Assim meu pai desenvolvia sua escrita, cognitiva e esteticamente, em seu “Caderno de Caligrafia”. O Ar do Campo É Saudável. Páginas e mais páginas, com essa frase! Há muita distância entre todas as coisas que faziam sentido, no aprendizado escolar da década de 1930/40 e o AGORA. Porém, certos conteúdos parecem transcender, em seus significados.
Nestes tempos pandêmicos, quando um milhão de coisas nos assustam terrivelmente e, às vezes, nos levam à borda de um pânico irreversível, encontrei um certo conforto nessa lembrança.
Os Profetas do Fim do Mundo estão soltos por aí, e, às vezes, nos retiram esperança e paz, como se o ser humano nunca mais pudesse encontrar a vacina ou uma cura para a nova doença. Por outro lado, os Loucos e Imprudentes também requerem sua relevância no contexto deste momento crítico, como se nada estivesse acontecendo e a doença essa não existisse.
Virtus est in médio. Aristóteles estava certo. A virtude, o poder, o equilíbrio, se encontra no meio. Ou deveria…
E por enquanto, quando tentamos vislumbrar o que virá depois, aparecem também visões confusas de um novo viver, onde teremos que nos preocupar com a confecção de máscaras, com o uso de diferentes aplicativos para controlar o deslocamento das pessoas, com novos layouts de escritórios, à prova de espirros, com scannings térmicos medindo a temperatura das pessoas ou então com as inumeráveis possibilidades do home office.
Estejam as nossas preocupações voltadas para a saúde ou no âmbito econômico (não creio ser necessário escolher um OU outro), a frase traz uma pista de um bom caminho: O Ar do Campo É Saudável!
O CAMPO (finalmente) é a grande estrela. É o cenário onde se salvará a economia e as pessoas, durante os dias difíceis da pandemia e também no Post Eventum.
A produção da Mãe Terra precisa garantir a sobrevivência das PESSOAS, durante a missão Covid-19. E para isso é preciso contar com a tecnologia, a informação, a comunicação, a conexão, mas sobretudo, com o trabalho da GENTE DO CAMPO.
Pequenos e médios produtores, ainda sem condições, sem acesso à tecnologia mais avançada e à conexão digital. Também os grandes produtores; fazendas, empresas multinacionais (esses com menos limitações), precisam caminhar olhando para uma só direção e com um mesmo objetivo: PRODUZIR para movimentar TODA a cadeia econômica de todos os países.
E quando passar, agradeceremos nossa sobrevivência e seguiremos trabalhando, possivelmente já não mais como fazíamos antes, pois nossa própria consciência terá se adaptado a uma nova realidade, onde as coisas essenciais devem ocupar seus devidos lugares.
As atividades econômicas de todo o mundo estarão colapsadas, em maior ou menor medida. A indústria, o comércio, os serviços, muitos negócios reduzidos a uma condição de “terra arrasada”.
Mas o campo, ah! O campo estará reunindo as PESSOAS para PRODUZIR.
Produzir o alimento, produzir mais tecnologia, produzir mais comunicação, produzir mais conexão, produzir mais negócios.
O campo estará gerando os primeiros frutos que alimentarão a Saúde e a Economia das nações; colocando alimento nas mesas e fazendo acontecer os negócios, em todos os setores de todos os mercados.
Este é o ar que teremos de respirar: O Ar do Campo É Saudável!
