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Colheita de pólen e polinização mecanizadas aumenta produtividade de amêndoas

Sistema de polinização robótica da Edete no pomar de amêndoas
Startup israelense de tecnologia agrícola (Edete Precision Technologies for Agriculture) completou testes de campo em pomares de amêndoas em Israel usando seu sistema mecânico de colheita de pólen e polinização
 
A tecnologia provou sua capacidade de produzir pólen viável de alta qualidade, com os testes resultando em um rendimento substancialmente maior que em outras culturas.

Rumo a uma solução alternativa de polinização

O desafio de enfrentar o declínio no número de polinizadores é fundamental para que mais alimentos sejam produzidos, atendendo assim às necessidades da crescente população mundial. A tecnologia apresentada pela startup procura resolver este problema com o objetivo de auxiliar os agricultores que necessitam de cultivar mais e mais frutas.

Cerca de 75 % das safras mundiais dependem da polinização por insetos para rendimento e qualidade. Sem uma solução alternativa de polinização para reduzir a dependência das abelhas nos próximos anos, os preços dos alimentos podem subir drasticamente e a oferta pode não atender à demanda crescente.

O sistema desenvolvido pela Edete combina uma solução de software-hardware que coleta flores, separa o pólen das anteras e outras partes da flor, resultando em pólen puro que pode ser armazenado por um ano. Com o uso do sistema, os produtores podem otimizar a polinização das lavouras para um rendimento de maior qualidade com máquinas que podem ser utilizadas tanto de dia quanto de noite e em temperaturas extremas. O pólen geneticamente adequado é aplicado nas árvores alvo usando um sistema de polinização robótico exclusivo da empresa, que aplica uma combinação de tecnologias para dispersar a dosagem ideal de pólen nas flores alvo visando uma polinização altamente eficaz.

Escala de mercado e uso em outras culturas

Espera-se que os testes em maior escala comercial do novo sistema da Edete continuem em Israel e na Austrália. A empresa planeja iniciar um programa piloto usando a tecnologia em 2022 na Califórnia, a maior região produtora de amêndoas do mundo.

“Inicialmente, estamos concentrando nossos esforços nas amêndoas, mas nossa tecnologia revolucionária tem um enorme potencial para uma ampla gama de outras culturas também”, disse Eylam Ran, CEO e cofundador da Edete.

“Teremos como alvo os produtores de primeira linha na Califórnia, onde 7% dos 7.400 produtores respondem por mais da metade da área cultivada”, observou Ran. A estrutura do mercado é praticamente a mesma na Austrália.


Segundo os pesquisadores, a descoberta espera provocar no mundo da polinização de plantas uma revolução tão profunda quanto a inseminação artificial com sêmen congelado para a pecuária leiteira.
 

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