Ícone do site AGRONEGÓCIO

Em um único dia pantanal supera o total de queimadas de julho de 2023

Mais de 95% dos incêndios são causados por ação humana, intencional ou não - Foto: Christiano Antonucci

O pantanal brasileiro segue em chamas. No último domingo (28), o bioma teve 179 focos ativos de calor percebidos pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), número 42% maior que a soma total de incêndios registrados durante todo o mês de julho de 2023, quando foram 126 focos. O mês de julho, de acordo com dados de até esta segunda-feira (29), já é o terceiro pior em termos de queimadas desde o início do monitoramento pelo Inpe, em 1998. Foram 1.050 focos, atrás apenas de 2020 (1.684 queimadas, o recorde) e 2005 (1.259 focos).

No ano, o pantanal já registra 4.588 focos de calor, um número considerado extremamente alto para o período, visto que a época mais seca e de queimadas é entre agosto e setembro. Os números de focos de calor no pantanal estão altos desde novembro do ano passado, quando o bioma teve o pior mês em termos de queimadas da sua história, com 4.134 queimadas registradas. Até então, o pior novembro tinha sido o de 2002, com 2.328 casos.

Mapa mostra cabeceiras dos rios do pantanal em área de cerrado – Imagem: WWF

Segundo especialistas, o grande número de queimadas tem relação direta com o clima: o pantanal está vivendo uma seca histórica, com índices de chuvas menores que em 2020, quando o bioma teve recorde de fogo e perdeu 30% de sua área com as queimadas. Além disso, a falta de manejo correto do fogo de moradores ou fazendeiros do bioma ajudam as chamas a se propagarem de forma mais rápida.

Este ano, outro ponto que têm chamado a atenção é que os rios que cortam o pantanal estão mais secos, o que expõe mais a vegetação, que poderia estar coberta pela água. A superfície de água vem encolhendo no pantanal nas últimas décadas. Nos últimos 35 anos, de acordo com a rede MapBiomas, a região perdeu 29% dessa umidade superficial, ou seja, as cheias não têm acontecido mais como antes. O bioma já está em uma fase crítica e pede ações para a mitigação, com mais brigadistas e fundos da união, estados e municípios.

Fonte: Uol

Leia também:

Sair da versão mobile