Internet, GPS, vacinas, foguetes… Nada disso teria surgido sem o trabalho deles
Hoje, 08 de julho, comemoramos o dia daquele cientista maluco que queríamos ser quando crianças. Quando montávamos foguetes de papelão, carrinhos de caixas de remédios, pijamas viravam vestimentas blindadas e subaquáticas, uma caixa grande se tornava nosso abrigo antichamas…
Em todos os cantos do mundo, eles se debruçam sobre os mais diversos problemas, na busca de soluções
É preciso que reconheçamos a necessidade de apoiar estes trabalhadores de modo que possam inovar e, a partir de descobertas científicas, tecnológicas, contribuam para a melhoria das condições da vida na Terra.
Ser pesquisador é estudar o passado, compreender o presente e construir o futuro. É mais do que identificar as leis da natureza, é respeitá-las e permitir o desenvolvimento e a perpetuação da nossa própria existência.
A ciência que move o Agro
O Brasil que era reconhecidamente uma nação importadora de alimentos se tornou uma potência global como protagonista na exportação de alimentos, entre outras especialidades, como fibras e bioenergia.
Graças à ciência, nas últimas cinco décadas, incrementamos a produção de diversos produtos:
- A produção de grãos cresceu cinco vezes enquanto a área plantada apenas duplicou sua extensão.
- A produção de leite subiu de 5 para 35 bilhões de litros.
- As produções de trigo e milho cresceram 250%.
- A de arroz, mais de 300%.
- A cafeicultura quadruplicou a produtividade nos últimos 25 anos.
- A produção de carne de frango deu um salto, crescendo praticamente 65 vezes, saindo de 200 mil toneladas na década de 70 para 13 milhões de toneladas em 2018.
Nada disso foi por acaso!
Tudo se deve a investimentos em ciência, tecnologia e inovação.
Com ciência, os cerrados, com vegetação retorcida e solos ácidos e pobres, se tornaram um grande celeiro de grãos, frutas, hortaliças e proteína animal. Em 2019, os cerrados entregaram mais da metade da produção de grãos e cana de açúcar do país!
Com ciência, adaptamos grãos exóticos (originais de outros países), como a soja e o trigo, forrageiras africanas e o gado europeu e indiano.
Com ciência, desenvolvemos novas raças bovinas, como a girolando, tão produtivas quanto as europeias e mais adaptadas aos trópicos.
Com ciência, o Brasil criou uma plataforma de produção agropecuária sustentável, com tecnologias como o plantio direto, a fixação biológica de nitrogênio, o controle biológico e a intensificação sustentável, com produção de grãos, proteína animal e florestas numa mesma área. Os sistemas integrados já ocupam 15 milhões de hectares.
Com ciência, a fixação biológica de nitrogênio economiza para o país, anualmente, algo em torno de 13 bilhões de dólares que deixam de ser gastos com adubos nitrogenados, sobretudo importados e ainda contribui para que aproximadamente 60 milhões de toneladas equivalentes de CO2 deixem de ser emitidas na atmosfera.
O agro brasileiro é o setor mais competitivo e disruptivo da economia brasileira
Apesar de durante anos e mais anos, o agro não receber subsídios governamentais compatíveis com sua contribuição na economia a nacional (responde 21% do PIB, um quinto de todos os empregos e quase metade das exportações brasileiras) o agro nacional é uma verdadeira potência:
- Alimentamos um em cada cinco habitantes do planeta.
- Os produtores preservam um quarto do território brasileiro dentro das propriedades rurais, sem receber nada por isso.
- Garantimos o futuro e a segurança alimentar da população brasileira e mundial.
- No banco genético da Embrapa, o 5º maior do mundo, estão armazenadas mais de 120 mil amostras de animais, plantas e microrganismos, vindos de todas as partes do mundo.
E os desafios não param de crescer. Em aproximadamente dez anos, eles serão mais diversos e mais complexos. Teremos 8,5 bilhões de pessoas no mundo. A demanda por alimentos aumentará 35%. Por energia, 40%. E a de água, 50%.
Cada vez mais, edição genômica, gestão de riscos, agricultura digital, intensificação sustentável, bioinsumos e os microbiomas serão temas no centro da agenda da ciência agrícola.
A conectividade no campo será crucial para que avancemos de forma consistente. Hoje, segundo dados do IBGE, mais de 70% das propriedades rurais não têm acesso à internet. A ausência de conexão no campo pode atrasar o desenvolvimento e reduzir a competitividade do agro brasileiro.
A ciência move o agronegócio. Move o mundo! É preciso um esforço público-privado para que ela amplie seu papel na modernização, no aumento da capacidade de produção competitiva e sustentável, e na transformação da vida como conhecemos hoje e, que graças a ela, não será a mesma daqui a algumas décadas. Será muito melhor, se assim construirmos o nosso futuro.