Evento vai focar em temas como sustentabilidade e agricultura regenerativa com mostra de maquinários e produtos a base de azeite ou do bagaço da azeitona
A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) está nos últimos detalhes para a realização do Azeitech 2025. O evento gratuito, que ocorre de modo presencial, no Campo Experimental de Maria da Fé, será no dia 21 de fevereiro, a partir das 7:30. A programação terá como foco práticas agrícolas sustentáveis e agricultura regenerativa. Em campo, serão três estações que abordarão temas como adubação verde, preparo de bioinsumos, utilização de ácido fúbico, entre outros. Essa possibilidade que o dia de campo propicia de interação entre produtores, pesquisadores e demais palestrantes é bastante atrativa para os visitantes, proporcionando o acompanhamento na prática, buscando a introdução no pomar, abordando o manejo da cultura, podas, nutrição mineral, controle de pragas e informações gerais sobre o cultivo.
Outros temas de interesse do olivicultor como qualidade sensorial e ações para o fortalecimento da atividade também estarão em pauta. A abertura será focada na importância da análise química e sensorial do azeite, um tema importante e sempre demandado pelo setor. Esse ano além de contar com a presença marcante da Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), o evento debaterá a criação da Câmara Setorial de Olivicultura de Minas Gerais, uma iniciativa interinstitucional que contribuirá para o desenvolvimento do setor no estado.
Outra atração será a 10ª edição Mostra Tecnológica, na qual empresas do segmento apresentarão novidades em maquinários, insumos e serviços e empreendedores da região vão expor produtos artesanais, difusores de ambiente e cosméticos, como cremes e sabonetes feitos à base de azeite ou do bagaço da azeitona, o que mostra a diversidade de possibilidades oferecidas pela olivicultura. O evento já está consolidado como um dos mais importantes do setor no Brasil e ajuda a fortalecer a imagem da olivicultura em Minas Gerais e no país.
Terra conhecida pelo cultivo do café e pela produção de queijos, Minas Gerais tem despontado na produção de azeites, segmento tradicional na europa. Apesar dos desafios que o cultivo impõe, o estado registrou, em 2008, a primeira extração de azeite extravirgem de oliva brasileira em Maria da Fé, na Serra da Mantiqueira, no sul do estado, graças ao trabalho de pesquisa comandado pelo Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). A cidade mineira é conhecida como a capital do azeite extravirgem. Além do frio e das belezas naturais, o visitante encontra oliveiras em plena área urbana, nas ruas e praças públicas de Maria da Fé.
Em 2024, o recorde de produção foi batido na Região da Serra da Mantiqueira (Sul de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro). Foram 150 mil litros – sendo 60% produzidos em Minas. No entanto, a produção está longe de suprir a demanda nacional, de 100 milhões de litros de azeite por ano. O clima diferente do Mediterrâneo e a crise climática estão entre os desafios enfrentados pelos produtores. Mas, apesar das dificuldades e da produção ainda incipiente, o Brasil já acumula diversos prêmios internacionais – muitos deles conquistados por marcas fundadas por mulheres. As produtoras dão um show de inovação e criatividade no campo.
Como forma de complementar a renda e aproximar o público dos produtos, muitos produtores também têm investido no olivoturismo – um tipo de turismo rural. Mais ou menos parecido com que o ocorre nas vinícolas, os empresários investem em passeios nos olivais, degustações e hospedagem. A experiência sensorial, de participar da colheita, observar o fruto ainda na árvore e degustar o azeite é enriquecedora. O futuro da olivicultura no Brasil é promissor, com perspectivas de crescimento significativo na produção de azeite. Com a crescente demanda por azeites de alta qualidade, tanto no mercado interno quanto externo, os produtores estão investindo em técnicas avançadas de cultivo e na ampliação das áreas plantadas. Esse crescimento não apenas diversificará a produção agrícola do país, mas também posicionará o Brasil como um importante player no cenário global de azeite, reconhecido por sua qualidade e sabor únicos.
O Azeitech 2025 tem como apoiadores a Prefeitura Municipal de Maria da Fé, a Assoolive, a Emater-MG, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), o Senar-MG, a Universidade Federal de Lavras (UFLA), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas (Fapemig) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Científico (CNPq).