Embrapa desenvolve tecnologia que facilita a absorção do fósforo pelas raízes e aumentando a produtividade
Há um estoque bilionário de fósforo nos solos brasileiros e também do mundo. O problema é que esta grande reserva não é aproveitada pelas plantas. De toda a adubação lançada no solo, apenas 30% do fósforo é usado pela soja, o restante fica retido e as plantas não conseguem usar. É o que aponta o estudo realizado.
O solo brasileiro, por ser mais antigo e com muitos metais (principalmente ferro e alumínio), acaba retendo as moléculas de fósforo e quando o produtor lança o adubo, grande parte fica preso.
A solução? Um inoculante para solubilização de fósforo contido no solo. Isso quer dizer que as bactérias ajudam a disponibilizar o nutriente que as plantas não conseguem resgatar por conta própria. Sem o fósforo, as produtividades na agricultura brasileira ficam bastante limitadas. Eis uma ferramenta para reverter isso.
BiomaPhos
O produto da Embrapa foi nomeado como BiomaPhos, lançado em 2019, fruto da parceria entre a Embrapa e a empresa Bioma, mas existem outros produtos no mercado que trazem como vantagem a promoção do crescimento da parte aérea e das raízes das plantas, permitindo maior produção e maior produtividade.
O produto favorece as raízes e a eficiência da adubação, as plantas absorvem mais fósforo, ficam com melhor volume de raiz e conseguem dar um arranque maior pós plantio.
Atenção, senhores produtores! Fiquem atentos à tecnologia!
Segundo a Embrapa, o produto já foi amplamente testado nos campos comerciais do país e os resultados foram muito animadores.
Os ganhos médios foram de 7 sacas, ante uma área que não usou a tecnologia para solubilização do fósforo. No caso do milho, renderam até 11 sacas a mais!
A Embrapa ressalta que como a adubação normal só tem 30% de ganho eficiência, essa inoculação pode elevar esses percentuais em pelo menos 10%, ou seja as plantas irão absorver 40% do fósforo do solo ou mais.
Recomendações
A chegada de uma nova ferramenta requer cuidados e períodos de adaptação em relação ao manejo já utilizado. No caso do Biophos, as adaptações são pequenas, mas importantes.
- O produtor pode fazer uso deste biológico tanto no sulco, como na semente.
- A preparação da calda pode misturar os inoculantes que já usa, ou seja, juntar os produtos para nitrogênio com os para fósforo.
- Indica-se que a mistura seja realizada na sombra, já que as bactérias são sensíveis ao calor e a radiação. Pode ser feita em um tanque ou em uma betoneira sob a sombra e em lugar arejado.
- No caso de aplicar na semente, é recomendável também usar uma calda açucarada, para melhor fixação do inoculante à semente.
- Usar o inoculante juntamente com a semente tratada quimicamente também é possível. Mas ATENÇÃO: um cuidado importante, que vale também para a inoculação com nitrogênio! O contato desse inoculante com a semente tratada pode diminuir a sobrevivência das bactérias. Então, faça o plantio na sequência ou, no máximo, em 24 horas.
O valor médio do inoculante atualmente é de R$ 50 por hectare, já que a recomendação é usar 100 ml do inoculante por hectare. É um pouco mais caro, mas o produtor só usa uma dose dele. E a tendência é que com o aumento da demanda este custo seja reduzido gradativamente, como qualquer outra inovação.
No começo, alguns produtores poderão até ter dificuldade de entender os benefícios do uso destes produtos biológicos, mas a economia e os resultados que estes produtos apresentam tornarão os produtos mais populares.
A utilização destes produtos, além de trazer benefícios financeiros, auxiliam na diminuição de produtos químicos e tóxicos nas plantações.