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Sustentabilidade – Pecuária sustentável: Possibilidades são impressionantes!

Pasto produtivo com gado nelore e integração com floresta

As pastagens ocupam em torno de 154 milhões de hectares, o que representa cerca de 20% da área do país, enquanto a maior parte do rebanho brasileiro, de 218 milhões de cabeças (segundo maior rebanho do mundo), é criada em pasto, o chamado “boi verde”.

Voltemos ao pasto. A lotação média (número de cabeças por unidade de área) do “boi verde” é de 1,25 cabeças por hectare. Em sistemas de baixa produtividade o valor chega à 0,7 cabeças por hectare ou menos. Já em sistemas otimizados, vai a 3 cabeças por hectare ou mais. Apenas 12% do rebanho é terminado em sistema intensivo (confinamento).

Vamos continuar com alguns dados, da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), que deixam qualquer um impressionado. Apesar de todo esforço para a distribuição de informações para o produtor agropecuário e de tantas tecnologias sendo apresentadas continuamente, 50% a 70% das áreas de pastagens do Brasil apresentam algum grau de degradação, ou seja, estariam abaixo da capacidade máxima de produção ou apresenta-se com solo exposto, erosões, pragas e doenças etc.

Espaço de sobra

Especialistas acreditam que para cada hectare de pastagem recuperada, cerca de 3,0 hectares poderiam ser destinados para outros fins (atividade agrícola, florestal ou reflorestamento), sem que com isso promovesse perdas de produção da pecuária nacional. Ou ainda, se as pastagens degradadas fossem reformadas para serem devidamente produtivas, haveria um potencial de aumento de 3 vezes nossa atual produção sem desmatar um único pé de árvore.

Dados do projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil (MapBiomas) mostram que o aumento das pastagens no período de 2000 a 2014 foi de 27%, já o aumento do rebanho, segundo o IBGE foi de 28%, ou seja, a taxa de aumento do rebanho foi maior do que a taxa de aumento de pastagens. Um dos fatores que podem ser atribuídos a este fenômeno é o aumento do investimento em pastagens, genética animal, manejo do rebanho, entre outros.

Crescimento desnecessário, irresponsável e nada produtivo

Caso este aumento do rebanho ocorra sem tais investimentos (gerando melhoria de produtividade e melhor aproveitamento da terra), a taxa de degradação de pastagem aumentará, ocasionando perda de produtividade e degradação ambiental, além de estimular a abertura de novas áreas para manter ou aumentar os níveis de produção absoluto.

Pastagem degradada com cupinzeiros e poucas cabeças de gado - Baixa produtividade

Ainda segundo a ABIEC, a projeção para o ano de 2025 é que a área de pastagem diminua 5,6%, sendo o principal motivo, a ocupação das áreas de pastagem pela agricultura (commodities). Por outro lado, o rebanho tende a aumentar 5,7%. Mas, pelos números anteriormente apresentado, é muito pouco, não acha? 

Políticas efetivas de controle à abertura de novas áreas (desmatamento) devem ser fortalecidas, mas paralelamente, tem de haver investimento em cultura para o bom aproveitamento da terra e financiamentos para que os produtores tenham acesso a tecnologias que o ajudem nesse sentido. É preciso estimular cada vez mais a intensificação do uso das pastagens e da produção.

E é de grande importância que esta intensificação seja realizada de maneira adequada, sustentável. Desta maneira, a pecuária poderá ser aliada à preservação dos recursos naturais e à qualidade ambiental. A intensificação da pecuária por recuperação de pastagens degradadas promove aumento significativo dos estoques de carbono no solo, o que, segundo o estudo, seria suficiente para contrabalancear o aumento das emissões dos animais.

Pastagem recuperada

Principais estratégias para a recuperação de pastagens degradadas e o desenvolvimento de uma pecuária sustentável:

  • boas práticas de produção agropecuárias,
  • desenvolvimento da pesquisa e da tecnologia de produção,
  • diversificação da produção e da receita,
  • aumento do bem-estar animal,
  • otimização do uso dos insumos,
  • conservação em melhoria da qualidade do solo,
  • conservação dos recursos naturais, entre outras.

Apenas com real incentivo a pesquisas, políticas públicas e conscientização do mercado consumidor, esta realidade se tornará cada vez mais próxima.

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