De acordo com a FAO, o leite e seus derivados têm seu consumo mundial em cerca de 589 milhões de toneladas por ano. Em todas as culturas, lugares e pessoas de todas as idades consomem o leite
Se fosse verdade que o leite de vaca é um alimento prejudicial à saúde das pessoas, ele não faria parte da nutrição humana durante milênios. Se o leite causasse mal, seus derivados como queijo, manteiga e coalhada não comporiam a culinária de povos variados espalhados pelo mundo.
Simples assim. Não tem lógica condenar o leite de vaca como alimento humano. Nem é lógico nem se embasa no conhecimento empírico, ou seja, na realidade. Se o leite fizesse mal, estaríamos todos doentes. Há milênios.
A base da falácia contra o leite reside no fato, este sim concreto, de que parte da população humana apresenta intolerância à lactose ou, ainda, reação alérgica às proteínas lácteas.
A lactose é um tipo de açúcar próprio do leite. Ao ser ingerida pelo ser humano, precisa ser digerida pela ação de uma enzima chamada lactase. Ocorre que muitas pessoas apresentam deficiência de produção de lactase no organismo, o que resulta em má digestibilidade – intolerância – do leite.
A alergia, por sua vez, se caracteriza por reações às proteínas presentes no leite, como a caseína, a alfa-lactoalbumina e a beta-lactoglobulina. Por isso ela é conhecida como “alergia à proteína ao leite de vaca” (APLV), provocando cólicas, gases, refluxo, entre outros sintomas.
Estima-se que a alergia à proteína do leite bovino (APLV) afete 2,2% das crianças brasileiras nos primeiros anos de vida. Para superar o problema, normalmente as crianças alérgicas ao leite de vaca se nutrem com leite de cabra.
Com relação à intolerância, hoje em dia a indústria de alimentos incluiu a lactase ao leite normal, de forma que o consumidor, ao beber, não sofrerá de gases, dores de barriga, mal-estar.
Este tipo de posicionamento, parcial e com interesses alheios aos do bem comum, levou ao banimento, no passado, da banha de porco na cozinha, para alegria do óleo advindo de cereais (milho) e grãos (soja). Ou, ainda, das restrições ao uso da manteiga no pão, para a criação de um mercado gigantesco para as margarinas. O marketing empresarial se mistura aos mitos, ou melhor, às vezes, os constroem em detrimento da informação verdadeira e comprovada.
Resumindo: MITO!
Fonte: Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) – Baseamos este Com a pulga atrás da orelha no artigo de Xico Graziano, engenheiro agrônomo, doutor em Administração, professor de MBA na FGV