Vários fatores devem ser considerados na formação de uma boa pastagem para garantir a alimentação do rebanho
Quem está pensando em formar pasto tem que, primeiro, escolher a espécie forrageira. E que tal escolher um capim que o boi gosta de comer? Existem várias opções e sugestões. Depois, o produtor deve preparar bem o solo, cuidar a semeadura e do primeiro pastejo – para garantir uma boa formação do pasto.
1. Escolha da espécie. Fatores básicos: objetivo do sistema de produção, quanto o produtor pode investir e mão de obra disponível. O clima da região é outro ponto importante, bem como a qualidade do solo e como será utilizada a forrageira (se é para pastejo, silagem, fenação ou vedação escalonada).
2. Gramíneas. Os bovinos preferem forrageiras com muitas folhas e poucos colmos. As mais apreciadas são a paiaguás, a piatã e a marandu. Em seguida a decumbens, a humidícola e a xaraés. Da família dos panicuns, que inclui os capins Mombaça, Massai, Zuri e o Tanzânia, este último é mais aceito pelos animais, apesar de seus colmos serem mais grossos que do capim-massai, ela é menos fibrosa, por isso a preferência pelo Tanzânia. A planta apresenta boa proporção de folhas, com altos conteúdos de proteína e digestibilidade proporcionando ótimos ganhos de peso por animal. Lembre-se: Quanto mais grosso o colmo mais difícil de arrancar e mastigar e o instinto do animal é pegar o que é mais fácil e o que enche mais a boca.
3. Leguminosas. Não são as preferidas dos bovinos porque apresentam uma substância chamada tanino que dá a percepção de secura na língua. Algumas delas os animais aceitam bem, como o estilosantes Campo Grande, e outras, os animais aceitam somente no período seco. Em pastagens consorciadas os animais preferem a gramínea ao invés da leguminosa, apontam as pesquisas.
4. Preparo do Solo. Comece com uma análise de solo para determinar o uso de corretivos adequados. O solo deve estar protegido contra erosão. A vegetação indesejada deve ser retirada. Deve-se também controlar os insetos e pragas, promover a distribuição do calcário e do fósforo, arar, gradear, distribuir potássio e nitrogênio, fazer uma gradagem niveladora e cuidar a umidade do solo.
5. Semeadura. A semente a ser utilizada deve ser de qualidade – saudável, vigorosa e livre de contaminação por impurezas, nematoides e sementes indesejadas. Cuidado com a PIRATARIA DE SEMENTES. As sementes devem ser plantadas de três a cinco centímetros de profundidade. Dependendo do caso as sementes podem ser plantadas a lanço, em sulcos ou plantio direto.
6. Primeiro pastejo. Deve ocorrer entre 40 dias e 75 dias após a germinação da forrageira (assim que a planta atingir 75% da altura superior indicada para o manejo do capim). A finalidade é diminuir a competição eliminando o excesso de plantas da área. Também proporciona uma cobertura de solo mais rápida e os animais aproveitam melhor o alto valor nutritivo do pasto, resultando uma boa produção animal por área, além de evitar o acamamento da forrageira. Entre apenas com animais leves para diminuir o arranquio de plantas e evitar a compactação do solo.