O solo é uma das bases da boa agricultura e para mantê-lo em ótimas condições produtivas é indispensável a adoção de medidas de conservação
Desta forma o produtor garante a continuidade de boas colheitas! Quer saber algumas dicas a respeito? Vamos lá!
Preparo adequado do solo. A atenção nesse momento da produção é fundamental para a safra em questão, mas esta medida também pode garantir a preservação para as próximas safras. Leve em consideração os seguintes fatores ao definir as operações de aração e de gradagem do terreno:
- estrutura do solo;
- textura do solo.
- evite a excessiva pulverização, o que o torna o solo muito mais exposto à erosão pelas águas de chuva e de irrigação, deixando-o sujeito a perdas significativas.
A prática mais indicada é a do plantio direto, que interfere bem pouco na estrutura do solo.
Plantio em curvas de nível. A curva de nível é a linha altimétrica imaginária ou traçada no terreno sobre pontos diferentes, mas que apresentam a mesma nivelação, isto é, têm a mesma altitude. Como a água escorre de um ponto mais alto para outro mais baixo, essa iniciativa impede grandes escoamentos sobre o solo cultivado, diminuindo a velocidade da água da chuva no declive, consequentemente diminuindo os efeitos de erosão.
Terraceamento. O cultivo em terraços é uma técnica para lavouras em terrenos de topografia muito acidentada, com declives bem acentuados. Sem essa correção aplicada, o cultivo ficaria bastante limitado, e a mecanização seria praticamente impossível. Trata-se da formação de terraços que criam áreas planas, contornando o perfil de colinas ou morros onde são moldados. Permite disciplinar o comportamento das águas que escoam, impedindo que iniciem processos de erosão. Esses terraços são feitos utilizando-se os mesmos conceitos de curvas de nível.
Trânsito de maquinário. O tráfego de máquinas agrícolas no campo vai provocando o adensamento das camadas do perfil do solo. Essa compactação torna-se mais intensa conforme a umidade do terreno. Um solo compactado torna-se pesado, de difícil manejo, com pouca infiltração da água necessária, e impõe restrições para o bom desenvolvimento radicular das plantas cultivadas. Este processo deve ser bem planejado.
Irrigação controlada. É imprescindível que se faça uso de sistemas de irrigação bem dimensionados, adequados à área e à cultura a ser irrigada. Por exemplo: consumos excessivos de água, muito além das necessidades hídricas das plantas cultivadas resultam em depreciação da qualidade do solo e em perdas por erosão provocadas pela água de escoamento.
Rotação de culturas. Uma mesma área pode abrigar cultivos subsequentes, conduzidos um após o outro. Esta técnica evita manter, durante safras seguidas, o cultivo da mesma lavoura. Ao se substituir a espécie de plantas que ocuparão a área durante determinado tempo, diversas ocorrências de interesse agrícola podem ser observadas, como:
- a retirada diferente de nutrientes do solo;
- o uso diferente de fertilizantes;
- a interrupção do ciclo de pragas e doenças instaladas naquele campo;
- a alteração das demandas de irrigação;
- a movimentação diferente de máquinas para o cultivo.
Essas mudanças ajudam a aliviar uma mesma carga submetida ao solo seguidamente, seja explorando seus recursos, seja movimentando-os no cultivo.
Reflorestamento. As áreas não produtivas deixadas descobertas são mais suscetíveis aos processos de degradação pelos ventos e pela chuva. A reconstituição da cobertura florestal é uma importante iniciativa para a preservação do solo onde é implantada, mas também se reflete no entorno da área plantada. Os efeitos de sombreamento e de redução das temperaturas médias próximas são significativos. Para os solos próximos e suas culturas, ainda há o benefício da ação de quebra-vento, muito utilizada pelos agricultores gaúchos.
Conservação da vegetação nativa. Uma das formas mais eficazes para garantir a preservação do solo é mantendo a vegetação nativa, ou seja, evitando o desmatamento. A vegetação natural tem características e elementos que contribuem para proteger o solo e mantê-lo saudável.
Sistema de Plantio Direto. O plantio é realizado sem aração ou gradagem prévia, pois a semente é depositada no solo não revolvido e o plantio é feito por plantadeiras que abrem sulcos pequenos, mas com largura e profundidade suficientes para assegurar uma boa cobertura e o contato da semente com a terra, favorecendo a germinação.
O sistema de plantio direto se divide em três etapas:
• a colheita e a distribuição do restante da cultura precedente para formar o que se chama “palhada”;
• a aplicação de herbicidas;
• o plantio.
Redução do lixo. O ideal é trabalhar na redução, na reciclagem ou na reutilização do lixo produzido pelo negócio todas as vezes em que for possível agir assim. O sistema de compostagem ajuda a diminuir a geração de lixo. A compostagem é a utilização dos resíduos como adubo para a lavoura. São os restos do beneficiamento de soja, sorgo, milho e aveia. A compostagem ainda melhora a qualidade do solo, pois repõe os nutrientes por meio da matéria orgânica. Ela promove a proliferação de micro-organismos benéficos, reduzindo a necessidade de aplicar produtos químicos.
Benefícios
A conservação do solo é como a manutenção de uma máquina que não pode parar e garante todo o potencial da terra na produção da lavoura. Conheça mais alguns benefícios:
• mantém a estrutura do solo, pois as boas práticas de conservação contribuem para melhorá-la, descompactando o solo, tornando-o mais arejado e aumentando seu potencial para armazenamento de água (isso é conseguido especialmente por meio da técnica de plantio direto com rotação de cultura);
• evita a erosão, que é o processo de desgaste e sedimentação do solo por causa de certos agentes, como a água, os ventos e os seres vivos, formando ravinas (grandes buracos ou valas), estratificações (caminhos deixados pela água) e voçorocas (valas ou buracos mais profundos que podem atingir o lençol freático);
• reduz as perdas de nutrientes, ou seja, evita que o solo perca, parcial ou completamente, as substâncias necessárias ao desenvolvimento de espécies vegetais (em outras palavras, a conservação do solo contribui para mantê-lo fértil, evitando a esterilidade);
• reduz as perdas de água, sem a qual é impossível obter uma lavoura efetiva (a cobertura vegetal, por exemplo, é fundamental para evitar a erosão e a perda de água e de nutrientes essenciais);
• permite a condução de diferentes culturas, ou seja, a rotação e a consorciação de culturas, ou cultivos múltiplos, o que é uma grande vantagem para o produtor dinâmico.
Garanta boas safras por muitas gerações! Passe esse conhecimento adiante. Cabe a cada produtor não apenas implantá-las, mas ensinar a fazê-las.