O dispositivo reduz o tempo e os custos da avaliação de parâmetros hidráulicos
Trata-se de um novo permeâmetro – equipamento mais usado no mundo para avaliar a condução da água nos solos – capaz de fazer essa coleta digitalmente, por meio de um microcomputador de baixo custo.
Isso reduz o tempo e os custos da avaliação de parâmetros hidráulicos. As instituições buscam agora um parceiro para produzir o equipamento em larga escala e inseri-lo no mercado.
A medição da água infiltrada no solo é fundamental para otimizar a irrigação, diminuindo o desperdício de água e a erosão; e para estimar o desabamento de encostas, auxiliando na prevenção e na elaboração de alarmes mais eficazes e na avaliação do comportamento de terrenos para construção de estradas ou barragens.
A avaliação de parâmetros hidráulicos do solo sempre foi um desafio para os pesquisadores por dois motivos: a necessidade de um técnico treinado na coleta de dados e a avaliação, que é demorada e dispendiosa em recursos financeiros e tempo.
Assim, uma das vantagens em se abordar o problema de modo interdisciplinar foi articular a expertise e a experiência de quem entende do problema dos solos (Embrapa Solos) com a aplicação de sensores inteligentes, ferramentas digitais de controle e condicionamento de sinais (CBPF).
O novo permeâmetro: digitalização na medição de água no solo
“A parceria entre a Embrapa e o CBPF desenvolveu um novo permeâmetro que faz essa coleta automatizada. Com esse aparelho, o técnico, que ficava por horas anotando os valores de fluxos, é liberado para fazer outras avaliações e coletas, aumentando o rendimento e a eficiência do trabalho no meio rural”, conta o pesquisador da Embrapa Solos Wenceslau Teixeira.
O progresso do novo dispositivo vem do fato que as medidas são obtidas digitalmente, por um microcomputador de baixo custo.
“Além de medir a variação do volume e do tempo de um modo mais preciso, registrar em um cartão de memória e transmitir esses dados para um celular, ou tablet (via Bluetooth), o sistema calcula a grandeza imediatamente. Caso ocorra alguma inconsistência nas medidas, é possível identificar no local e fazê-las novamente, sem necessidade de um novo, e custoso, deslocamento. O dispositivo simplifica a operação de medida, permitindo seu uso por operadores com menor treinamento, além de alertar para certos erros devido a variações bruscas da temperatura que não eram considerados no método tradicional”, revela Geraldo Cernicchiaro, do CBPF.
Vale lembrar que o CBPF possui grande experiência na criação de sensores de medidas, em especial os que ainda não estão disponíveis no mercado.
Testes de campo animam cientistas
Após alguns testes com protótipos nos laboratórios e terrenos do CBPF e da Embrapa, foi feita uma validação do aparelho em projeto no campo, em dois locais: São Luís (MA) e Lençóis Paulista (SP). “Os resultados foram excelentes, o que nos motivou a publicar um artigo no Journal of Hydrology relatando essa conquista”, destaca Teixeira.
Novos desafios para a parceria
A parceria Embrapa/CBPF também está envolvida em outros desafios, como o desenvolvimento de sensores de potencial da água no solo automatizados e a coleta de dados em infiltrômetros e tanques de evaporação de forma automática.
Fonte: Embrapa
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