A nova cultivar atenderá à demanda pós-safra, oferecendo aos consumidores uma opção durante um período estendido do ano
A Embrapa anunciou recentemente o desenvolvimento bem-sucedido de uma nova variedade de pessegueiro, chamada BRS Sarau, capaz de fornecer colheitas após o período da safra, preenchendo uma lacuna de fornecimento no mercado de frutas. A cultivar é especialmente indicada para consumo in natura, oferecendo alta qualidade, firmeza de polpa, sabor doce e baixa acidez.
Com alta produtividade estimada em 20 toneladas por hectare, a BRS Sarau foi projetada para ser cultivada nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil, áreas tradicionalmente conhecidas por sua produção de frutas de mesa. A variedade inicia a maturação dos frutos cerca de dez dias após uma cultivar mais comum na região de Pelotas (RS). Embora os frutos sejam preferencialmente menores, eles compensam em sabor, tornando-os uma escolha para prolongar a colheita e oferecer frutas de qualidade aos consumidores e o tamanho e a forma do fruto atendem às exigências do mercado. O novo material deverá substituir a antiga cultivar de pêssego Chiripá e vai permitir que o consumidor possa ter acesso à fruta por mais tempo dentro da sua dieta, já que ela amadurece bem depois, em uma época em que não se tinha oferta de frutas de alta qualidade.
A cultivar BRS Sarau tem como meta ocupar 3% da área plantada nacionalmente com pêssego de mesa, quando consolidada no mercado, após cinco anos do lançamento, estima os pesquisadores da Embrapa Clima Temperado (RS). Só o Rio Grande do Sul, o maior estado produtor de pêssego, apresenta uma produção de 110,2 mil toneladas anuais. É uma cultivar apropriada para as festas de fim de ano, com frutos vigorosos no mês de dezembro, quando chega o Natal e as comemorações de Ano Novo.
O BRS Sarau apresenta bom estado sanitário, com baixa incidência de doenças e fungos, embora seja suscetível à bacteriose em áreas expostas a ventos fortes, por isso recomenda-se o uso de quebra-vento. Na avaliação econômica, a BRS Sarau está apta à produção voltada aos empreendimentos rurais dedicados à cultura do pêssego, aos produtores de base familiar e às empresas do setor de atacadista de frutas de caroço, com projeção para que o fruticultor fature em torno de 30 mil a 40 mil reais por hectare, com a utilização da nova cultivar.
A apresentação oficial da cultivar está programada para ocorrer durante o 28º Congresso Brasileiro de Fruticultura, que será realizado de hoje a 10 de novembro no Centro de Eventos Fenadoce, em Pelotas (RS). A Embrapa está atualmente à procura de viveiristas específicos em reproduzir e vender a BRS Sarau aos fruticultores. No entanto, a nova fruta traz algum tempo até chegar às prateleiras dos mercados, pois a manifestação de interesse nos lotes deve ser feita por e-mail até às 17 horas de 17 de novembro de 2023, conforme comunicado de oferta nº 15/2023.
Com essa inovação, espera-se que a BRS Sarau não apenas atenda à demanda pós-safra, mas também ofereça aos consumidores uma opção durante um período estendido do ano.