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Embrapa inicia pesquisa de seleção genética do tambaqui

O grupo de pesquisa realizará a caracterização de genótipos resistentes a doenças de tambaqui utilizando as famílias formadas na Embrapa

Teve início, na Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO), o projeto de pesquisa “Inovação genômica na aquicultura: estratégias de seleção para potencializar a produção sustentável do tambaqui (Colossoma macropomum)”, que visa fornecer subsídios para futuros programas de melhoramento genético no centro de pesquisas. O projeto pretende, no prazo de dois anos, avaliar o desempenho da espécie para selecionar os melhores exemplares nos aspectos de crescimento, resistência a frio e resistência à flavobactéria.

Os dados do projeto também irão municiar futuros estudos para melhor aproveitamento da carcaça do tambaqui, identificar quais as linhagens com melhor desempenho em viveiros escavados e tanques-rede, entre outras possibilidades de pesquisa. Além disso, esses animais serão direcionados futuramente para outras estratégias de melhoramento genético de precisão que a Unidade vem desenvolvendo. O objetivo é gerar um avanço significativo para estudos de melhoramento em peixes nativos. Os pesquisadores pretendem identificar os tambaquis de melhor desempenho produtivo e compreender as regiões genômicas associadas a tais características. O potencial impacto deste estudo é viabilizar um pacote tecnológico para impulsionar a cadeia produtiva do tambaqui na indústria da aquicultura, com segurança alimentar, alta qualidade genética e valor agregado.

O projeto é um dos Eixos Temáticos do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Biodiversidade e Uso Sustentável de Peixes Neotropicais (INCT- Peixes). O instituto congrega uma rede de universidades, empresas, institutos de pesquisa e outras entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais que unem esforços na ampliação do conhecimento da biodiversidade dos peixes neotropicais e sua sustentabilidade. A rede é coordenada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) é principal parceira desse Eixo Temático do projeto.

Na reprodução induzida, os ovos são extraídos da fêmea do tambaqui
para serem misturados ao esperma do macho – Foto: Luciana Shiotzuki

A população-base que será estudada é composta por 35 famílias (formadas por um pai e uma mãe diferentes), onde cada família vai gerar de três a quatro mil peixes. Parte da produção será enviada para a Unesp de Jaboticabal, onde serão selecionados os animais mais resistentes à flavobactéria, e outra parte será encaminhada para a Unesp, em Registro, onde os tambaquis serão testados para a resistência ao frio.

Os pesquisadores destacam a importância da análise à resistência à flavobactéria, pois as enfermidades bacterianas podem causar elevadas taxas de mortalidade de peixes e, quando não ocasionam mortalidade, provocam lesões que inviabilizam sua comercialização, causando grandes prejuízos econômicos à piscicultura. Dentre as bactérias que podem causar impacto muito negativo à piscicultura mundial está a Flavobacterium columnare, responsável pela enfermidade conhecida como columnariose, que acomete todas as espécies de peixes de água doce, principalmente na fase de alevinos.

O tambaqui (Colossoma macropomum) apresenta diversas potencialidades
que vão muito além da gastronomia – Foto: Diomício Gomes/O Polular

Por meio do projeto, o grupo de pesquisa da Unesp realizará a caracterização de genótipos resistentes a doenças de tambaqui utilizando as famílias formadas na Embrapa, contribuindo com a identificação de famílias mais resistentes a essa doença, possibilitando a formação de progênies (pais) com peixes mais sustentáveis e seguros, em função da redução da utilização de antibióticos.

Serão selecionados os melhores indivíduos da população para serem pais da próxima geração. Assim, serão separados os peixes que tiveram melhor desempenho em crescimento, frio ou resistência à doença para serem os reprodutores da próxima geração, descartando-se os demais. Desse grupo dos melhores reprodutores é formada a próxima geração com seus descendentes, os quais são avaliados em um novo desafio. Tudo isso utilizando ferramentas de melhoramento clássico, com ganhos acumulativos a cada geração.

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