O sistema pode ser desenvolvido para consumo próprio, em sistemas caseiros, inclusive no meio urbano, em casa ou varanda de apartamento
A aquaponia, criação de peixes associada ao cultivo de hortaliças, pode economizar até 90% de água em relação à agricultura convencional e ainda eliminar completamente a liberação de efluentes no meio ambiente, pois trata-se de um sistema fechado, diferentemente das criações convencionais.
O sistema pode ser desenvolvido tanto para consumo próprio, em sistemas caseiros para produção familiar, inclusive no meio urbano, em casa ou varanda de apartamento, desde que receba pelo menos cinco horas diárias de sol, como também com objetivo comercial, em larga escala, com altas densidades de peixes e vegetais. O sistema é simples e o produtor tem pouca coisa para monitorar, tanto na produção vegetal quanto de peixes. Hortaliças de ciclo curto, como alface, por exemplo, podem ser colhidas após quatro a seis semanas.
Processo simples e eficiente
A atividade consiste de um tanque no qual são produzidos os peixes, alimentados por ração. Eles liberam dejetos ricos em nutrientes que, por sua vez, são bombeados para uma parte superior, nutrindo os vegetais. As raízes, ao retirar os nutrientes, purificam a água que retorna por gravidade para o local onde são produzidos os peixes.
“Um projeto como esse funcionaria muito bem no Semiárido”, comenta Genivaldo Monteiro, assessor técnico da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia de Sergipe (Sedetec). As casas, sítios e o comércio, na região rural do Semiárido, são muito distantes. A aquaponia produz alimentos saudáveis, com pouco consumo de água e pouco tempo de trabalho. “É maravilhoso o quanto pode-se associar ciência e tecnologia com o desenvolvimento social e encontrar soluções para áreas extremas como o semiárido”, disse.
“Promissor”, disse o analista técnico do Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Helenilson de Jesus Oliveira, gestor do Programa de Agronegócio. Ele conta que o Sebrae já trabalhou com o Programa Alimentos Seguros (PAS) que divulga boas práticas de produção, manipulação e armazenamento de alimentos. “O programa deu muito certo”, disse. “Os kits para o produtor custavam cerca de R$ 10 mil e o de aquaponia custa menos de R$ 3 mil e, por meio de parcerias, pode-se implementar um programa junto aos produtores em pouco tempo”, acredita Helenilson.
Fotos: Prefeitura de Uberlândia/MG e Embrapa