Há várias espécies conhecidas como paineira no Brasil, quase todas pertencendo ao gênero Ceiba (antes, Chorisia) da família Malvaceae (antes, Bombacaceae). De todas, a mais conhecida é a paineira da espécie Ceiba speciosa, nativa das florestas brasileiras e da Bolívia.
Árvore imponente, linda e exuberante floração e curiosa em relação a seu fruto e seu tronco. O fruto é grande e se abre quando maduro, liberando boa quantidade de paina-sedosa, entremeada com as sementes que são carregadas pelo vento. A paina é uma fibra fina e sedosa, mas pouco resistente, não de grande proveito na confecção de tecidos, mas como preenchimento de travesseiros, almofadas e pelúcias. É uma árvore tropical, mas tolera o frio, desde que não seja muito intenso.
Seu tronco é coberto de acúleos em formato de cones, que são bastante numerosos em plantas jovens e diminuindo conforme sua idade avança. Os acúleos são semelhantes a espinhos, mas diferem destes por não apresentarem vascularização e, portanto destacam-se das plantas com facilidade sem provocarem maiores danos ao vegetal. Outra curiosidade é que a espécie também realiza fotossíntese pelo tronco, o que é uma vantagem nas estações do ano em que a árvore perde suas folhas. Mais uma característica curiosa é que seu tronco engrossa na base parecendo uma barriga originando o nome dado em muitas regiões – barriguda.
PAINEIRA (Ceiba speciosa)
Ocorrência – da Paraíba ao Rio Grande do Sul.
Outros nomes – paineira rosa, árvore de paina, paina de seda, árvore de lã, barriguda, paineira fêmea, paineira de espinho, paineira branca
Características – árvore decídua que atinge 30 m de altura, com tronco retilíneo e cilíndrico, cinzento-esverdeado, com engrossamento próximo à base (barriga), 80 a 120 cm de diâmetro. Apresenta acúleos grandes e piramidais na casca, principalmente nos ramos jovens. Copa ampla, muito ramificada, provida de densa folhagem durante o verão. Folhas alternas, digitadas, com 5 a 7 folíolos peciolulados, glabros, elípticos, com margem serreada e nervura central proeminente em ambas as faces, com 6 a 12 cm de comprimento e 2 a 6 cm de largura. Pecíolo de 4 a 15 cm de comprimento.
Flores solitárias axilares, corola de coloração rósea a arroxeada. Fruto cápsula globosa, de forma bastante variável, redonda ou alongada, geralmente oblonga, lisa, coriácea, brilhante, com 12 a 22 cm de comprimento e 4 a 8 cm de diâmetro, cinco lóculos deiscentes, de cor parda, com numerosas sementes envoltas por pêlos brancos (paina), se abre quando maduro liberando boa quantidade de paina-sedosa, entremeada com as sementes que são carregadas pelo vento. Cada fruto produz, em média, 120 sementes marrom-escuras a pretas, pequenas, achatadas, redondas, envoltas pela paina, muito leves, elásticos e lustrosos, dispostas em cinco fileiras. As sementes contêm óleo. A paina é uma fibra fina e sedosa, mas pouco resistente. Um Kg de sementes contém 5.700 unidades.
Habitat – formações florestais do complexo atlântico e nas florestas estacionais deciduais e semidecimais ao longo dos cursos d’água.
Propagação – sementes
Madeira – leve e mole, de baixa densidade quando jovem e maior na fase adulta, de pouca durabilidade, fácil de trabalhar.
Utilidade – madeira usada na fabricação de canoas e para caixotaria, com potencial para a produção de pasta celulósica. A paina serve para encher colchões, travesseiros e almofadas. Pela sua rusticidade e beleza de floração e devido ao tronco grosso e a paina branca presa à planta, é muito utilizada para a ornamentação de parques e ruas. É ótima para plantios mistos em áreas degradadas.
Florescimento – dezembro a abril
Frutificação – agosto a setembro
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