Sem intervenção adequada, essas preciosas formas de vida enfrentam a ameaça iminente da extinção completa, um destino que poderia privar nosso planeta de sua riqueza biológica e diversidade
Após oito anos, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ligado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), divulgou a atualização da lista de animais ameaçados de extinção no Brasil.
Segundo o levantamento, 1.253 espécies estudadas, distribuídas pelos sete biomas do país, estão classificadas como vulneráveis, em perigo ou criticamente em perigo, representando 8,6% do total de 14.785 espécies avaliadas.
Destaque negativo para a Mata Atlântica, que lidera com o maior número de espécies ameaçadas. Comparado ao estudo de 2014, 219 novas espécies foram incluídas na categoria de risco de extinção, como o boto do araguaia (Inia araguaiaensis), a toninha (Phocoena phocoena), o trinta-réis-de-bando(Thalasseus acuflavidus) e o peixe da chuva (Rivulídeos com várias espécies como Leptopanchax opalescens). As espécies que constam na lista estão divididas nos seguintes grupos:
Nem tudo é má notícia
Apesar dos números alarmantes, o estudo também revela avanços na conservação da biodiversidade. Um total de 144 espécies saíram da lista de ameaçadas de extinção, indicando impactos positivos das iniciativas de preservação.
Um exemplo notável é a recuperação das tartarugas marinhas no Brasil, onde quatro das cinco espécies melhoraram seus estados de conservação e uma, a tartaruga verde (Chelonia mydas), deixou a lista de ameaçadas. No entanto, a manutenção desses avanços requer contínuos esforços de conservação para garantir a sobrevivência dessas espécies.
Mas, afinal, o que significa “animais em extinção”?
Animais em extinção representam espécies ameaçadas que correm o risco iminente de desaparecerem da Terra. Este status preocupante é resultado de uma série de fatores, incluindo a destruição de habitats naturais, atividades de caça e pesca predatórias, introdução de espécies invasoras, desastres naturais e, de forma mais impactante, a influência direta das ações humanas.
Essa realidade alarmante ressalta a urgência de medidas de conservação e preservação. Sem intervenção adequada, essas preciosas formas de vida enfrentam a ameaça iminente da extinção completa, um destino que poderia privar nosso planeta de sua riqueza biológica e diversidade.
Classificações de Risco de Extinção
A IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) desempenha um papel fundamental na avaliação e classificação do risco de extinção das espécies. Suas categorias de classificação oferecem uma visão abrangente do estado de conservação de cada espécie, destacando os desafios enfrentados pela biodiversidade em todo o mundo. Aqui estão as principais categorias:
- Extinto (Extinct – EX): Indivíduos da espécie desapareceram completamente, não havendo representantes em cativeiro ou na natureza.
- Extinto na natureza (Extinct in the Wild – EW): A espécie só é encontrada em cativeiro, não existindo mais em seu habitat natural.
- Criticamente em perigo (Critically Endangered – CR): Espécies nesta categoria enfrentam um risco extremamente alto de extinção na natureza.
- Em perigo (Endangered – EN): Existe um alto risco de extinção para espécies classificadas como em perigo em seu habitat natural.
- Vulnerável (Vulnerable – VU): Essas espécies enfrentam riscos significativos de extinção na natureza.
- Quase ameaçado (Near Threatened – NT): Embora ainda não atendam aos critérios de ameaça, essas espécies enfrentam possíveis riscos de extinção no futuro próximo.
- Pouco preocupante (Least Concern – LC): Espécies com ampla distribuição e populações saudáveis se enquadram nesta categoria.
- Dados insuficientes (Data Deficient – DD): Não há dados suficientes para determinar o status de conservação dessas espécies.
- Não avaliado (Not Evaluated – NE): Espécies que ainda não foram avaliadas segundo os critérios da IUCN.
Essas classificações oferecem uma base importante para orientar esforços de conservação e preservação em todo o mundo, visando proteger a diversidade biológica para as gerações futuras.
Fatores que podem levar à extinção
Como já citamos, vários fatores podem estar associados à extinção das espécies. Temos o registro de uma grande extinção em massa, por exemplo, no período Cretáceo-Terciário, quando houve a extinção dos dinossauros, relacionada à queda de um meteorito em nosso planeta. Nessa situação, a extinção ocorreu como consequência de um desastre ambiental.
Hoje, no entanto, a maioria das extinções estão relacionadas com a ação humana. O homem pode provocar a extinção de uma espécie de diferentes formas. Uma das principais delas é a destruição do habitat como consequência de, por exemplo:
- expansão da agricultura e pecuária,
- extração de madeira,
- urbanização,
- queimadas e incêndios, entre outras.
- caça e pesca predatórias,
- tráfico de animais,
- inserção de espécies em uma nova área (espécies invasoras),
- uso excessivo de recursos naturais,
- poluição.
Além disso, não podemos deixar de citar as mudanças climáticas, as quais estão relacionadas também com as agressões ao meio ambiente provocadas pelo ser humano.
Algumas espécies ameaçadas de extinção no Brasil
- Arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari)
- Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii)
- Mutum-do-sudeste (Crax blumenbachii)
- Soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanni)
- Rolinha-do-planalto (Columbina cyanopis)
- Jacamim-de-costas-escuras (Psophia obscura)
- Cardeal amarelo (Gubernatrix cristata)
- Saíra apunhalada (Nemosia rourei)
- Bicudo (Sporophila maximiliani)
- Pato mergulhão (Mergus octosetaceus)
- Tartaruga de couro (Dermochelys coriacea)
- Jararaca-de-alcatrazes (Bothrops alcatraz)
- Papa vento (Enyalius erythroceneus)
- Rãzinha-pulga (Adelophryne maranguapensis)
- Sapinho da montanha (Brachycephalus pernix)
- Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia)
- Cuxiú preto (Chiropotes satanas)
- Bugio marrom do norte (Alouatta guariba guariba)
- Muriqui do norte (Brachyteles hypoxanthus)
- Cachorro-vinagre (Speothos venaticus)
- Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus)
- Cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus)
- Onça pintada (Panthera onca)
- Peixe-boi-da-amazônia (Trichechus inunguis)
- Peixe boi marinho (Trichechus manatus)
- Baleia-franca-austral (Eubalaena australis)
- Toninha (Pontoporia blainvillei)
- Boto cor de rosa (Inia geoffrensis)
- Boto cinza (Sotalia guianensis)
- Pirá brasília (Simpsonichthys boitonei)
- Tubarão-mako (Isurus oxyrinchus)
- Tubarão-martelo-panã (Sphyrna mokarran)
- Piracamjuba (Brycon orbignyanus)
- Borboleta-azul (Morpho menelaus eberti)
- Borboleta ribeirinha (Parides burchellanus)
Conheça mais sobre alguns dos motivos da extinção dos animais
Desmatamento
O desmatamento ou desflorestamento refere-se à eliminação total ou parcial de qualquer tipo de cobertura vegetal. Atualmente, é considerado um dos maiores problemas ambientais.
Desmatamento no Brasil
No Brasil, houve um avanço no desmatamento com a chegada dos portugueses em 1500, os quais exploravam o pau-brasil para venda na Europa. Contudo, com a Revolução Industrial do século XVIII, o desmatamento mundial alcançou uma aceleração sem precedentes. O Brasil, assim como outros países tropicais, sofre com elevadas taxas de desmatamento. Entre as causas do desmatamento, destacam-se:
- Atividade agrícola e pecuária, responsável por 80% do desmatamento mundial;
- Urbanização;
- Exploração comercial de madeira, principalmente madeira de lei.
Estima-se que desde 1970, o Brasil já perdeu 18% das suas florestas por conta do desmatamento. Em tamanho, esse valor equivale ao território dos estados Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Apesar de alguns anos mostrarem redução nas taxas de desmatamento, sabe-se que ele tem aumentado ao longo do tempo em todo o Brasil.
Desmatamento na Amazônia
O desmatamento é a atividade humana que mais afeta a Amazônia. A área desmatada já é maior que o território da França. Para se ter um exemplo da ameaça do desmatamento para a conservação da Amazônia, em 2001, as áreas desmatadas compreendiam 11% da Floresta Amazônica brasileira. Quase 80% das áreas desmatadas da Amazônia tornaram-se passagens ou florestas em regeneração.
Entre 2015 e 2016, o desmatamento da Amazônia atingiu 7.989 km2, conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esse valor representa aumento de cerca de 30% em relação ao registrado entre 2014 e 2015. O arco do desmatamento é a região de 500 mil km2 onde se concentra o corte da floresta na Amazônia. Ele compreende os extremos leste e sul da região, nos estados de Rondônia, Acre, Mato Grosso e Pará.
Nessa região, a atividade agrícola, especialmente produção de soja, avança para o interior da floresta e compromete a sua conservação. Para conter o desmatamento da Amazônia, em 2004, foi criado o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal. A região também é monitorada por satélites para que as áreas desmatadas possam ser registradas e os responsáveis pela ação sejam punidos.
Desmatamento na Mata Atlântica
A Mata Atlântica representa o primeiro bioma brasileiro a ser desmatado. A devastação da floresta iniciou ainda na época da colonização com a exploração do pau-brasil. Atualmente, restam menos de 12% da sua cobertura vegetal original. No período de 2015 a 2016, os estudos indicam um desmatamento de 290 Km2, na Mata Atlântica, o que representa um aumento de 57,7% em relação ao período anterior. A Bahia foi o Estado que mais desmatou.
Desmatamento no Cerrado
A atividade agropecuária é a principal responsável pelo desmatamento do Cerrado. Como nos outros biomas brasileiros, as suas taxas de desmatamento também estão aumentando. O Cerrado perdeu 9.483 km2 de vegetação no ano de 2015. Esse valor é superior ao desmatamento da Amazônia, no mesmo ano. Estima-se que existam apenas 20% da sua vegetação original. Algumas projeções indicam que se a devastação da área não for controlada, o Cerrado pode desaparecer até 2030.
Quais são as consequências do desmatamento?
O desmatamento possui uma série de consequências que não se resumem apenas ao ambiente natural, mas também à vida dos seres humanos. As florestas impedem a erosão e desertificação do solo, reciclam o gás carbônico e auxiliam na harmonização climática, especialmente no regime de chuvas.
As principais consequências do desmatamento são:
- Perda de biodiversidade;
- Exposição do solo à erosão;
- Perda de serviços ambientais;
- Desertificação;
- Aquecimento global;
- Contribuição para intensificação do efeito estufa, pois o desmatamento libera quantidades significativas de gases de efeito estufa.
E quais as suas causas?
O desmatamento pode ter alguma causa natural, porém, a atividade humana é a principal responsável pelo processo. As causas do desmatamento são variadas, mas incluem desde a necessidade pelos produtos da floresta (madeira, remédios, frutos, fibras, caça, etc), até a expansão das cidades. Um fato é que o ser humano destrói essas áreas desde os tempos pré-históricos para atender as suas necessidades. Uma das formas de realizar o desmatamento é através das queimadas.
Queimadas: Método destrutivo e cruel
As queimadas são frequentemente utilizadas como um método para acelerar o processo de desmatamento. Esta prática consiste na queima controlada da vegetação, seja para limpar áreas para a agricultura, pecuária ou para a exploração madeireira. Embora seja considerada uma técnica rápida e econômica para a preparação de terras, as queimadas têm impactos devastadores no meio ambiente e na saúde humana.
Como Funcionam as Queimadas?
As queimadas geralmente ocorrem durante os períodos secos do ano, quando a vegetação está mais suscetível a incêndios. Elas são iniciadas através do uso de fogo, seja por meio de tochas, fósforos ou até mesmo por ignição natural, como raios. Uma vez iniciado, o fogo se propaga rapidamente pela vegetação seca, consumindo árvores, arbustos e materiais orgânicos no solo.
Combate e Prevenção
Para combater e prevenir as queimadas, são necessárias medidas eficazes de fiscalização, educação ambiental e políticas de conservação. Isso inclui a implementação de legislações rigorosas contra o uso indiscriminado do fogo, o monitoramento por meio de satélites para detecção precoce de focos de incêndio e o incentivo a práticas sustentáveis de manejo da terra.
Tráfico de animais
O tráfico de animais é o comércio ilegal de animais silvestres que são retirados da natureza. Esta é uma atividade ilícita que ocorre em todo o mundo. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), somente o tráfico de drogas e de armas gera mais dinheiro ilegal que o tráfico de animais.
Tráfico de animais no Brasil
O tráfico de animais silvestres no Brasil, segundo dados do IBAMA, provoca a retirada anual de aproximadamente 38 milhões de exemplares das florestas e matas. Destes, cerca de 4 milhões são comercializados ilegalmente. O alto índice de retirada dos animais de seu habitat coloca em risco de extinção um número cada vez maior de animais, além de contribuir com a exploração econômica de florestas.
Os animais capturados no Brasil, em sua maioria, são comercializados no território brasileiro, sendo que as regiões mais afetadas são o Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Dessa forma, os biomas Cerrado, Caatinga e Amazônia são os mais afetados, além do Pantanal.
Urbanização
A Urbanização é um fenômeno que está ligado ao crescimento populacional e territorial das cidades. Ele é fruto do crescimento vegetativo natural das próprias cidades, somado aos fluxos migratórios vindos do campo. Portanto, a urbanização está intrinsecamente ligada à migração das populações rurais para as áreas urbanas. Esse processo é chamado de êxodo rural.
O processo de urbanização
Assistimos hoje em dia a hegemonia da cidade sobre o campo, com o processo de urbanização crescente. Estudos apontam que dois terços da população mundial devem viver em cidades até 2050. Vale notar aqui a relação de interdependência entre a cidade e o campo. Enquanto o campo produz segundo a lógica do capitalismo ditado pelas cidades, essas, por sua vez, dependem da produção do campo para sobreviver.
Isso engloba as facilidades que a infraestrutura das áreas urbanas oferece, como água, esgoto, gás, eletricidade, transporte, educação, saúde, etc. Esses fatores atrativos das cidades também são fortalecidos pelos fatores repulsivos, como os desastres naturais. Esses problemas expulsam as pessoas do campo e outras regiões ermas e não urbanizadas.
Urbanização e planejamento urbano na atualidade
Atualmente não é raro encontrarmos cidades que cresceram tanto que acabaram por se fundir a outras, no processo que chamamos de “conurbação”. Estas regiões metropolitanas podem abrigar milhões de pessoas, onde o planejamento urbano se torna essencial. Isso porque ele que determina a natureza dos processos de urbanização, sendo responsável direto pelo nível de qualidade de vida nas cidades.
A tendência atual é a de desconcentração industrial e, portanto, populacional. Com o inchaço das grandes cidades, seu crescimento fica cada vez mais inviável, tanto pela falta de espaço físico como pelo alto custo de vida. Sendo assim, as cidades médias começam a surgir como alternativa para as empresas e para as pessoas. As empresas se beneficiam com terrenos mais baratos e impostos mais baixos, enquanto encontram cidades em expansão, com maiores oportunidades de emprego e um menor custo de vida.
Problemas da Urbanização
A urbanização nos países desenvolvidos, como Europa, Estados Unidos e Japão, é mais antiga e foi marcada por um desenvolvimento cuidadoso, gradual e planejado, resultando em cidades estruturadas. Isso não quer dizer que não existem problemas, mas sim que os problemas surgiram antes e, consequentemente, foram resolvidos antes. Fatores econômicos e políticas também interferiram e interferem na solução destes problemas.
No entanto, nos países pobres, a urbanização foi rápida e caótica, acarretando problemas como desemprego, desigualdades sociais, violência, ocupações desordenadas, enchentes e trânsito excessivo. A formação de favelas e comunidades também foi e é comum nestes países. A população de renda mais baixa normalmente não consegue arcar com moradias em regiões mais centrais, assim, passam a viver em áreas periféricas que são mais baratas, porém, costumam apresentar mais problemas.
Por fim, tanto nos países desenvolvidos como nos países pobres, problemas urbanos como poluição, congestionamento, falta de moradia acessível e infraestrutura inadequada também se apresentam como desafios a serem enfrentados.
Poluição
Poluição é a introdução de substâncias ou energia de forma acidental, ou intencional no meio ambiente, com consequências negativas para os seres vivos. A poluição passou a ser mais intensa a partir da Revolução Industrial(https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/revolucao-industrial.htm) que culminou no aumento da industrialização e urbanização. Atualmente, é considerada um grave problema ambiental. No Brasil, a poluição é enquadrada como crime, através da Lei nº 6.938. de 31 de agosto de 1981 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), o qual se ocupa da Política Nacional do Meio Ambiente.
Causas
A poluição ambiental é qualquer atividade capaz de causar danos ao meio ambiente. É resultado do excesso de liberação de poluentes, matérias ou energia.
Exemplos:
- O carbono gerado por diversos veículos diariamente, que em contato com o oxigênio, produz dióxido de carbono;
- A utilização de material descartável, que promove produção de lixo em demasia nas nossas casas e inibe a reciclagem;
- A publicidade constante nas ruas ou a quantidade de fios pendurados nos postes;
- A exposição de ruídos cotidianamente – seja o barulho dos carros, seja a televisão alta ou muitas pessoas a falar ao mesmo tempo, os eletro domésticos a funcionar ou campainhas a tocar.
Tipos de Poluição
Os agentes que causam a poluição são denominados de poluentes. De acordo com os seus poluentes, existem os seguintes tipos de poluição:
Poluição da Água
A poluição da água é a contaminação dos recursos hídricos, através da liberação de compostos físicos, químicos e biológicos prejudiciais aos seres vivos. Ela destrói fontes de alimentos, ocasiona a morte de animais aquáticos e contamina a água potável. Entre as causas da poluição da água estão:
- Lançamento de esgoto em ambientes aquáticos;
- Despejo de lixo diretamente no mar, rios ou lagos;
- Vazamento de petróleo decorrente de acidentes marítimos;
- Poluição dos lençóis freáticos com os pesticidas que são levados pela chuva.
Poluição do Ar ou Atmosférica
A poluição do ar ou poluição atmosférica é resultado do lançamento de grandes quantidades de gases, ou de partículas líquidas, ou sólidas na atmosfera. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que a maior parte das populações urbanas do mundo sofre uma exposição média de poluentes no ar bastante superior ao que é considerado aceitável.
Considera-se como razoável, 20 microgramas de poluentes por metro cúbico. Em São Paulo, por exemplo, essa média é de 38 microgramas por metro cúbico. Uma peculiaridade da poluição atmosférica é que pode ameaçar o ambiente em uma escala global. Isso se deve a circulação de gases na atmosfera que se estende muito além das fontes de poluição.
Entre as causas da poluição do ar estão:
- Excesso de liberação de ácido nítrico, dióxido de carbono e monóxido de carbono, dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio, entre outros. Em decorrência da atividade das indústrias, veículos e incineração de lixo;
- Vulcões;
- Desmatamento;
- Queimadas;
Os problemas ambientais ocasionados pela poluição do ar são o efeito estufa e a chuva ácida. Entre as doenças causadas pela poluição do ar estão o câncer, doenças respiratórias e alergias, doenças nos olhos.
Poluição Térmica
A poluição térmica é a liberação de água aquecida para os ambientes aquáticos. Essa situação é nociva para as espécies que são intoleráveis a mudanças de temperatura. É um tipo de poluição menos conhecida. Resulta da alteração da temperatura do ar e da água utilizada sobretudo pelas usinas hidroelétricas, termoelétricas e nucleares. O aquecimento das águas provoca ainda redução da concentração de gás oxigênio disponível para os organismos aquáticos.
Poluição do Solo
A poluição do solo corresponde a qualquer mudança em sua natureza, causada pelo contato com produtos químicos, resíduos sólidos e líquidos. Essa situação torna o solo improdutivo e ocasiona a morte dos seres vivos que dele dependem. São causas da poluição do solo:
- Liberação de poluentes no solo como: solventes, detergentes, lâmpadas fluorescentes, componentes eletrônicos, tintas, gasolina, diesel, óleos automotivos e chumbo;
- Despejo de lixo doméstico, resíduos de atividades industriais e esgoto diretamente no solo.
Poluição Visual
A poluição visual é característica de áreas urbanas e consiste no excesso de placas, postes, outdoors, banners, cartazes e veículos de anúncios. Além disso, inclui a degradação urbana fruto das pichações, excesso de fios de eletricidade e acúmulo de resíduos.
Esse tipo de poluição causa um certo desconforto visual, estresse e modifica a paisagem da cidade. Pode até mesmo causar acidentes de trânsito, ao distrair os motoristas ou esconder sinalizações. Entre as causas da poluição visual estão a cultura de estímulo ao consumismo e o excesso de campanhas publicitárias nos centros urbanos.
Poluição Sonora
A poluição sonora é o excesso de ruídos que afeta a saúde física e mental da população e animais. É causada pelo barulho excessivo de indústrias, meios de transportes, obras, aparelhos de som, entre outras atividades. Para alguns ambientalistas, é considerada a forma de poluição mais prejudicial à saúde humana. Isso porque causa problemas auditivos, dor de cabeça, insônia, agitação e dificuldade de concentração.
Poluição Radioativa
A poluição radioativa ou nuclear designa a poluição gerada pela radiação. A radiação é um fenômeno químico que pode ter uma fonte natural ou criada pelo homem. A poluição radioativa surge pela energia nuclear ou atômica produzida pelas usinas nucleares. O tipo de lixo gerado é chamado de lixo radioativo ou nuclear. É considerada o tipo de poluição mais perigosa do mundo, devido aos efeitos que pode originar.
Entre as principais consequências para o ser humano estão:
- Deformidades crônicas;
- Problemas respiratórios e de circulação;
- Envenenamento;
- Diversos tipos de câncer;
- Perturbações mentais;
- Infecções;
- Hemorragias;
- Leucemia.
Para o meio ambiente pode contaminar uma grande área e afetar os seres vivos existentes.
Consequências
As consequências do meio ambiente poluído são causas de grande preocupação, tanto para a conservação da biodiversidade, como para o bem-estar dos seres vivos. A poluição pode acarretar problemas patológicos, destruição ambiental, alterações climáticas e extinção de espécies da fauna e flora.
Exemplos:
- Doenças e problemas respiratórios e de pele, alergias, doenças nos olhos, hepatite, micose, diarreia, otite, surdez;
- Má formação de feto;
- Estresse;
- Destruição da camada de ozônio;
- Morte de animais e plantas;
- Camada de fumaça encobrindo as cidades.
Soluções
Para cada tipo de poluição, existe uma solução possível. É preciso pensar em cada um deles a fim de desenhar um plano de resolução, mas o ponto de partida é a sensibilização para o problema e empenho de toda a sociedade. Cada setor pode desempenhar ações para evitar episódios de poluição.
Exemplos:
- Evitar o desperdício e, consequente acumulação de lixo;
- Optar por material biodegradável;
- Reciclagem;
- Utilizar protetores de ouvidos em algumas profissões;
- Fazer a manutenção dos carros;
- Promover a educação ambiental;
- Utilizar transportes públicos, deslocar-se de bicicleta ou caminhar;
- Jogar o lixo eletrônico em locais apropriados;
- Tratamento do esgoto;
- Elaboração de políticas voltadas ao enfrentamento dos problemas ambientais.
Vimos aqui que as diferentes formas de destruição ambiental, tanto nas áreas urbanas quanto em ambientes naturais, contribuem para modificações drásticas nos habitats e para e extinção das espécies. Qualquer elemento ou espécie que entre em extinção vai causar um desequilíbrio que certamente irá prejudicar a espécie humana.
Toda vegetação multifuncional, especialmente as árvores, atuam como verdadeiras purificadoras de ar. Além de contribuírem significativamente para diminuir a temperatura ambiente, são também responsáveis por provocar, de forma cíclica, a formação dos “rios voadores” contribuindo para o balanço hídrico equilibrado. Ou seja, o valor que qualquer pessoa conseguir estimar para as contribuições de um ecossistema equilibrado, estará sempre subestimado.
Enquanto a questão da biodiversidade não for tratada de maneira multissetorial no âmbito político-econômico, e ficar limitada ao setor de áreas exclusivamente ambientais, o desenvolvimento sustentável caminhará a passos lentos. Isso pode ter um custo irreversível diante desse crescimento desenfreado permeado por um “planejamento” insustentável, nada equilibrado.