É neste período que o produtor se prepara para enfrentar, ainda com bastante tempo, o fantasma da seca, que lhe acenará a partir de maio ou junho
Mesmo estando no período chuvoso, onde tem-se melhor qualidade nutricional das forragens, bem como maior abundância, é sim, extremamente importante que se faça o fornecimento de suplementos minerais para bovinos, uma vez que neste período do ano, por termos alimentos volumosos com melhor qualidade, temos também a maior capacidade de ingestão de alimento pelos animais, o que leva a um metabolismo mais acelerado, que então acaba por demandar mais elementos minerais.
É exatamente nesta fase do ano, onde pela falta de suplementação mineral, podem ocorrer quadros de deficiência mineral. Devemos lembrar que os minerais são importantes para diversas funções orgânicas nos animais, que vão desde a formação óssea, metabolismo proteico e energético, atividade imunológica e reprodutiva, formação de vitaminas, dentre outras. Ainda, os minerais são elementos inorgânicos, ou seja, nenhum ser vivo consegue sintetizá-los.
Desta forma, sempre haverá a necessidade de os animais receberem minerais. O ideal, seria que a pastagem fosse um alimento completo, que conseguisse fornecer todos os nutrientes em quantidades que atendam a necessidade dos animais, mas sabemos que isso não ocorre, sendo que os minerais são um dos nutrientes que as forragens não conseguem atender 100% das exigências.
Ainda, devemos lembrar, que quando buscamos explorar um maior potencial de produção, ou seja, fazer com que os animais produzam o máximo do seu potencial genético, aumentamos ainda mais os requerimentos nutricionais dos animais, sendo que dentre eles, encontram-se os minerais.
A suplementação mineral se faz necessária durante todo o ano, já que o requerimento mineral pelos animais é constante, variando conforme a idade e produtividade, e oferecer somente a forragem como fonte de minerais, não consegue atender esta demanda.
Ainda, devemos lembrar, que a qualidade nutricional da forragem oscila conforme a época do ano, sendo que temos uma melhor qualidade no período de águas, decrescendo já no final do período chuvoso, passando pelo período de transição águas/seca e então tem seu declínio ainda maior durante o período de seca, momento em que temos uma diminuição drástica na qualidade nutricional da forragem.
Pode haver uma diminuição de até 80% nos níveis de minerais de uma forragem, quando comparamos esta forragem entre o período de águas e seca. Desta forma, a suplementação mineral, se faz necessária durante o ano todo.
Com um maior volume de chuvas, dias mais longos e as temperaturas mais altas, o pasto mostra uma boa taxa de crescimento e o manejo adequado, fará com que o animal apresente um melhor ganho de peso.
E para conseguir potencializar o desempenho dos animais é importante o fornecimento de elementos minerais, que são essenciais para o correto funcionamento do organismo e produção.
Além disso, é importante lembrar, que neste período do ano, temos em várias situações níveis de proteína que atendem à necessidade de se conseguir alta produção, mas os níveis de energia da forragem não são suficientes para que haja um adequado sincronismo dentro do rúmen.
Para o máximo de eficiência produtiva é importante que tenhamos uma relação de proteína e energia de 1:7. Muitas vezes, nesta época do ano, mesmo com a melhor qualidade nutricional da forragem, não conseguimos esta relação, o que impacta na produtividade. Desta forma, a utilização de suplementos minerais proteico energéticos, específicos para o período de águas, é uma importante ferramenta para equilibrar esta relação proteína:energia e desta forma, potencializar ainda mais a produção dos animais.
A forma correta de se suplementar os animais, é fazendo uso de formulações específicas para cada espécie animal, bem como para cada categoria animal.
Cada formulação e tipo de suplemento apresenta uma característica própria, para determinado período do ano, ou categoria animal, sendo que o fator mais importante é a aquisição pelo produtor, de formulações específicas para cada categoria animal e época do ano, além de sempre seguir as recomendações constantes no rótulo para utilização do produto, como adaptação dos animais, metragem de cocho correta, fornecimento frequente e constante, além da aferição de consumo, pois somente com os animais consumindo a quantidade recomendada pelo fabricante é que se conseguirá realmente suprir as necessidades dos animais e desta forma ter alta produtividade.
Sal de qualidade
Embora ainda exista este mito de que “sal mineral é tudo igual” e que o fósforo é o mineral mais importante, quando pensamos no fósforo, realmente ele é um dos minerais extremamente importantes para o correto funcionamento do organismo e produção, mas não é o único.
Este mito de que todo sal mineral é igual é inverídico, uma vez que podem haver muitas diferenças entre formulações. Primeiramente relacionada à concentração de minerais contida nestas formulações. Em muitos casos, os produtores somente se preocupam com o mineral fósforo. Podemos comparar entre formulações para verificar a sua similaridade em relação à concentração de fósforo, mas é importante que também avaliemos os outros elementos minerais, principalmente microminerais, uma vez que estes minerais traços, exigidos em pequenas quantidades também são fundamentais para o correto funcionamento do organismo.
Esses outros elementos são fundamentais para o correto funcionamento do sistema reprodutivo e imunológico por exemplo, sendo que a falta destes microminerais no organismo podem prejudicar a eficiência do sistema imunológico, possibilitando uma debilidade que por consequência promove o surgimento de doenças nos animais.
Em relação à reprodução, a falta de minerais, pode ocasionar uma perda de eficiência e consequentemente, diminuição da produtividade. É sempre importante, que o produtor procure por empresas idôneas, estabelecidas no mercado e que possam ser auxiliados pelo corpo técnico para que possa esclarecer dúvidas e auxiliar na escolha de qual a melhor formulação a ser utilizada para determinada espécie, categoria animal e época do ano.
Fonte: Marco Finardi – Médico Veterinário