Como a tecnologia de monitoramento animal pode ser uma aliada dos produtores de leite na identificação de doenças de forma precoce na fase de transição, e tornar a atividade ainda mais eficiente e produtiva
Esses foram alguns dos aspectos abordados no webinar “Uso de recursos de inteligência animal e o impacto na saúde”, promovido pela Allflex, líder mundial em identificação e monitoramento animal, no dia 16/06.
Prejuízos gigantescos
De acordo com estudos apresentados, os prejuízos econômicos que as doenças em período de transição (é o intervalo compreendido entre as três semanas que antecedem o parto e as três semanas após) trazem aos produtores são gigantescos.
Problemas advindos de mastites, por exemplo, podem custar cerca de R$ 1.629/animal em primíparas (a novilha torna-se primípara após o primeiro parto) e R$ 2.132/animal de prejuízo se a vaca for multípara (a partir do momento que a vaca tem o segundo parto, ela é considerada multípara). Já os custos associados à hipercetonemia podem chegar a R$ 585/animal e a hipocalcemia clínica pode causar prejuízos da ordem de R$ 1.200/animal.
O uso destas tecnologias de monitoramento e correlacionando ao tempo de ruminação possibilita a identificação de forma precoce dos animais que terão hipercetonemia, por exemplo, no início da sua lactação, pois já apresentam uma queda de consumo nos dias que antecedem o parto.
Uma informação que chamou a atenção dos pesquisadores é que, embora a manifestação da doença esteja entre cinco e dez dias pós-parto, é possível notar que as vacas que apresentam hipercetonemia e mais alguma enfermidade são as vacas que mostraram consumo deprimido no pré-parto e que demoram a restabelecer um padrão em tempo de ruminação.
Antecipação de quadros de doenças
Pelo monitoramento, é possível correlacionar as informações de queda de ruminação e aumento de desconforto do animal, então o sistema gera um alerta pelo cruzamento de informações, indicando que a vaca está entrando em trabalho de parto.
É importante também monitorar animais no pós-parto, pois, por meio da tecnologia, é possível identificar se a vaca está se recuperando de forma adequada. Com o acompanhamento da evolução de uma vaca que não tem problemas na transição, com 21 dias de DEL (dias em lactação), ela já está produzindo 40 litros de leite, o que indica que está recuperada e saudável.
Já um animal que possui problemas no pós-parto vai demorar mais dias para atingir a produção ideal de leite. Com a queda constante de ruminação, o sistema emite vários alertas de saúde, que podem indicar uma cetose, por exemplo, quando é necessária uma intervenção ou exame clínico desse animal.