produzida por pequenos produtores da América do Sul e do Leste Asiático.

O valor do mercado agrícola, referente à produção mundial de fibra natural, em 2018 foi estimado em 60 bilhões de dólares. Representado principalmente pelo algodão e pela lã, que apresentou preços recordes. Outras fibras bastante conhecidas pelos consumidores são o linho e a seda.

A fibra de algodão

Pluma de algodão
Pluma de algodão

O algodão é o rei das fibras naturais. Extraída a partir da semente da planta de algodão, é quase inteiramente composta por celulose (cerca de 95%). Esse tipo de fibra é muito utilizado para produção de vestimentas, toalhas de banho e roupas de cama. A fibra de algodão dá origem a um tecido resistente, com ótima absorção da umidade e apresenta longa durabilidade, mantendo-se igual mesmo após muitas lavagens.

Nas últimas décadas, a média de produção mundial de fibras de algodão deu um salto de 18 para 26 milhões de toneladas. Quando analisamos a década de 1990 e as estimativas para a safra 2019/2020, observamos que esse aumento de produtividade acontece sem haver um crescimento expressivo na área cultivada de algodão, que tem mantido uma média de 34 milhões de hectares nos últimos 40 anos.

Fibra de algodão sendo preparada

Tal comportamento é reflexo das entregas da ciência no desenvolvimento das melhores sementes, manejo e colheita. Como por exemplo, o algodão transgênico e insumos biológicos como parte essencial do Manejo Integrado de Pragas (MIP) que além de aumentarem a produtividade e a sustentabilidade, ajudam a reduzir o custo da produção.

Para extrair a fibra da semente, é preciso colher o algodão, lá na lavoura. Essa colheita pode ser feita de forma mecanizada ou manual. Pela forma mecanizada, a colhedora agiliza o processo, no entanto a colheita pode sujar as fibras e carregar mais resíduos (pedaços da planta), diminuindo sua qualidade. Após colhido, as fibras de algodão passam por uma etapa em que as máquinas separam as fibras das sementes.

O primeiro algodão transgênico foi desenvolvido para ter resistência a herbicida glifosato e foi plantado em escala comercial pela primeira vez nos Estados Unidos em 1995. No ano seguinte já havia sido disponibilizado aos produtores uma nova tecnologia com resistência a insetos da ordem lepidóptera (borboletas e mariposas).

Fibras naturais de algodão
Fibras naturais de algodão

Desde então, muitas outras cultivares transgênicas foram desenvolvidas e atualmente são cultivadas em países como Brasil, China, Austrália, Argentina, México, Índia, África do Sul e muitos outros.

No Brasil, 84% da área cultivada de algodão é semeada com sementes transgênicas, tecnologia que auxilia o país a se manter como quinto maior produtor de fibras de algodão no mundo, com um total de aproximadamente 1,6 milhões de toneladas por ano. Os maiores produtores dessa fibra são: China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.

A concorrência com as sintéticas

O maior concorrente das fibras de algodão são as sintéticas, que tiveram o seu padrão de qualidade melhorado e apresentam preços consideravelmente abaixo do valor do algodão. No entanto, o tecido produzido a partir da fibra de algodão é o único em características como biodegradabilidade, absorção de água, maciez e capacidade termostática.

Amanhã, leia a segunda parte deste artigo!

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