As queimadas concentraram-se principalmente na amazônia e no cerrado e só MT contabiliza mais de 1,6 milhão de hectares consumidos pelo fogo
O Brasil registrou em agosto de 2024 o maior número de focos de queimadas dos últimos 14 anos, totalizando 68.635 ocorrências, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esse número é 145% maior que o registrado no mesmo mês de 2023 e o mais alto desde 2010, quando foram contabilizados 90.444 focos. De 1º de janeiro até 7 de setembro de 2024, foram identificados 156.023 focos de fogo no território brasileiro. Essa é a maior quantidade de focos para o período desde 2010, quando foram registrados 163.408 focos de queimadas.
As queimadas concentraram-se principalmente na amazônia e no cerrado, que juntos representaram mais de 80% dos focos registrados. O cerrado, em particular, vive uma situação alarmante, com 18.620 focos de queimadas apenas em agosto, mais que o dobro dos 6.850 focos do mesmo período em 2023. No Mato Grosso, a devastação foi severa, com mais de 1,6 milhão de hectares consumidos pelo fogo, levando o estado a decretar emergência devido à seca intensa e à propagação dos incêndios, que resultaram na morte de dois brigadistas em um intervalo de três dias.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destaca que a fumaça se espalha cobrindo quase 5 milhões de quilômetros quadrados – cerca de 60% do território brasileiro. O cenário se agrava com o alerta emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que indicou risco potencial de novos incêndios devido à baixa umidade. O aviso aponta que a umidade relativa do ar na região deve variar entre 20% e 30%, aumentando o risco de novos focos de queimadas e problemas de saúde associados. O Inmet recomenda que a população se hidrate adequadamente, evite esforços físicos durante os períodos mais secos do dia e minimize a exposição ao sol nas horas de maior calor.
Foto de topo – Queimada – Foto: Sérgio Vale