Um vaso sanitário que não utiliza água e ainda produz composto orgânico.
Poderíamos estar falando do banheiro seco, aplicado na permacultura, mas não: trata-se do modelo tecnológico apresentado por Bill Gates!
A novidade do vaso é que ele recebe produtos químicos para transformar dejetos humanos em fertilizante. Tanto os dejetos líquidos quanto sólidos podem passar pelo processo, sem fazer uso de água ou precisar de uma rede de esgoto para conduzir os excrementos.
Apresentado durante o Reinvented Toilet Expo, na China, não é de hoje que o vaso sanitário vem sendo desenvolvido. A tecnologia objetiva direcionar os resíduos sólidos para serem incinerados e para a produção de energia, usada para manter o próprio sistema ou abastecer pequenos dispositivos móveis. Já as cinzas residuais desse processo poderiam ser usadas como fertilizantes naturais.
Impacto
Imagine a economia de água que a invenção pode gerar. De acordo com a Sabesp, companhia de abastecimento de água de São Paulo, um vaso sanitário com válvula e tempo de acionamento de seis segundos gasta cerca de 12 litros. Quando a válvula está defeituosa, pode chegar a gastar até 30 litros.
Já a rede de esgoto, além de qualquer economia, pode impactar diretamente as regiões onde faltam as instalações básicas. Pode ser uma solução para áreas remotas ou em locais em que simplesmente o saneamento não existe.
Gates estima que a tecnologia pode ajudar a evitar a morte de 500 mil crianças e ainda economizar US$ 233 bilhões por ano em tratamento de doenças como diarreia e cólera.
Básico que não é básico
“Quando você pensa em coisas que são básicas, junto com a saúde e ter o que comer, ter uma privada faz parte desta lista”, afirmou Gates durante a apresentação, onde chegou a palestrar com um pote de fezes nas mãos. Ainda segundo ele mais da metade da população mundial não tem acesso a privadas sanitárias adequadas, por isso, a tecnologia poderia revolucionar a vida de muitas pessoas. Ela pode assegurar melhores condições de saúde e gerar economia para governos devido a prevenção de doenças pela não exposição aos resíduos, como é comum em áreas muito pobres.
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