Se o cavalo não transpirar adequadamente ao ritmo que o organismo produz energia calorífica, o animal corre altos riscos de sofrer choque hipertérmico
Você sabe qual a quantidade de suor que o seu cavalo produz, na lida do gado ou até mesmo em competições? A desidratação dos animais pode causar um grande prejuízo à tropa, por isso é importante ficar atento à reposição desse liquido.
Durante exercício físico intenso um cavalo pode perder 10 a 15 litros de fluidos por hora, ou seja, praticamente 10% do seu peso em um dia. Para compensar estas perdas, o cavalo tem necessidade de aumentar o consumo de água e/ou reduzir o volume de urina. Esse volume expressivo diz respeito à quantidade de suor que é produzida por um cavalo durante a lida, treinamento ou competição.
É importante que o criador compense todo o esforço de sua montaria
O cavalo que trabalha demais em temperaturas quentes costuma transpirar bastante e o suor é fundamental para ele regular a temperatura. Esse mecanismo é denominado termorregulação. Sabe-se que apenas os primatas (macacos e seres humanos) e os equídeos suam.
Mas o cavalo, por ter uma musculatura desproporcionalmente grande, também gera uma grande quantidade de calor e ele precisa dissipar esse calor. E como ele faz isso? Usando o suor!
O cavaleiro não deve privar o cavalo de se hidratar em momento algum. Se o cavalo não consegue transpirar adequadamente ao ritmo que o organismo produz energia calorífica, o animal corre elevados riscos de sofrer de choque hipertérmico, com consequências devastadoras, incluindo danos no sistema nervoso.
O importante é não deixar os cavalos sem água. Tendo oportunidade, os cavalos devem beber água. Eles têm uma perda significativa quando suam de mais ou menos 12 litros de suor por hora e, em condições de extremo calor, é fundamental ter esse cuidado. Outro cuidado é repor os minerais que esses cavalos vão perder através do suor. Por isso uma boa suplementação com minerais é fundamental.
Recomenda-se que o cavaleiro não deixe o suor secar no cavalo. A melhor maneira de fazer isso é uma boa ducha. Primeiramente refresca-se bem pelas pernas, depois entre as pernas, peito, ir para o costado e as costas por último. Mas é importante que se retire o suor de cavalos que trabalham. Quem gosta de ter cavalos com pelagens bonitas, é bom não deixar o suor secar no cavalo.
Eventualmente, forma-se uma espuma a partir do suor dos equinos. Os cavalos têm uma proteína, a saponina, que atua como um sabão ou detergente no suor. Além de água e minerais, ele também secreta essa substância proteica e, se houver fricção, ela faz espuma. Então é comum a gente ver alguns cavalos com espuma branca, geralmente entre as pernas ou mesmo onde a rédea esfrega no pescoço e as vezes no cilhadouro (barrigueira, por atrito com a barriga do animal). Existe um mito entre os peões que diz que cavalo que sua com muita espuma não tem uma condição física, ou melhor, o trabalho excedeu à condição física dele, mas isso não é comprovado cientificamente.
Por fim, elencamos três passos para compensar todo o esforço e suor dos seus cavalos:
- Mineralização com um sal mineral qualidade, de boa marca reconhecida, à vontade no cocho, disponível aos animais a qualquer tempo;
- Não privar o cavalo de beber água. No intervalo de trabalho, deixe o cavalo beber água ou mesmo quando estiver passando por um córrego durante uma cavalgada, permita que ele tome água reidratando-se;
- Se possível, no final do dia, para esse cavalo poder relaxar bem, nada melhor que uma boa ducha para tirar aquele suor seco.
Fonte – Mário Duarte – Médico veterinário
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