A famosa banana do Vale do Ribeira, em São Paulo, poderá ser identificada com o selo de procedência da região
O Vale do Ribeira produziu 34,5 milhões de caixas de 21 Kg de banana em 2019, o que gerou R$ 1 bilhão para a região e respondeu por 65% da produção estadual da fruta.
Os benefícios de um processo de IG (indicação geográfica) extrapolam a mera valorização do produto na hora da venda. Os produtores desenvolvem uma cultura de associativismo, fazem compras coletivas ganhando em escala, elevam o nível de boas práticas de produção e mantêm o patrimônio protegido.
Quanto custa um processo de IG? E quanto os produtores ganham com isso?
As respostas são relativas. O custo pode ir de zero (se os produtores realizarem todas as fases) a aproximadamente R$ 200 mil, caso o grupo possua recursos e opte por contratar consultores especializados para auxiliar no processo. Há linhas de crédito disponíveis para esse fim.
Quanto aos ganhos, além das vantagens para o território apresentadas acima, o selo de IG pode render aos produtores até 50% a mais, desde que a tradição seja bem comunicada, se reflita no selo e o consumidor reconheça esse diferencial.
Quanto tempo demora para a obtenção do selo?
Tudo depende muito da mobilização dos produtores. Há processos que duraram oito anos e outros que já foram encerrados com três.
Nem sempre a IG distingue algum fator sensorial do produto, ou seja, a banana do Vale do Ribeira pode não apresentar, necessariamente, alguma característica física ou sabor diferente de outras.
No caso da IG de procedência, o que conta é a tradição de produção naquela área geográfica, assim como aspectos históricos e culturais que possam estar envolvidos com a banana.
O Sebrae contratou uma empresa especializada em Indicação Geográfica para efetuar um estudo de viabilidade, indicando cinco cadeias: banana, palmito pupunha, leite de búfala, arroz Moti e chá, mas apenas as que atenderam os requisitos foram banana e palmito pupunha.
A expectativa com a IG da banana do Vale do Ribeira é que os clientes percebam e valorizem os produtos oriundos dessa região coberta pela Indicação Geográfica, além do fortalecimento do associativismo naquele território.
