
O IPR Tapicuru tem potencial acima de 4,5 t/ha, resistência a doenças, excelente aparência, um caldo grosso e um tempo de cozimento reduzido e as sementes estarão disponíveis a partir de 2026
O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) apresentou nova cultivar de feijão preto, o IPR Tapicuru, em evento dirigido a produtores, técnicos e lideranças do agronegócio. A cerimônia foi realizada no Polo de Pesquisa e Inovação de Ponta Grossa. O Paraná é o maior produtor nacional de feijão, alimento fundamental na dieta do brasileiro. A estimativa para este ano é de 520,8 mil hectares cultivados com o grão, consideradas a primeira e a segunda safra, com uma produção esperada de 983,5 mil toneladas.
O IDR-Paraná entrega aos produtores uma nova opção de alto potencial produtivo, superior a 4,5 toneladas por hectare, e estabilidade de produção em diferentes ambientes de cultivo. A cultivar é indicada para cultivo no Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul e já está registrado para cultivo nesses estados. De ciclo intermediário, o IPR Tapicuru chega à colheita cerca de 87 dias após a emergência. Apresenta boa resistência às principais doenças do feijoeiro, incluindo ferrugem, oídio e mosaico comum, além de tolerância ao ácaro branco, praga que pode comprometer severamente a produção.

doenças e qualidade culinária superior – Foto: Toninho Anhaia

campo experimental do IDR-Paraná em Ponta Grossa – Foto: Toninho Anhaia
O porte ereto e a altura de inserção da primeira vagem, de 25 centímetros, facilitam a mecanização da colheita. A cultivar também demonstrou bom desempenho em sistemas de cultivo orgânico, o que amplia as possibilidades de uso. Estudos realizados pelo instituto demonstraram que a variedade foi destacada ao longo de quatro safras consecutivas dentro desse sistema.
O cozimento de IPR Tapicuru é rápido, em cerca de 21 minutos. O produto final tem caldo espesso, achocolatado e muito saboroso, grãos de textura macia que não soltam a casca e, principalmente, alto valor nutricional, com elevado teor de proteína, ferro e fibras.
O IPR Tapicuru é uma das cultivares mais indicadas
para o sistema de produção orgânico. Nos experimentos
realizados ao longo de dois anos, ela apresentou ótima
adaptação e estabilidade, mantendo alto rendimento
e qualidade mesmo sem o uso de defensivos químicos


está registrado para cultivo nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul – Foto: Toninho Anhaia

Os estudos em feijão foram iniciados no início da década de 1970, pelo antigo Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), centro de pesquisa que passou a integrar o IDR-Paraná em 2019, juntamente com o Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA) a Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar) e a Emater-PR. A instituição já lançou 42 cultivares, muitas delas utilizadas por agricultores de todas as regiões produtoras do Brasil. As ações do programa de melhoramento genético do feijoeiro enfatizam o desenvolvimento de materiais mais produtivos, de ciclo curto — visando favorecer o plantio em diferentes sistemas de produção —, de bom comportamento frente a pragas e doenças, tolerantes ao calor e à seca e, ainda, com alto valor nutricional.
Com a nova variedade, o IDR-Paraná conta atualmente com 11 cultivares de feijão ativas disponíveis ao mercado, adotadas por agricultores de todas as regiões produtoras do país. As sementes estarão disponíveis aos produtores já a partir de 2026.