Decisão foi tomada por estados que integram o bloco IV do plano de erradicação contra a aftosa e o fim da vacinação será analisado pelo Mapa
Em uma decisão unânime, o bloco IV, composto por 10 estados (BA, SE, RJ, SP, MG, GO, MT, TO, MS, ES e DF) e o Distrito Federal, optou por imunizar seus rebanhos contra a febre aftosa até 31 dezembro de 2022. A postura de seguir conjuntamente e adotar a descontinuidade da vacina a partir de 2023 foi anunciada durante reunião virtual da Comissão de Coordenadores dos Grupos Estaduais (CCGE), conduzida pelo presidente do bloco, Humberto Miranda, que também preside o Sistema Faeb/Senar. A decisão conjunta será encaminhada para apreciação do Ministério da Agricultura (Mapa) e, se aprovada, será estabelecida em todos os estados que integram essa divisa sanitária.
Este foi o quarto encontro do grupo para debater o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), promovido pelo Mapa e que reúne instituições públicas e privadas ligadas ao setor agropecuário. Os estados que compõem esse bloco já são considerados zona livre de febre aftosa com vacinação e agora pleiteiam o status de zona livre sem o uso do imunizante. Para tanto, eles precisam cumprir rigorosos critérios técnicos e sanitários estabelecidos pelo Mapa.
No encontro, cada estado apresentou os resultados alcançados. O grupo chegou ao consenso de que seria mais fácil enfrentar as dificuldades se administrarem conjuntamente do que se adotarem medidas individuais e isoladas. Por isso, seguiram em bloco, com aplicação da última vacina em novembro de 2022, para iniciarem 2023 com um plano sanitário seguro, o que passa pela união com diversas medidas:
- educação sanitária e comunicação;
- controle de trânsito de animais;
- reforço nas barreiras sanitárias;
- investimento em recursos humanos, com a formação de um corpo técnico qualificado para atuar na fiscalização.
Somente com essas medidas a vacina será extinta, proporcionando segurança aos pecuaristas e a toda população, de forma a desonerar os custos do criador e do consumidor.
A reunião também serviu para discutir o planejamento das próximas iniciativas do Bloco IV, que contabiliza mais 130 milhões de cabeça de gado, detendo mais de 60% do rebanho brasileiro de bovinos e bubalinos. Entre as ações previstas estão:
- a mobilização e o envolvimento dos setores produtivos, através da realização de Fóruns Estaduais;
- o fortalecimento dos Serviços Veterinários Oficiais – SVO;
- a sustentação financeira, por meio do fortalecimento dos fundos;
- uniformidade dos cadastros de propriedades rurais;
- geolocalização das propriedades.
O Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa tem como objetivo principal criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de país livre da febre aftosa sem vacinação, protegendo o patrimônio pecuário nacional e gerando o máximo de benefícios às entidades envolvidas e à sociedade brasileira.