Donas de enorme diversidade de cores e tamanhos, elas definitivamente conquistaram espaço nos pequenos jardins e em projetos de regeneração paisagística. Não é de agora que a planta ganhou destaque no Brasil e no mundo. Um dos bons exemplos é o abacaxi, uma bromélia que chegou à mesa dos europeus após a segunda viagem de Cristovão Colombo à América.
Mas é na mata que as bromélias são fundamentais para o equilíbrio de um ecossistema. A variedade é grande. Essas epífitas são muito ornamentais e comparando com as orquídeas, são muito mais resistentes.
A preservação das broméilas é muito importante para o equilíbrio e manutenção do ambiente e sua presença nos indica um ecossistema equilibrado. Devemos evitar a retirada dessas plantas de seus habitats naturais.
BROMÉLIAS
Outros nomes – gravatá, caraguatá, craguatá, macambira Características – as bromélias pertencem à família botânica Bromeliaceae e são exclusivas do continente americano (Novo Mundo), havendo somente uma espécie (Pitcairnia feliciana), dentre mais de 3.000 existentes, que habita a costa ocidental da África.
No Brasil, existem bromélias em praticamente todos os ecossistemas terrestres. As bromélias não são parasitas como erradamente muitos pensam. Na natureza aparecem como epífitas, simplesmente apoiando-se em outro vegetal para ter mais luz e mais ventilação, terrestres ou rupícolas (crescendo sobre as pedras) e compõem uma das mais adaptáveis famílias de plantas do mundo por terem uma impressionante resistência para sobreviver e apresentar infinitas e curiosas variedades de formas e combinações de cores.
As bromélias são divididas em grupos chamados gêneros, hoje são mais de 50. A maioria das espécies de um mesmo gênero tem características e exigências iguais. Gêneros diferentes requerem diferentes variações de luminosidade, rega e substrato. No cultivo, os gêneros mais comumente encontrados são: Aechmea, Billbergia, Cryptanthus, Dyckia, Guzmania, Neoregelia, Nidularium, Tillandsia e Vriesea. Monocotiledôneas herbáceas, geralmente acaules, com folhas dispostas em rosetas, lanceoladas, largas, de margem geralmente espinhosa, dispostas em espiral e recobertas por minúsculas escamas peltadas. Inflorescência terminal densa, alongada ou variadamente paniculada e geralmente protegidas por brácteas vivamente coloridas. Flores hermafroditas. A maioria tem raízes de fixação apenas, nutrindo-se a planta com detritos vegetais e água acumulada nas rosetas de folhas ou condensada da atmosfera.
Propagação – sementes, mudas (brotações – estolões laterais) e micropropagação Função – a maioria das bromélias pode ser plantada em vasos mas podemos tê-las sobre troncos ou xaxim. Além do valor ornamental e paisagístico, algumas são comestíveis, como o abacaxi. Mas é na mata que as bromélias são imprescindíveis para garantir o equilíbrio ecológico de toda a região. E no desempenho desse papel elas são, realmente, incríveis. Uma variedade enorme de animais aquáticos, típicos habitantes de pântanos e lagoas, consegue viver a 30 m de altura, junto às copas das árvores. Desde microscópicos protozoários e larvas de insetos até pequenos vertebrados, como os sapinhos arborícolas, sobrevivem naquela altura graças a pequenas quantidades de água de chuva ou de orvalho acumuladas pelas bromélias. São poucos os litros de água que uma planta dessas pode reter (com algumas honrosas exceções, como a Vriesia gigantea, por exemplo, que chega a conter 4 litros de água na roseta foliar), mas existem centenas de milhões de bromélias povoando os galhos das árvores em grandes extensões de florestas.
Na Mata Atlântica, em apenas uma árvore é possível encontrar até quinhentas bromélias, cada qual com enorme quantidade de seres abrigados entre as folhas. É grande a variedade de plantas que servem de criadouro para pequenos animais, mas poucas conseguem hospedar uma fauna tão abundante e diversificada como as bromélias. Suspensas nas árvores, elas não abrigam apenas seres aquáticos. Em suas folhas podem ser encontrados também inesperados habitantes do solo e até do subsolo da floresta. É que, além da água, uma boa quantidade de folhas caídas fica retida pela bromélia e todo esse material se decompõe lentamente, transformando-se num húmus muito semelhante ao do solo. Ela serve de residência para aranhas, besouros, centopéias, lesmas e até mesmo minhocas.
Floração – geralmente primavera-verão. Florescem somente uma vez durante seu tempo de vida. Após a floração a planta em geral desenvolve uma brotação lateral que substituirá a planta mãe que irá morrer. As bromélias atingem a maturidade e florescem em diferentes idades, de meses a dezenas de anos, dependendo da espécie e condições do ambiente, respeitando sempre uma determinada época do ano. Muitas vezes uma planta não floresce devido à falta de luminosidade ou outro fator ambiental, como por exemplo a temperatura. Por outro, uma brusca mudança do ambiente pode provocar a floração numa planta adulta. A planta sente-se ameaçada e o instinto de preservação da espécie desencadeia a floração com o fim de gerar sementes e brotos laterais, e tudo isso para assegurar a sua preservação. Dependendo da espécie, algumas plantas apresentam inflorescência extremamente exuberante, podendo ser de longa duração. Algumas duram meses, outras são breves, durando dias.
Cuidados – crescem em quase todos os solos, levemente ácidos, bem drenados, não compactados que propiciem condições de bom desenvolvimento do sistema radicular. O substrato deve ter partes iguais de areia grossa ou pedriscos, musgo seco (sphagnum) ou xaxim e turfa ou mesmo húmus de minhoca. Algumas espécies desenvolvem-se bem no mesmo tipo de mistura, acrescentando-se ainda uma parte de terra ou folhas secas moídas. Evite enterrar demais as bromélias, mantendo a base das folhas acima do solo. Não use um vaso muito grande, pois há perigo de umidade excessiva nas raízes. Não permita que a planta fique “balançando” no vaso, fixe-a bem, pois isto poderá danificar o tenro desenvolvimento das novas raízes.
Estaqueie a planta se necessário, até que as raízes estejam bem desenvolvidas. Coloque sempre uma boa camada de cacos de telha ou pedriscos no vaso, que deve ser sempre furado nas laterais ou no fundo. As bromélias gostam de ter suas raízes molhadas, mas sempre de forma bastante moderada. O mais importante é molhar as folhas e manter sempre o tanque central com água. Quando a temperatura ambiente estiver muito alta, borrife com água as folhas, mas nunca sob luz solar direta e nas horas mais quentes do dia. Plantas de folhas macias, apreciam ambiente mais úmido do que plantas de folhas rígidas. Bastante claridade em luz difusa é apreciada pela maioria das bromélias. Em geral plantas com folhas rígidas, estreitas e espinhentas, tal como folhas de cor cinza-esverdeada, cinza, avermelhada ou prateada gostam de maior luminosidade durante maior período de tempo, alguns até mesmo sol pleno. Plantas de folhas macias, de cor verde ou verde-escuro, apreciam lugar com menor intensidade de luz, mas nunca um local escuro.
Cuidados com a dengue – face o avanço da epidemia de dengue, as bromélias tornaram-se alvo de suspeitas como possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da moléstia. As bromélias não são criadouros preferenciais. Mas, com o avanço da moléstia, à mercê de um enorme descuido das autoridades de saúde, a ordem é enfrentar o mosquito e não deixar que as bromélias sejam estigmatizadas e transformadas em bodes expiatórios. Nesses dias em que a dengue fugiu ao controle, ninguém deve correr riscos.
I – Para pessoas que possuem poucas plantas em casa ou no apartamento: 1- deverão ter sua água trocada pelo menos duas ou três vezes por semana. A água deverá ser entornada sobre a terra ou longe dos ralos; 2- regar as plantas com calda de fumo (fumo de rolo ou de cigarro colocado em dois litros d’água de um dia para outro ou fervido) ou com solução de água sanitária (uma colher de chá de sanitária para um litro d’água) duas vezes por semana; 3- recomenda-se a aspersão de todo o ambiente onde as plantas estão com inseticida aerosol piretróide com propelente à base de água (evitar aqueles com querosene) duas vezes por semana; 4- se possível, utilizar todas essas medidas em conjunto para segurança total.
II – Bromélias plantadas no chão, em residências ou condomínios: recomenda-se o uso de um larvicida biológico facilmente encontrado no mercado agropecuário, que atua no controle exterminando as larvas de Aedes aegypti e outros mosquitos. Basta aplicá-lo diretamente sobre os recipientes com água parada, onde possa haver criadouros de mosquitos, como pratos de vasos, bromélias, ralos, pneus, garrafas, etc. Não há perigo para animais domésticos ou para o homem. Outras alternativas são os inseticidas comerciais, comercializados com recomendação agronômica, uma vez por semana e esse serviço deve ser realizado por empresas de manutenção profissional que tenham agrônomo responsável.
IMPORTANTE: Para acabarmos com o mosquito, o controle deverá ser permanente, quebrando o ciclo do mosquito. Os ovos do Aedes aegypti ficam viáveis por até 400 dias e, com isso, se não houver atenção até o ano seguinte, ele retornará ainda pior em todos os focos conhecidos. Ameaças – a extração indiscriminada e ilegal de bromélias nas matas está levando à extinção várias espécies.
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou acessar informações do dispositivo. O consentimento para essas tecnologias nos permitirá processar dados como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamente certos recursos e funções.