Um dos setores mais atingidos pela pandemia a área de feiras movimenta algo em torno de US$ 137 bilhões no mundo
Desde o final de fevereiro o Brasil e o mundo se viram obrigados a cancelar ou adiar importantes feiras, congressos e eventos do agronegócio. O setor movimenta não só empregos, negócios, contato do público com marcas como também toda a economia local dos municípios que sediam.
Uma pesquisa realizada pela NewSense no ano passado, a pedido da União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe), apontou que as feiras são responsáveis por gerar um volume de negócios estimado em R$ 305 bilhões, o que equivaleria a 4,6% do PIB brasileiro. Já empresas expositoras, promotoras e visitantes investem algo próximo a R$ 16,3 bilhões, não só no evento em si, mas em toda a economia local. A pesquisa ainda apontou que dois em cada três visitantes afirmam ter novas ideias para seus negócios ao participar de uma feira; oito em cada dez destacam que conheceram novos fornecedores e tecnologias; e três em cada quatro deram notas entre 8 e 10 para a importância dos eventos em sua carreira profissional.
No mundo a Associação Global da Indústria de Expositores (UFI) diz que expositores e visitantes movimentam anualmente algo em torno de US$ 137 bilhões na participação de eventos.
Pelo mundo estima-se que são 32 mil feiras por ano, abrangendo 4,5 milhões de expositores e 303 milhões de visitantes. São 3,2 milhões de empregos diretos e indiretos gerados e US$ 325 bilhões de negócios fechados (direto, indireto e induzido).
Alguns países já estão deixando a quarentena e a expectativa é que as atividades deste segmento retornem no segundo semestre. Na China,por exemplo, epicentro da pandemia a SIAL, principal evento da indústria de alimentos da Ásia foi remarcada para setembro e organizadores já se mobilizam na divulgação e preparativos. O mesmo pode ser visto no Vietnã com o Ildex, que congrega expositores ligados à cadeia de proteína animal, que será realizado em dezembro.
Na Europa, onde a Covid-19 ainda afeta fortemente alguns países, eventos tradicionais do setor de alimentos e agronegócio mantiveram suas datas tradicionais no segundo semestre. Casos do Space, na França, para os dias 15 a 18 de setembro; do SIAL Paris, de 18 a 22 de outubro; da Alimentaria Food Tech Barcelona, na Espanha, entre os dias 06 a 09 de outubro; e a EuroTier, em Hanover, na Alemanha, nos dias 17 a 20 de novembro. Em Bologna, na Itália, a EIMA International alterou a data de novembro de 2020 para fevereiro de 2021 e terá uma prévia digital do evento para novembro de 2020.
E no Brasil?
Feiras importantes como a Tecnoshow Comigo (GO) e a ExpoZebu (MG) já decidiram remarcar para 2021. Outras como Agrishow, AgroBrasília e Bahia Farm Show ainda aguardam o andamento do vírus e as orientações do governo para tomar decisões. Algumas marcas de máquinas, equipamentos e insumos trabalham em eventos on-line para apresentar lançamentos e fazer vendas.
Na área de proteína animal a AveSui América Latina optou por transferir sua data de realização em julho para os dias 29 de setembro a 01 de outubro, mantendo Medianeira (PR) como local da feira. Na região Sul, outros eventos ligados à cadeia de proteína animal, já programados para o segundo semestre, mantiveram suas datas. Casos do Simpósio Brasil Sul de Suinocultura no mês de agosto, em Chapecó (SC); da Expointer, também no final de agosto em Esteio (RS). Da mesma forma, o Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR), manteve sua tradicional data para fevereiro de 2021.