O tucunaré é um glutão, devora peixes pequenos e grandes. Qualquer peixe que passar em sua frente o tucunaré vai predar, desde que menor que ele. Ele projeta a boca além da maxila. Quando fecha a boca, junto com a água, o peixe é sugado.
É muito utilizado na piscicultura por ter alta capacidade de adaptação e de reproduzir-se espantosamente. Por ser carnívoro voraz é recomendado para controlar a população de outros peixes em tanques de multicultivos localizados em áreas com clima mais quente.
A pesca do tucunaré no Amazonas gera quase R$ 20 milhões todos os anos durante a temporada, que vai de setembro a abril, só por pescadores estrangeiros, em sua grande maioria norte americanos. A espécie mais procurada é o tucunaré-açu, a maior espécie dos tucunarés.
TUCUNARÉ (Cichla sp.)Características – alguns acreditam que o nome tem origem do Tupi “tucun” (árvore) e “aré” (amigo), ou seja, “amigo da árvore”. No entanto, de acordo com o pescador e ambientalista Domingos Bomediano, esta definição estaria equivocada. Na verdade, segundo ele, o peixe se assemelha à palmeira “tucum”. Por isso também teve a designação tupi de “semelhante ao tucum”. Peixe de escamas com corpo alongado e um pouco comprimido. Existem pelo menos 15 espécies de tucunarés identificadas desde a última revisão em 2006, sendo cinco espécies descritas cientificamente: Cichla ocellaris (tucunaré borboleta florida), C. temensis(tucunaré–açu), C. monoculus (tucunaré comum), C. orinocensis (tucunaré borboleta) e C. intermedia (tucunaré-royal).
O tamanho dos exemplares adultos pode medir 30 cm ou mais de 1 m de comprimento total, o colorido pode ser amarelado, esverdeado, avermelhado, azulado ou quase preto, e a forma e número de manchas podem variar de grandes, pretas e verticais ou mesmo pintas brancas distribuídas regularmente pelo corpo e nadadeiras, variando bastante de espécie para espécie. Todos os tucunarés apresentam uma mancha redonda (ocelo) no pedúnculo caudal que se parece com um falso olho. Ao contrário das demais espécies o tucunaré borboleta (C. orinocensis) apresenta três distintos ocelos na lateral do corpo, no lugar das tradicionais listras verticais das outras espécies. Carne muito apreciada, de ótima qualidade, possuindo cerca de 21% de proteínas e apenas 1% de gordura, com cerca de 104 calorias em cada 100 gramas. Os machos adultos, em época de reprodução, apresentam uma protuberância ou cupim no alto da cabeça (formada por um acumulo de gordura).
Habitat – açudes, lagos, represas, rios e tanques de piscicultura.
Ocorrência – de origem amazônica, foi introduzido em várias áreas e hoje está disseminado pelas regiões sudeste, centro-oeste e nordeste do Brasil. Isso trouxe alguns problemas, como o desaparecimento de algumas espécies que passaram a ser capturadas pelos tucunarés, pois é um carnívoro voraz.
Hábitos – rápido, agressivo, forte e até estúpido. Sedentários (não realizam migrações). Têm hábitos diurnos. Um peixe bastante ágil. O tucunaré não aprecia águas correntes. Nas represas prefere viver junto às margens, nos locais onde podem ser encontradas “tranqueiras”, que no linguajar dos pescadores, são galhadas, plantas flutuantes e outras estruturas submersas que formam um refúgio. Costuma se esconder entre essas tranqueiras e sai para caçar nas margens da água, onde busca presas menores e peixes filhotes. Conforme o calor do dia e a superfície da água começa a aquecer, ele tende a buscar abrigo no fundo do rio, encontrando o esconderijo nos troncos e plantas aquáticas, emergindo à superfície para realizar o bote em sua presa.
Alimentação – carnívoro. Alimentam-se principalmente de peixes e camarões. Perseguem a presa, ou seja, após iniciar o ataque, não desistem até conseguir capturá-las. Reprodução – formam casais e se reproduzem em ambientes lênticos, onde constroem ninhos e cuidam da prole. O macho costuma limpar cuidadosamente o local escolhido para a desova e, com o auxílio da boca e de suas nadadeiras, constrói o ninho.
Pesca – são peixes que atraem pescadores por causa de seu comportamento agressivo, brigador, de ataque intenso e fisgada pesada. Muito conhecido pela boca larga, ele costuma pegar as suas presas com uma rápida abocanhada, típico de um peixe caçador. Hoje, a sua pesca torna-se cada vez mais difícil devido à poluição dos rios. Os tucunarés são peixes que atacam tanto iscas vivas como artificiais em movimento, pois elas lhes chamam a atenção. Como o tucunaré é um peixe caçador, ele está atento para realizar a caçada, com isso as iscas estáticas e sem movimento não costumam gerar tanto interesse no predador.
Iscas que simulem o movimento natural de peixes menores acabam sendo as preferidas pelos tucunarés, e cabe ao pescador aprender a simular bem o movimento do peixe. Uma recomendação é de se testar e aprender a desenvolver este padrão com cada isca adquirida, pois cada uma tem um padrão de movimentação diferente em seu design e na ação em água, e pode ser necessária a substituição da isca se a pescaria não estiver surtindo efeito. Nos primeiros momentos da pescaria é preciso chamar a atenção do peixe, por isso a pescaria de tucunaré exige certa insistência em cada local – de 6 à 10 arremessos em cada ponto normalmente são suficientes para atrair o predador, e se não tiver resposta pode buscar um novo ponto.
Assista aos vídeos de pesca do tucunaré açu com Johnny Hoffmann:
A pesca do tucunaré depende de muitos fatores, e certamente é uma das pescas que mais utiliza iscas artificiais. Grande variedade pode ser utilizada, mas normalmente a pescaria se inicia com iscas de superfície, pois o comportamento normal do peixe é de buscar estas presas na superfície da água, realizando o famoso bote tão desejado pelos pescadores. Nesta categoria existe uma infinidade de opções de movimentação, e o pescador precisa adaptar o seu padrão de uso ao movimento de cada isca, para torna-lo mais natural e mais atraente para o tucunaré. Conforme a pescaria estiver mais desafiadora pela não reação dos peixes, pode-se usar iscas de meia água para trazer os predadores para a superfície, como as iscas de barbela curta ou shallow runner.
Iscas menos convencionais podem ser igualmente eficientes, como as iscas Jig com penas, borracha, silicone ou tecidos. Iscas colher também podem funcionar – tudo a depender daquilo que o predador estiver mais disposto à atacar. A Isca Shad também é uma boa opção, com uma textura mais próxima de um peixe real, contando com o anzol na parte interna. Prepare-se para fazer algumas substituições de iscas, caso não esteja funcionando com a isca que você tenha começado a pescaria. O gosto e comportamento do tucunaré podem variar, e é preciso de adaptar aos gostos do peixe. Na pescaria com isca viva, dificilmente o tucunaré resistirá ao Lambari pequeno, iscado pela própria boca, para que o peixe se mantenha vivo e em movimento.
Sempre recomendamos ao pescador se preparar para enfrentar um dia quente, pois o período de pescaria do tucunaré é preferencialmente diurno, começando pela manhã e se estendendo pela tarde até o entardecer. Aconselhamos o uso de uma roupa que proporcione proteção contra o sol para os braços, e use protetor solar. Botas também podem ser usadas em pescarias à beira d’água para adentrar o primeiro metro de água. O uso de óculos de sol também é recomendado devido ao reflexo da luz do sol na água em alguns momentos do dia. Assim como outras espécies, o tucunaré aprecia ambientes com troncos, galhos e plantas, para privilegiar a sua camuflagem no bote, bem como a sua proteção contra eventuais predadores, e enroscos podem acontecer durante esta prática, a depender do ambiente, então é preciso estar disposto a perder algumas linhadas – sem estresse, o objetivo é sempre de se divertir. Recomendamos que nenhum tipo de crueldade seja feito com os animais, mesmo que o foco da sua pescaria seja de alimentação, eles são seres vivos. Pratique o pesque e solte e esteja devidamente licenciado para a realização da sua pescaria. Ameaças – pesca predatória, poluição e destruição do habitat.
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