
Produtos recolhidos dos supermercados, foram encontrados no mês de fevereiro, em operação do Mapa nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná
O governo federal detalhou a composição de produtos apontados como “cafake” que foram apreendidos, em fevereiro, em uma operação realizada em fábricas nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Os produtos são de três marcas que não foram reveladas e sequer continham café, segundo o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura.
A análise feita pelo ministério indicou que eles eram compostos por cascas de grão e elementos considerados “lixo” da lavoura – grãos ardidos, defeituosos, que são dispensados no processo de produção de café. Além disso, as bebidas continham uma toxina cancerígena. Para ser considerada café, a bebida tem que ser feita apenas do fruto. A legislação brasileira de alimentos tem algumas categorias que, caso o ministério assim entenda, poderiam enquadrar o “pó sabor café”, mas nem todos os produtos conhecidos como “café fake” ou “cafake” deixam claro o que foi usado na sua composição nem especificam o quanto de café é utilizado na receita, bem como a quantidade de impurezas presentes.

estabelecimentos que produzem “pó sabor café” – Foto: Mapa
O ministério informou que os produtos apreendidos não podem ser considerados alimentos e foram recolhidos dos supermercados. Agora, eles deverão ser analisados também pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Agentes do Mapa fiscalizaram os locais após denúncias de fraude. Nos estabelecimentos, os agentes já haviam encontrado irregularidades nas matérias-primas utilizadas, como cascas, grãos defeituosos e aromatizantes.
Apesar de informar na embalagem que se trata de um “pó sabor café”, as marcas trazem fotos de uma xícara de café, acompanhada por grãos — além de imitar cores, fontes e terem nomes similares às marcas populares. Tudo isso pode induzir o consumidor ao erro. Foi o que aconteceu com a marca Melitta. Um dos produtos “pó sabor café”, além de imitar as cores da embalagem, também criou um nome similar: “Melissa”. O problema desses produtos é que eles utilizam no rótulo elementos visuais dando a entender que se trata de café, quando, na verdade, o que tem dentro da embalagem é outro componente.