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Embrapa desenvolve ovino que perde espontaneamente a lã

Ovelhas com gene de perda de lã desenvolvidas pela Embrapa Pecuária Sul - Foto: Seapi

Técnicos da Secretaria de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, de municípios ligados às regionais de Pelotas, Bagé, Santana do Livramento e Santa Maria, foram recebidos pela Embrapa Pecuária Sul (Bagé, RS), para apresentação dos avanços em genética ovina desenvolvidos no centro de pesquisa. Um dos destaques da programação foi a tecnologia dos ovinos que perdem espontaneamente a lã, resultado de anos de pesquisa voltados à criação de animais mais produtivos e adaptados às necessidades de diferentes sistemas de produção. Essa tecnologia é resultado de anos de pesquisa voltados à criação de animais mais produtivos e adaptados às necessidades de diferentes sistemas de produção. O trabalho teve início com a introdução do gene Vacaria em cruzamentos com o gene Booroola, em 2017.

A partir daí, formou-se um rebanho específico para estudos de prolificidade. Posteriormente, surgiu a oportunidade de reunir três mutações genéticas em carneiros da raça Santa Inês, incluindo o gene Vacaria, o Booroola e um terceiro, identificado como gene Embrapa, com o objetivo de criar animais triplos heterozigotos. Estes animais apresentaram uma taxa de ovulação até cinco vezes superior, além de outras características desejáveis.

Encontro com técnicos da Seapi na Embrapa Pecuária Sul, em Bagé, conhecendo os ovinos que perdem espontaneamente a lã - Foto: Gabriel Aquere/Embrapa Pecuária Sul
Encontro com técnicos da Seapi na Embrapa Pecuária Sul, em Bagé,
conhecendo os ovinos que perdem espontaneamente a lã
Foto: Gabriel Aquere/Embrapa Pecuária Sul

Os pesquisadores estão buscando ampliar a base genética desses animais e oferecer ao produtor um animal mais eficiente, sem a necessidade de tosa e com menor exigência de manejo. Cerca de 70% dos animais com o gene da perda de lã já apresentam essa característica visivelmente, especialmente nos meses de janeiro e fevereiro, quando o fenótipo atinge seu ápice. A proposta do trabalho está em desenvolver uma linhagem ovina que reúna quatro características principais: alta fecundidade, resistência à verminose, perda natural de lã e melhor conformação de carcaça.

No campo, a avaliação dos cordeiros é feita ainda no desmame, considerando o velo inteiro, barriga, costela e lombo. No inverno, a lã volta a crescer, caindo novamente no verão, o que torna esses ovinos uma alternativa interessante para produtores voltados exclusivamente à produção de carne. O objetivo principal do encontro foi mostrar para os técnicos da Secretaria que existem animais que poderão ser encontrados nas propriedades com estas características de perda de lã e este processo pode ser confundido com a sarna, que tem características muito semelhantes. É importante que todos tenham o conhecimento que existe e que pode não ser um problema sanitário, mas sim uma característica genética.

Um dos próximos passos do projeto é a seleção assistida, com o uso de carneiros geneticamente melhorados, pertencentes ao plantel da Embrapa, em rebanhos comerciais. Os técnicos da Embrapa buscam produtores parceiros para que possam aplicar essas características genéticas em larga escala. A expectativa é que, com o avanço da iniciativa, os produtores tenham acesso a reprodutores com genética comprovada, que aliem produtividade e praticidade de manejo, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da ovinocultura.

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