Barulhos do trânsito, telefones tocando, alertas de Whatsapp ou de outros 10 milhões de aplicativos, crianças gritando, alguém solicitando urgência em alguma questão, cobranças de diversos níveis, tarefas inacabadas… Ufa! A vida na cidade exige mesmo de nós.
Mas no campo também não é tãããão diferente. Acordar com os galos, atender os fornecedores, escolher a melhor ração, ligar para o veterinário, limpar e preparar os cochos, lembrar da vacinação das bezerras, cuidar para que a plantação esteja irrigada adequadamente, controlar os funcionários, verificar se a temperatura do galpão está correta, responder os consumidores que entraram em contato… Ih! Que tensão…
A vantagem de quem vive no campo é justamente a de viver no campo! Estar mais perto da natureza… Simples assim. Mas nada que uma viagem de 1 hora ou meia resolva para os mais urbanos.
Isso porque está provado que o contato com a natureza é fundamental para manter a saúde e o equilíbrio da mente e do corpo e recarregar suas energias.
Mas quais são esses benefícios para o seu corpo e mente?
Qualidade de vida
Viver em contato com a natureza provoca um impacto bem positivo para a saúde física. Um estudo, que realizou entrevistas com 108 mil mulheres, concluiu que, entre as residentes em áreas com mais verde, a taxa de mortalidade era 12% menor
E mais! A pesquisa ainda verificou dados específicos relativos a algumas doenças:
- no caso de doenças renais, a frequência era 41% menor entre as moradoras de áreas arborizadas;
- nas doenças respiratórias, a ocorrência reduziu em 34% dos casos e
- no caso do câncer, a redução foi de 13% nos acometimentos.
Ou seja, a qualidade de vida nos locais mais próximos à natureza sofre grande impacto sobre a saúde.
Saúde mental mais equilibrada
A mesma pesquisa ainda mostra que o contato com a natureza contribui para aumentar a saúde mental.
BOA NOTÍCIA! Para melhorar a saúde mental não é necessário morar, necessariamente, perto de um bosque ou floresta. Quem mora em áreas próximas a rios ou mares também apresentam menor taxa de estresse.
Em grandes centros urbanos é normal que não tenhamos muito tempo para processar as situações do dia a dia. Estar perto de algo que, ao mesmo tempo, é simples e sublime como a natureza, nos permite reconhecer a importância de cada instante e diminuir a relevância de pequenas coisas.
Processo de cura
A relação com a natureza pode ajudar no processo de cura, inclusive, para os mais desconfortáveis, como o paciente pós-cirúrgico.
Pesquisadores realizaram uma experiência com 90 pacientes que estavam se recuperando de cirurgias. Metade deles foi colocada em quartos com plantas ornamentais.
As pessoas que estavam em quartos com plantas apresentaram níveis de pressão sanguínea mais baixos, menos ansiedade, menos dor e menos fadiga. Também se constatou que essas pessoas tinham sentimentos e expectativas mais positivos.
Redução de hipertensão e estresse
Passear constantemente por uma área arborizada, como um parque, por exemplo, pode ser decisivo para ter mais qualidade de vida.
Estudos demonstram que o contato com a natureza reduz a presença do hormônio cortisol (responsável pelo estresse) no organismo. Também contribui para diminuir a pulsação e a pressão arterial, interferindo, inclusive, no sistema nervoso simpático e parassimpático.
Melhora sua concentração
Em 1991, foi realizado um estudo com três grupos, um deles passou um tempo em contato com a natureza, o outro foi enviado para uma região urbana e o terceiro manteve sua rotina. Após certo período, foram realizados testes de concentração com os três grupos. O grupo que manteve contato com a natureza foi o que se saiu melhor nos testes de concentração.
Outro estudo ainda aferiu que caminhadas na natureza podem ajudar crianças com déficit de atenção e hiperatividade a permanecerem mais focadas nas suas atividades.
Melhora a memória
É comprovado! O contato com a natureza ajuda a melhorar a memória.
Um estudo realizou uma atividade de memória com dois grupos de participantes. Em seguida, metade dos testados foi levado para um passeio em uma área arborizada e a outra metade foi passear em uma região urbana.
No retorno, os dois grupos foram novamente testados e aqueles que tinham passeado na natureza tiveram resultados expressivamente melhores. O aumento de eficácia foi de 20%, enquanto o grupo do passeio urbano não apresentou melhora.
Logo, nada melhor para os esquecidinhos do que dar umas voltinhas em áreas arborizadas.
Acho que todos sabemos disso! É menos científico do que parece. É sensorial, emocional! A gente sente! Então, não dê bobeira. Se tiver a chance de sentar num banco de algum parque, se puder parar para apreciar uma linda rua arborizada, sentir o cheiro de terra molhada, observar os pássaros… Não perca a oportunidade! Respire fundo, entre em contato com a terra e perceba a natureza fazendo o seu serviço de reequilibrar nossas forças e sentimentos!
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