APICULTURA -  Como montar um apiário

Secador de café estático de baixo custo criado pelo cafeicultor José Bento da Chácara São João do Quilombo, de Baependi/MG

Por meio desse secador, é possível economizar com mão de obra, além de reduzir gastos com outras tecnologias

Um grupo formado por nove produtores rurais participantes do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG-Café) de Baependi (MG) se reuniu, recentemente, para conhecer um secador de café estático de baixo custo. O responsável pela invenção é o cafeicultor José Bento, que recebeu o grupo para apresentar equipamento.

“Fui inspirado por uma ideia do meu irmão. Comprei os materiais e eu mesmo fiz, era a única opção que eu tinha para secar o café mais rápido. Uma das grandes dificuldades que temos é justamente o local amplo para a secagem dos grãos e esse secador tem capacidade de secagem de 6 a 7 mil litros de café. O equipamento vai auxiliar muito, porque mesmo com chuva, vou conseguir secar a produção”, detalhou.

Quem organizou a visita e conduziu o grupo foi o técnico do ATeG-Café Leandro de Freitas Santos, que destacou a importância do secador estático de alvenaria devido ao seu baixo custo de implantação. “Um dos principais problemas enfrentados pelos cafeicultores é encontrar um local apropriado para secar o café. O secador pode ajudar não só os cafeicultores assistidos pelo ATeG, mas também todos os produtores do entorno.”

Adequação tecnológica

“A visita promovida pelo técnico Leandro foi de grande valia porque, além de nortear a Adequação Tecnológica, que é uma das etapas do ATeG, promove a integração do grupo. Essas ações podem ocorrer dentro de um mesmo grupo ou mesmo junto a grupos de outras regiões, oportunizando a troca de informações e o ganho de conhecimento. Assim deve ser: o técnico deve estar sempre atento às necessidades dos produtores e orientá-los quanto às ações de melhoria”, destaca o supervisor do ATeG Café na região Sul de Minas, Henrique Frederico Santos.

Antes da apresentação do secador de alvenaria da Chácara São João do Quilombo, o técnico Leandro fez a amostragem de maturação, que determina o ponto ideal de colheita, e a avaliação do brix para apontar os talhões com maior potencial de qualidade. Falou, ainda, sobre as etapas da produção, como análise do solo, adubação, capina, tratos culturais, preparo do secador, terreno e colheita.

Detalhe do secador de café estático de baixo custo

Baixo custo chama atenção

Para a produtora rural Vanair Aparecida de Siqueira, a tecnologia, além de inovadora, é interessante pelo baixo custo. “Por meio desse secador, é possível economizar com mão de obra, além de reduzir gastos com outras tecnologias. Temos corrido atrás para ter conhecimento e tentar reduzir ao máximo o custo em nossa produção. Trata-se de uma tecnologia a ser estudada e colocada em prática por todos os produtores.”

O baixo custo do secador de alvenaria também chamou a atenção do cafeicultor Francisco Carlos de Siqueira. “Pelo que foi explicado, os custos de implantação giraram em torno de R$ 5 mil. No caso de outra tecnologia, os gastos seriam muito maiores, como no caso de um secador rotativo. Mesmo o estático comprado pronto, custa caro, podendo apresentar valor até dez vezes maior do que o apresentado pelo produtor José Bento. Claro que será preciso avaliar se a bebida do café seco no secador estático de alvenaria é de boa qualidade. Ainda assim, pode ser usado para cafés de qualidade inferior, como o café verde e o café de terra.”

Vale lembrar que o custo de implantação desse secador artesanal pode variar de acordo com o mercado local e mão de obra do pedreiro. Por outro lado, o valor dos secadores industrializados são variáveis em função de marca, volume, tecnologia etc.

Assistência ATeG

Para o inventor José Bento, a assistência recebida por meio do ATeG tem feito toda a diferença. “É muito bom porque nós, pequenos produtores, não tínhamos qualquer tipo de apoio quanto à produção. O técnico é excelente e nos ajuda muito. Aqui tinha café com folhas duras. Hoje, depois da assistência, a situação é muito diferente.” Quando fala em “folhas duras”, o produtor se refere a diversas deficiências nutricionais apresentadas pela lavoura.

Leia também: