Pesquisa mostra que variedade proporcionou teor de proteína bruta superior a 10,70% no período de corte de 28 dias com boa digestibilidade
Este híbrido é proveniente do cruzamento das espécies Brachiaria brizantha x Brachiaria ruziziensis e foi criado com o intuito de ser resistente às secas. A planta é uma opção para os produtores e pecuaristas que procuram boa produtividade. Sua alta resistência a períodos de estiagem é atrelada às suas raízes mais longas (pode atingir até 4 m) que as da maioria das braquiárias cultivadas no Brasil, permitindo que busque água em camadas mais profundas da terra e gerando maior eficiência. Os benefícios da brachiaria de alta qualidade para fenação foram pesquisados pela Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UNB).
O estudo destacou a Brachiaria híbrida Mavuno pela elevada produtividade em comparação a outros tipos de forrageiras, com maior produção de massa seca, boa digestibilidade do feno e manutenção de elevado valor nutricional. Os resultados confirmam observações de campo sobre o desempenho do capim Mavuno tanto em pasto convencional quanto na conservação de forragem.
A fenação é uma prática comum entre pecuaristas para conservar forragens de alta qualidade, especialmente em períodos de escassez. O processo envolve a desidratação da planta, resultando em um produto nutritivo e com baixo nível de perdas, que pode ser armazenado por longos períodos. O feno é um suplemento caro utilizado na pecuária avançada, e a qualidade do feno depende da qualidade da forragem original.
O experimento, conduzido na Fazenda Água Limpa (FAL) da UNB, no Distrito Federal, teve como objetivo medir a produção de feno por hectare, teor de proteína bruta, fibra em detergente neutro, digestibilidade in vitro da matéria seca e produção de gases in vitro. As amostras foram coletadas em três áreas distintas de pasto com Mavuno, em quatro períodos de corte (28, 35, 42 e 49 dias).
Os resultados mostraram que o corte aos 42 dias produziu o maior volume de feno: 5.211,20 kg por hectare. O teor de proteína bruta foi mais alto no corte de 28 dias, alcançando 8,41%, com algumas amostras superando 10,70%. Surpreendentemente, o corte aos 49 dias também apresentou bom teor de proteína, 6,32%. Os testes de digestibilidade in vitro e fermentação indicaram que o feno de Mavuno manteve alta digestibilidade, mesmo com o avanço da idade da planta, o que favorece o consumo de matéria seca pelos animais. As melhores idades de corte variaram entre 35 e 42 dias, com boa produção e qualidade nutricional, e mesmo aos 49 dias, a digestibilidade ainda era elevada.
A pesquisa conclui que o feno de capim Mavuno tem excelente potencial de qualidade e é bem aproveitado pelos animais, mantendo um valor nutricional superior ao de outras variedades de Brachiaria. O capim Mavuno é um híbrido que se mostra versátil a cada novo resultado científico. Já estão comprovadas suas características e seu potencial para melhorar a produtividade da pecuária brasileira.