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Brasil ultrapassa 10 milhões de hectares em florestas plantadas focando em sustentabilidade

Reflorestamento

O Brasil atingiu a marca de 10 milhões de hectares de florestas plantadas, posicionando-se como um dos principais produtores mundiais de madeira. Com forte investimento em sustentabilidade, a indústria madeireira brasileira prevê um crescimento expressivo nos próximos anos, impulsionado pela demanda global por madeira e derivados. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o consumo de madeira processada deve aumentar 37% até 2050.

A madeira, uma das matérias-primas mais utilizadas pela humanidade para construção, mobiliário e ferramentas, segue desempenhando papel fundamental na economia global. Em 2024, o mercado de madeira serrada deverá movimentar cerca de US$ 757,33 milhões. Empresários do setor preveem crescimento contínuo, apesar dos desafios impostos pela pandemia e pela guerra na Ucrânia. O cultivo de florestas plantadas reduz a pressão sobre as florestas nativas e contribui para o sequestro de dióxido de carbono ao longo do crescimento das árvores. Em 2022, a contribuição do setor de florestas plantadas ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil foi a maior em mais de uma década, o que destaca sua relevância econômica e ambiental. Trata-se de um setor essencial para a economia brasileira, que além de suprir as demandas de diversos setores também produz produtos florestais para exportação atendendo ao mercado externo.

Um mercado amplo e afinado com o conceito de sustentabilidade exige produtores e prestadores de serviços comprometidos com as boas práticas. O setor deve estar preparado para atender esse importante mercado do país, que tem um impacto positivo em relação ao meio ambiente sequestrando toneladas de carbono da atmosfera. A sustentabilidade se apresenta como uma vantagem incomparável das florestas plantadas, e o mercado agora vive uma fase de ajuste após o aumento da demanda durante a pandemia. Nada se compara à madeira quando se fala de sustentabilidade. O plantadores de florestas têm uma preocupação muito grande com o meio ambiente e comunidades vizinhas às suas áreas de atuação, exigindo o mesmo de seus prestadores de serviços.

Plantando uma muda de Pinus
Plantando uma muda de Pinus

A preocupação com as questões climáticas está no DNA do setor de florestas plantadas. O segmento tem um trabalho muito positivo no que diz respeito à conservação do meio ambiente e redução das emissões de carbono. E os números revelam que o mercado de árvores cultivadas tem feito a lição de casa. O setor planta, colhe e replanta em áreas antes degradadas. Isso representa um ganho significativo no processo de descarbonização.

O plantio de árvores produtivas substituindo os pastos de baixíssima produtividade traz ganhos para a terra, inclusive auxiliando no aumento de estoque de carbono no solo. As companhias de base florestal atuaram na recuperação de 25,8 mil hectares – 50% são áreas de pampa; 22,3%, mata atlântica; e 15%, na amazônia; e 12, 7%, no cerrado. No entanto, muito ainda se tem para recuperar. No Brasil existem 88 milhões de hectares com algum nível de degradação. O problema é muito sério, mas também uma oportunidade para que a agricultura possa avançar sem necessidade de derrubar uma árvore nativa sequer e o crescimento do setor de árvores cultivadas deve estar focado não na incorporação de mais terras e sim pela regeneração dessas áreas degradadas. Os produtos florestais gerados por meio do manejo florestal responsável contribuem para a preservação das florestas naturais preservando o meio ambiente, a fauna e flora, além de ser uma alternativa de reflorestamento dessas áreas degradadas.

Com os dois pés na bioeconomia, as empresas florestais trabalham com a ideia de aumentar a produtividade utilizando os mesmos ou menos recursos. Como exemplo, na década de 1970, a produtividade do eucalipto era de 10 m³/ha/ano. Hoje, após investimento em ciência e tecnologia, está em 38,9 m³/ha/ano, um empenho que se reflete inclusive na redução do uso de água durante o processo industrial, que caiu 75% desde a década de 1970.

Madeira plantada sustentável
Madeira plantada sustentável

Outro ponto importante diz respeito às áreas de conservação da mata nativa. Atualmente, 6,05 milhões de hectares compreendem Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs), Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais (RLs) dentro das fazendas. O Brasil ruma para uma atitude de maior cooperação com a descarbonização, objetivo fundamental, pois impacta diretamente no comércio exterior e abertura de novos mercados. Porém, é fundamental para o Brasil combater o desmatamento, as queimadas, a grilagem de terras e o garimpo ilegal, com atenção especial à floresta amazônica.

Manter a saúde da floresta está cada vez mais atendendo aos conceitos da sustentabilidade. A silvicultura é uma economia de baixo carbono, alinhada com as metas globais, tais como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

O eucalipto representa 76% das florestas plantadas no país, com o pinus em segundo lugar em extensão de plantio. a eficiência da indústria tem aumentado significativamente, com modelos de corte que aproveitam quase 99% das árvores plantadas, ampliando a produtividade e o uso sustentável dos recursos. As florestas plantadas estão desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento econômico, social e ambiental do país. A produção de eucalipto ganha destaque por ser a matéria-prima de muitos produtos florestais, incluindo a biomassa e madeira em tora. Com práticas de manejo florestal responsáveis, o setor florestal brasileiro não apenas atende às demandas do mercado, mas também colabora para a diminuição dos impactos ambientais, proporcionando o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental, fortalecendo-se para atender à demanda global de maneira sustentável e consolidando-se numa posição estratégica no cenário internacional.

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