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Caprinos e ovinos – Adubos orgânicos ajudam a controlar verminoses

Caprinos no piquete - Foto: Luiz Gonzaga Pinto de Queiroz
O recurso pode representar uma alternativa promissora em relação às estratégias de vermifugação
 
Doença responsável por 25% das perdas econômicas na produção de caprinos e ovinos, a verminose é causa de mortalidade de animais e aumenta os custos de produção com medicamentos para vermifugação. 
 
Pesquisas da Embrapa estão em busca de uma alternativa de produto que possa ser usado como adubo orgânico nematicida, ou seja: provocar redução da contaminação de parasitas como o Haemonchus contortus nas pastagens e ainda favorecer o desenvolvimento do pasto.
 
A procura por bioinsumos para o controle da verminose nos caprinos e ovinos é motivada para reduzir o uso indiscriminado dos vermífugos químicos, que têm provocado surgimento de resistência dos parasitas e risco de contaminação aos produtos de origem animal e ao meio ambiente por resíduos da medicação. Como 95% da população parasitária está fora do organismo dos animais, no chamado ciclo de vida livre no solo e nas pastagens (na forma de ovos ou larvas), a estratégia de um produto aplicado ao solo para controle no pasto, sem danos ao ambiente, pode representar uma alternativa promissora em relação às estratégias de vermifugação.
Segundo a médica veterinária Hévila Salles, pesquisadora da Embrapa Caprinos e Ovinos (CE), a estratégia de um adubo com propriedades nematicidas pode favorecer um sistema de controle de verminose em diferentes vertentes: “Aumenta a biomassa vegetal diluindo-se a quantidade de larvas na vegetação; melhora a qualidade das pastagens em termos de teor proteico, o que repercutirá em melhor aporte nutricional para os animais, melhorando sua imunidade; pelo potencial efeito nematicida direto sobre os estágios de vida livre”, afirma.
 
“De maneira geral, as pesquisas têm buscado reduzir o uso de produtos sintéticos na pecuária objetivando avanços em diversos aspectos. E um deles é a redução da presença de resíduos de medicamentos nos produtos de origem animal a serem consumidos pelo homem, como a carne, o leite e seus derivados. Essa redução, além de contribuir para obtenção de alimentos mais seguros, também auxilia para melhor qualidade e preservação do meio ambiente, uma vez que os resíduos gerados são lançados no solo via fezes e urina dos animais tratados, podendo, por exemplo, levar à contaminação de águas subterrâneas. Assim, alternativas de controle da verminose que venham a reduzir o uso de vermífugos são bem-vindas, e o uso de produtos naturais é mais uma delas e que deve ser incorporada na estratégia de controle integrado de verminose”, ressalta.
Após os testes, subprodutos da mamona, moringa e também de abacaxi entrarão em período de experimentos em campo em propriedades rurais, que deverão acontecer no período de 2021 e 2022. Essa última etapa de desenvolvimento da solução tecnológica já tem um incentivo: a proposta de desenvolvimento de um adubo orgânico nematicida foi selecionada, em setembro, entre as 28 vencedoras, no Ceará, do Programa Centelha, destinado a estimular a criação de empreendimentos inovadores – e receberá recursos de R$ 80 mil da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), via Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).

Controle integrado de verminose

A estratégia de uso de bioinsumos no solo para controle da verminose no pasto, chamada Econemat, poderá se somar a outras recomendações necessárias para minimizar a doença, que abrangem cuidados com as instalações, nutrição animal, avaliação dos animais para aplicação adequada dos vermífugos. O chamado controle integrado da verminose é recomendado pela Embrapa para os rebanhos de caprinos e ovinos. Um detalhamento desse controle pode ser visto no portal Paratec, desenvolvido pela Embrapa, com apoio de instituições parceiras, para orientar produtores sobre os cuidados referentes a parasitoses nos rebanhos.

Fonte: Embrapa Caprinos e Ovinos

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