O inverno traz, além da queda da temperatura, menos chuva e ar mais seco. Estes aspectos podem ser positivos ou negativos de acordo com a cultura do seu negócio
Você conhece os impactos do inverno no agronegócio. E como superar estes obstáculos?
O Incaper – Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural analisou algumas culturas de grande importância econômica da região e que são atingidas pela incidência de doenças no tomate como a requeima, principal doença que atinge a cultura, e da pinta bacteriana. Doenças como essa pode ocorrer o ano inteiro, mas as peculiaridades da estação fria potencializam a ocorrência.
Se o produtor não souber identificar a doença/praga que está acometendo sua cultura, o ideal é pegar uma amostra e levar ao laboratório para identificação do agente causal.
IMPORTANTE! Não use qualquer produto químico ou outro método de controle na lavoura indiscriminadamente! Espere o resultado do laboratório. Apenas com o diagnóstico em mãos, identifique a recomendação técnica adequada para o cultivo.
Períodos propícios
O recomendável para diminuir a incidência dessas doenças, que os agricultores devem realizar o plantio em regiões mais altas no período que se inicia em setembro e vai até março. Assim, é possível controlar o inóculo das doenças, gerando menos prejuízos.
Tomate
Problemas recorrentes como a murchadeira e a larva minadora trazem prejuízos para a cultura do tomate durante o inverno, principalmente nas regiões mais altas e frias.
Nas terras mais baixas e quentes, abaixo de 550 m de altitude, há problemas com a mancha de alternária e, também, a murchadeira. Diversos outros problemas que trazem grandes prejuízos são comuns nesta época do ano, como as traças, pragas.
A primeira recomendação é realizar o cultivo na época adequada. De setembro a março, é possível diminuir a entrada desses organismos e, consequentemente, a diminuição do uso de produtos químicos.
Além disso, é necessário os agricultores estarem atentos às boas práticas de manejo adequadas à cultura.
Alface
Esta é uma cultura que apresenta um bom desenvolvimento durante o inverno, por se tratar de uma época mais seca. A alface não tolera muita umidade no ambiente, por isso o produtor deve ter um bom sistema de irrigação instalado e manejado.
Apesar de estar adaptada a ambientes secos, o frio propicia o acometimento das doenças de septoriose, cercosporiose, tombamento, podridão de esclerotínia, mancha bacteriana, míldio e vírus do mosaico.
Uma das ações recomendadas para combater o ataque do míldio, por exemplo, é fazer um arranjo diferenciado com as mudas. A irrigação feita de forma equivocada/inadequada facilita a disseminação de doenças.
Para que a Incaper ou qualquer outra entidade de apoio à produção possa ajudar, o produtor deve realizar manejo de monitoramento, evitando uso inadequado de produtos químicos, buscando assistência técnica à medida que perceber o surgimento de doenças.
Café arábica
A cafeicultura, especialmente a produção do café arábica, não sofre impactos severos com a queda da temperatura. Mais do que isso: este cultivar tem melhor desempenho em altitudes maiores e temperaturas mais baixas.
Pode-se observar um pouco mais no inverno a incidência da doença phoma, favorecida por ventos frios, que queimam as folhas novas do cafeeiro e provocam a entrada dos fungos phoma e aschocyta.
Pecuária
Neste período, comumente as pastagens sofrem com a diminuição no crescimento das plantas, reduzindo a produção de material vegetal volumoso para o pastejo dos animais.
Recomenda-se uma maior suplementação alimentar nos cochos, por meio da utilização de cana-de-açúcar e capins oriundos de capineiras e da silagem.
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