APICULTURA -  Como montar um apiário

Legumes e raízes nas mãos

Cascas, talos e sementes podem ter até 40 vezes mais nutrientes do que a polpa

O descarte de partes dos alimentos que parecem não ter serventia está entre os maiores hábitos de desperdício do brasileiro. Em geral, essas partes não parecem ter nenhuma função ou sabor. Mas a verdade é que elas não apenas serviriam para o consumo como seriam de grande ajuda na composição nutricional de todos.

Processo de higienização?

Culturalmente, retiramos, cortamos e descascamos na preparação e higienização dos alimentos que iremos consumir. Jogar fora as cascas, talos e sementes dos alimentos é um hábito comum nas cozinhas brasileiras.

Mas o que se sabe na realidade é que grande parte destes descartes não só podem, como devem ser consumidos.

Valor nutricional

Ricos em vitaminas e fibras, as cascas podem ter até 40 vezes mais nutrientes do que a própria polpa (é claro que existem exceções, nem todos os alimentos devem ser consumidos com a casca).

O aproveitamento integral dos alimentos vem tomando espaço nas escolas e na mídia nas últimas décadas. Trata-se de um método que visa o uso total dos componentes de um alimento no preparo das refeições, utilizando inclusive partes não convencionais na cozinha, como cascas, talos, raízes ou folhas.

Além da componente nutricional, a prática ainda contribui para a redução de lixo e para a economia doméstica. O desafio é conscientizar a população e vencer o preconceito do uso integral de determinados alimentos nas refeições.

Talos e folhas na frigideira
Talos e folhas na frigideira

Quando a grande maioria da população vivia no campo, a relação com os alimentos era muito mais próxima. Acompanhava-se de perto o crescimento das plantas que seriam consumidas, conhecia-se quais eram venenosas ou quais eram os benefícios de cada uma delas. O melhor aproveitamento e os conhecimentos provenientes dessa vivência eram transmitidos de geração em geração.

Mas com a população migrando para as grandes cidades, esses costumes foram esquecidos.

Você sabia?
A casca da laranja tem
40 vezes mais cálcio do que a polpa.

Na tabela abaixo divulgada no livro “Diga não ao desperdício & Pancs” do Governo do Estado de São Paulo é possível comparar a quantidade de nutrientes de alguns alimentos entre suas partes convencionais e não convencionais ao consumo.

Tabela comparativa de valores nutricionais das partes convencionais com as partes não convencionais de alguns alimentos

Separamos algumas partes dos alimentos que podem e devem ser consumidas:

Cascas: de batata inglesa, tangerina, laranja, mamão, banana, maçã, beterraba, melão, maracujá, abacaxi, goiaba, manga e abóbora.
Sementes: de abóbora, melão e jaca.
Folhas: de cenoura, beterraba, batata doce, nabo, couve-flor, abóbora, brócolis e rabanete.
Talos: de couve-flor, brócolis, espinafre, agrião e beterraba.
Entrecascas: de melancia, melão, mandioca e maracujá.

Dicas de aproveitamento

  1. Lave bem todos os alimentos. O consumo de cascas, folhas e talos requer uma higienização mais rígida.
  2. Sempre que possível, dê preferência para alimentos orgânicos.
  3. Se estiver danificada ou com aparência de podre não utilize o alimento.
  4. ATENÇÃO! Algumas cascas ou sementes podem ser tóxicas! Não “invente” receitas sem antes estar informado sobre a segurança de tal alimento.
Preparando talos e folhas na frigideira
Preparando talos e folhas na frigideira

Vantagens

  1. Mais nutrientes concentrados.
  2. Economia no orçamento das famílias.
  3. Variação do cardápio.
  4. Redução de lixo orgânico.
  5. Consumo consciente.

Veja no Blog RuraltecTV, algumas receitas que indicamos e que promovem qualidade na nutrição, economia doméstica e preservação ambiental.

Conheça os livros “Diga não ao desperdício & Pancs (plantas alimentícias não convencionais)”, desenvolvido pela Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios do Governo de São Paulo, e “Na cozinha com frutas, legumes e verduras”, preparado pelo Ministério da Saúde(https://saude.gov.brem parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que estão disponíveis no site da RuraltecTV.

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