O café é a segunda bebida mais consumida do mundo e mais de 400 bilhões de xícaras de café são servidas diariamente
A procura pelo café brasileiro tem aumentado a cada ano, mas os produtores estão enfrentando grandes desafios para atender tanto o mercado nacional como o internacional. A região da Alta Mogiana está sofrendo com a seca que vem se alastrando pelo segundo ano, além da geada rigorosa de 2021.
A Alta Mogiana corresponde a uma região dos estados de São Paulo e Minas Gerais que possui registro e certificação pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) que abrange 23 municípios. Essa região é mundialmente reconhecida pela qualidade singular na produção de cafés de excelência.
Os produtores da Alta Mogiana disponibilizam ao mercado cerca de 2 milhões de sacas por ano e a expectativa é faturar R$ 1 bilhão no final de 2021, segundo o diretor Comercial do Café Labareda, Gabriel Lancha Alves Oliveira.
Além da seca e da geada, os produtores têm tido diversos problemas logísticos para escoar o produto para outros países. Tem casos de clientes aguardando há mais de cinco meses para receber o produto e os produtores não têm como despachar por falta de container. Recentemente, foram enviadas 300 sacas de 30 kg para um cliente no Reino Unido que pagou oito vezes a mais para receber a mercadoria, porque seu estoque acabou. Mas nem todo cliente tem disponibilidade para “bancar” estes custos altíssimos, ressalta Gabriel.
Atualmente, a região de Alta Mogiana cultiva 100 mil hectares de café, ou seja, 2 milhões de pés, e conta com mais de 5 mil produtores. “Nos últimos anos, aumentamos muito a nossa produtividade e qualidade, porém precisamos de melhorias nos transportes destes cafés. A logística é muito mal distribuída, não há um escoamento eficaz, temos apenas o transporte rodoviário para realizar estes fretes no Brasil. O custo do produto final está muito mais caro. Tudo isto trava nosso negócio, além da falta de tecnologia específica para o café”, explica.
Para Gabriel, os processos de plantio e colheita são realizados de forma muito manual. “Outras culturas têm acesso a soluções de diferentes formas e níveis tecnológicos avançados. Estas tecnologias de precisão melhoram a rentabilidade da operação, reduzem custos operacionais, proporcionam maior viabilidade ao negócio, tornando o processo mais eficiente e com melhores resultados financeiros. Já no café estamos muito atrasados. Precisamos de mais tecnologia para agilizar todo o processo para que possamos produzir com mais eficiência, qualidade e ter melhor valor agregado”, explica.
Atualmente, o Café Labareda exporta para diversos países como Estados Unidos, Europa, Japão, Austrália, África do Sul e Dubai. “Queremos expandir nossos negócios, mas precisamos de estrutura que suporte toda esta produção para não perdermos tempo e dinheiro”, finaliza o diretor.
Alguns dados sobre o café
- O Brasil é o maior produtor de café nos últimos 150 anos;
- A região que mais consome café no Brasil é a sudeste, sendo responsável por 45% do consumo nacional;
- A Finlândia é um dos países que mais consome café, em torno de 12 kg per capita/ano. O Brasil ocupa a décima quinta posição, consumindo 5,5 kg/per/ano;
- O continente europeu é o que mais consome café em todo o mundo, responsável por 32% do consumo total;
- Em segundo lugar ficam juntas a Ásia e Oceania com 23% do consumo mundial;
- América do Norte consome 18% do consumo total e América do Sul em quarto lugar com 13%.