O Brasil é altamente dependente da importação de insumos e tecnologia no setor de medicamentos. Ao todo, mais de 90% dos medicamentos acabados e princípios ativos são trazidos de fora.
Os caprinos estão produzindo em média 3,8 gramas do anticorpo por litro de leite, o que corresponde a 9,5 frascos/litro de leite.
Dessa forma, a produção do medicamento surge como uma nova alternativa para o tratamento da doença, já que a produção do medicamento no leite caprino é consideravelmente mais barata em comparação a outras plataformas de produção.
Biofármacos
Os biofármacos são medicamentos que constituem a classe de drogas mais inteligente da atualidade, resultando em tratamentos eficazes e seguros. Eles são produzidos a partir de organismos vivos geneticamente modificados como bactérias, fungos, leveduras, células animais ou vegetais, em plantas ou animais, e se destacam pelo efeito terapêutico específico, aumentando, assim, a probabilidade de cura e reduzindo os efeitos colaterais.
Os pesquisadores identificaram que o anti-VEGF encontrado no leite de caprinos transgênicos possui estrutura semelhante aos anticorpos humanos. Isso significa que tem baixo potencial de ser rejeitado pelo organismo humano. “Quando se fala em biofármacos, sempre há preocupação com o índice de rejeição.
Em análise comparativa entre o anti-VEGF produzido no caprino geneticamente modificado e o anti-VEGF comercial Avastin, utilizado hoje no mercado para o tratamento do câncer, a pesquisa detectou que o anticorpo produzido no leite de cabra transgênica é ainda mais semelhante à imunoglobulina humana do que o próprio Avastin.
Pesquisa na Unifor
A Universidade de Fortaleza desenvolve pesquisas com caprinos transgênicos desde 2010. Inicialmente, o objetivo era diminuir a mortalidade infantil e a diarreia no semiárido do país. As pesquisas se expandiram para o desenvolvimento de biofármacos para o tratamento de outras doenças, como a doença de Gaucher, doenças autoimunes, leucemias, linfomas entre outras.
Fonte: Unifor