A megaexposição apresenta diferentes perspectivas sobre as histórias indígenas da América do Sul, América do Norte, Oceania e Escandinávia
Histórias Indígenas é uma grande exposição coletiva que está ocupando as galerias do primeiro andar e do segundo subsolo do MASP (Museu de Arte de São Paulo). Organizada em parceria com o Kode Bergen Art Museum, a mostra apresenta diferentes perspectivas sobre as histórias indígenas da América do Sul, América do Norte, Oceania e Escandinávia, por meio da arte e da cultura visual.
São 285 obras de 170 artistas indígenas com o panorama desde o período anterior à colonização europeia até os dias atuais. Apesar de abrangente, o Masp salienta que a ideia não é assumir uma “abordagem totalizante nem enciclopédica”, mas ampliar o leque de sentidos.
O objetivo não é o de representar totalmente as vastas, complexas e múltiplas histórias indígenas de cada região em particular, mas sim o de fornecer uma visão transversal, um fragmento ou uma amostra de tais histórias em uma seleção concisa, porém relevante, de maneira que possam ser justapostas, criando diálogos entre diferentes obras, narrativas e contextos de várias partes do mundo.
A exposição “Histórias indígenas” inclui oito núcleos, sete dedicados à diferentes regiões e povos e tem curadoria de Abraham Cruzvillegas (Cidade do México); Alexandra Kahsenni:io Nahwegahbow, Jocelyn Piirainen, Michelle LaVallee e Wahsontiio Cross (Ottawa, Canadá); Bruce Johnson-McLean (Camberra, Austrália), Edson Kayapó, Kássia Borges Karajá e Renata Tupinambá, curadores-adjuntos de arte indígena, MASP; Irene Snarby (Tromsø, Noruega; Kode); Nigel Borell (Auckland, Nova Zelândia) e Sandra Gamarra (Lima, Peru), e tem a coordenação curatorial de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Guilherme Giufrida, curador assistente, MASP.
Segundo diz Edson Kayapó, um dos curadores de artes indígenas no Masp e professor de história indígena no Instituto Federal da Bahia, todas essas artes expostas retratam a realidade dos povos indígenas não só do Brasil, mas de outros países. Elas representam as cosmologias dos povos indígenas, sua história, seus desafios. É uma forma de tentar dar visibilidade a essas realidades tão pouco conhecidas pelas comunidades internacionais e pela sociedade brasileira. A mostra ficará em cartaz até 25 de fevereiro de 2024 e apresenta grande catálogo publicado em edições separadas em português e inglês, reproduzindo as obras da mostra, bem como ensaios escritos por todos os curadores da exposição acompanhando cada uma das seções.
Povos indígenas em foco
Outras duas mostras integram a programação do MASP, este ano dedicada às Histórias indígenas. São elas “Melissa Cody: céus tramados” e uma exposição em vídeo da artista Glicéria Tupinambá com o diretor e roteirista Alexandre Mortágua.
Melissa Cody é uma artista navajo/diné, do Arizona (EUA). Sua mostra reúne 26 obras têxteis produzidas a partir de um tradicional tear navajo com referências que vão das paisagens de seu território ao universo pop do videogame e da música. Já a exposição em vídeo retrata o trabalho de Glicéria Tupinambá da aldeia Serra do Padeiro, localizada na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, no sul da Bahia. Ela vem confeccionando mantos tupinambá em referência aos antigos mantos que foram levados para a Europa. Um deles inclusive está em processo de repatriação.
O Masp está localizado na Av. Paulista, 1578. R$ 60 (entrada); R$ 30 (meia-entrada). Grátis as terças-feiras.