Vários autores e artistas famosos deram ao sabiá-laranjeira notoriedade artística, como Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado, Luiz Gonzaga e Zé Dantas, Chico Buarque e Tom Jobim, Milton Nascimento, Roberta Miranda e Patativa do Assaré.
Em tupi, sabiá significa “aquele que reza muito”, em alusão à voz dessa ave. Segundo uma lenda indígena, quando uma criança ouve, durante a madrugada, no início da primavera, o canto do sabiá, será abençoada com muita paz, amor e felicidade.
Habitat – matas, cerrados, parques e quintais, e até dentro do centro de cidades quando há alguma arborização. Em regiões mais secas, sempre à beira de rios e de lagoas.
Ocorrência – estados litorâneos, do Maranhão ao Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Sua distribuição ocorre em quase todo o território brasileiro à exceção da floresta amazônica. Migra para regiões mais quentes no inverno. Encontrado também na Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
Hábitos – o canto dessa espécie é considerado um dos mais bonitos de toda nossa avifauna, sendo muito apreciado. O canto varia de região para região, de mata para mata, de indivíduo para indivíduo, podendo haver milhares de tipos de cantos diferentes. É um canto longo e melodioso assemelhado ao som de uma flauta e dependendo do local pode-se escutá-lo a mais de um quilômetro de distância. Alguns repetem o canto e chegam a passar até dois minutos emitindo-o, sem parar. É um pássaro territorialista, e demarca uma área geográfica quando está em processo de reprodução e não aceita a presença de outras aves da espécie, a fêmea também é muito valente.
Alimentação – onívoro. Consomem quase todas as frutas de pomares com preferência para o mamão e abacate e de árvores silvestres abundantes em nosso País. Apreciam também pimenta, amora e alguns legumes. Minhocas e insetos.
Reprodução – primavera-verão. Ao iniciarem-se as chuvas ao final do mês de agosto, cantam muito para estimular suas fêmeas e fixarem sua morada, notadamente ao amanhecer e ao entardecer. O ninho é construído na copa de árvores, arbustos e até bananeiras a partir de fibras vegetais e barro, possuindo forma de tigela. Também pode construir o ninho em vãos nos beirais de telhados, ocasião que pode construir vários ninhos ao mesmo tempo, por confundir os vãos. O número de ovos de cada postura é quase sempre 2, às vezes 3, de cor verde-azulado. Cada fêmea choca 3 vezes por ano.
Ameaças – caça para o tráfico de animais silvestres e destruição do habitat. É predado por corujas e cobras.