Para divulgar as ações e conscientizar de que são necessárias para uma granja saudável, a FAO investe em comunicação de risco para toda a cadeira alimentar e produtiva.
A criação de suínos, doméstica ou comercial, exige medidas de controle para o bem-estar e saúde dos animais visando à prevenção de doenças.
Uma das principais dicas é manter os animais isolados de outros filhotes, incluindo cachorros e gatos, além de manter o ambiente limpo com assistência veterinária frequente. É o que sugere a FAO, órgão para Alimentação e Agricultura das Organização das Nações Unidas (ONU).
Para divulgar as ações e conscientizar de que são necessárias para uma granja saudável, a entidade investe desde 2022 em comunicação de risco para toda a cadeira alimentar e produtiva.
O objetivo também é sensibilizar produtores sobre os riscos econômicos e sanitários de doenças virais, como a gripe suína e a peste suína africana (PSA).
Colaboração internacional
Segundo a FAO, o trabalho não pode ser feito de maneira isolada, e sim com colaboração internacional e convergência de informações entre os países da região.
A organização trabalha para formular um marco global integrado com os serviços veterinários de todos os países a partir de prioridades definidas em conjunto. E a peste suína africana (PSA) é uma delas, pois há mais de 40 anos havia a região livre da doença, só que, em 2021, ela se reintroduziu na República Dominicana e Haiti. Considerando que surtos aumentaram significativamente no Caribe e na América Latina, é importante entender este marco como um aviso para planejar o que fazer, já que a região é uma das maiores exportadoras de carne suína do mundo.
O conjunto de medidas voltadas para ações de prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades das granjas, por exemplo, é um dos focos da FAO na América Latina.
Por isso, o órgão realiza capacitações para mudar condutas e manejos a tempo de não haver qualquer tipo de risco no campo.
A partir da pandemia da Covid-19, a organização começou a ter uma consciência distinta para a comunicação de risco e elementos em nível global que já estão introduzidos no dia a dia das pessoas a fim de evitar qualquer tipo de pandemia, incluindo as animais.
A missão da entidade é auxiliar na adoção de estratégias de biossegurança, principalmente, entre as comunidades rurais mais vulneráveis, como as indígenas.
No caso do Brasil, as campanhas são elaboradas com o apoio do Ministério da Agricultura, levando em conta as necessidades regionais do país. Também são veiculadas em vários idiomas, já que o Brasil recebe muitos turistas.
Doença
A doença altamente contagiosa é causada por um vírus, o Asfivirus, que pode infectar porcos selvagens, silvestres e domésticos.
O problema, no entanto, está na fácil disseminação deste vírus letal. Se uma granja é infectada, os animais podem ter de ser sacrificados ou o produtor deixar de comercializar seus produtos suínos.
A FAO alerta que não há vacina para prevenção e os riscos econômicos são tão alarmantes, que a única solução efetiva é o biocontrole cotidiano.
Desde 2022, o órgão tem realizado trabalhos para instruir e conscientizar os proprietários de granjas domésticas e comerciais sobre o perigo do retorno da PSA no continente.
A doença causa alta mortalidade nos suínos e alto impacto nas cadeiras produtivas – uma vez introduzida, há necessidade de um manejo muito intenso. As suspeitas precisam ser direcionadas diretamente a um veterinário ou serviço sanitário para que se comprove em laboratórios de análise.
Ações de biossegurança
Como os sintomas aparentes costumam ser os mais comuns, como febre e manchas negras na pele do animal, a ação precisa ser rápida. Para países como o Brasil, classificados como zonas livres das doenças, as principais medidas a serem incorporadas nas granjas são:
- Minimizar o ingresso de produtos que podem chegar através de turistas sem todas as garantias sanitárias e de origem;
- Estar atento ao controle de fronteira – além das obrigações de órgãos governamentais auditarem tudo que entra no país, produtores também devem checar qualquer produto que entra na granja para se certificar que as medidas fitossanitárias estão sendo cumpridas;
- Calçado e vestimenta são transmissores de vírus. Portanto, é necessário ter acessórios e equipamentos (EPIs) destinados apenas para o uso nas granjas e no contato com os animais. O ideal é que os lugares tenham duchas que sejam usadas antes e depois do contato com os animais;
- Visitas técnicas frequentes de médicos veterinários ou serviços sanitários governamentais, especialmente se a granja for exportadora de carne suína;
- Boas práticas como limpeza, alimentação com dieta controlada e isolamento dos animais são necessárias;
- Rodolúvio para desinfecção de veículos na entrada e saída da área de produção;
- A separação dos suínos por baias é outra forma de controle que pode mitigar transmissão de qualquer tipo de doença. Não significa prender o animal, mas controlar o seu espaço de interação de acordo com as regras de cada país;
- Viabilizar comunicações abordando que o turista tem tanta responsabilidade quanto o produtor e que entrar no Brasil com derivados suínos, como embutidos, pode ser um risco à biodiversidade e à saúde animal;
- Divulgar campanhas de conscientização sobre o que é e como se transmite a doença.
No caso do Brasil, há várias ações para evitar a PSA, uma delas é o estabelecimento de parcerias público-privadas entre cadeias de alimentação animal, governo e produtores para ajudar a implementar medidas de comunicação efetivas para a cadeia agropecuária.
Junto com o Mapa, a FAO também prevê a distribuição de materiais instrutivos por todos os estados brasileiros.