O MIP, por sua vez, é definido como um sistema ou processo que auxilia na decisão de escolha e uso de uma ou mais estratégias de controle de pragas, de forma que sejam utilizadas de modo coordenado. Esse manejo integrado busca determinar uma relação de custo e benefício, levando em conta o impacto não somente sobre os produtores, mas também na sociedade e no meio ambiente. Além do controle biológico, o MIP integra outras técnicas de manejo, como o cultivo rotacionado de culturas, plantios consorciados, utilização de armadilhas com feromônios, entre outros.
Os tipos de controle biológico
O controle biológico pode ser dividido em dois grupos: macro e micro, de acordo com os organismos que são utilizados nesse manejo. Ou seja, se são utilizados macro organismos (classificados como predadores ou parasitóides), ou microrganismos (patógenos), respectivamente.
Geralmente são maiores que a praga e consomem diversos indivíduos ao longo de suas vidas. Predadores não costumam ser exigentes para se alimentar, podendo ingerir diferentes tipos de presas. Como exemplo, temos o uso de joaninhas para controle de pulgões em diversas culturas.
São conhecidos por se desenvolverem dentro do corpo da praga, se alimentando dela e quase sempre levando-a à morte. Esses parasitóides costumam ter tamanho menor que a praga e são mais exigentes, ou seja, atingem pragas mais específicas, sendo importantes agentes do controle biológico. Um bom exemplo desse controle é o uso de vespas do gênero Trichogramma para controle das lagartas-do-cartucho, uma das principais pragas nas lavouras de milho. As fêmeas dessas vespas colocam seus ovos dentro dos ovos das lagartas, o ovo da vespa eclode e as pequenas larvas da vespa se desenvolvem dentro dos ovos das lagartas, levando-as à morte.
No Brasil, a utilização de patógenos é bem difundida e apresenta exemplos bem conhecidos na nossa agricultura, como no controle da Helicoverpa armigera, por meio do Bacillus thuringiensis, e também no controle das cigarrinhas pelo fungo Metarhizium anisopliae. Para expandir a utilização desse grupo de microrganismos aliados, o tratamento biológico à base de fungos tem sido utilizado para controle do carrapato-do-boi.
O controle biológico na agropecuária
O controle biológico tem se apresentado como um importante aliado da pecuária. Já utilizado há anos na agricultura, passou a ser uma opção viável para o setor. As soluções existentes, que podem ser aplicadas no animal e no pasto, têm como princípio ativo esporos de fungos, inimigos naturais dos carrapatos. Quando distribuídos no gado e no ambiente, entram em contato com o parasita que germina e se desenvolve, levando o carrapato à morte em alguns dias.
Acompanhando uma tendência mundial, vemos que o consumidor está cada vez mais consciente e tem uma nova percepção e relação com os alimentos que consome. Começa a questionar sobre a origem, se preocupa com a procedência dos produtos e com o trato dos animais. O alimento do futuro tem de ser mais limpo, saudável e sustentável. Essa mudança de hábito impacta toda a cadeia, especialmente os produtores, que devem se adaptar à nova demanda. Diante disso, o controle biológico se apresenta como um importante aliado.
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