Evento da Cooxupé vem com muitas tecnologias, soluções e alternativas para os cafeicultores e estandes e áreas demonstrativas com foco no seguimento nos cultivos de milho e soja
Nos dias 5 e 6 de fevereiro, cerca de 4 mil cafeicultores do cerrado mineiro se reunirão na 10ª Feira do Cerrado, organizada pela Cooxupé, em busca de tecnologias e novos negócios para elevar a sustentabilidade e potencializar a produção diante dos efeitos climáticos nos cafezais. Com o tema “Agricultura e Mudanças Climáticas: Resiliência e Oportunidades”, o evento funcionará das 08h às 18h, no Núcleo da Cooxupé de Monte Carmelo/MG, às margens da Rodovia MG 190, Km 3, s/n. A feira terá entrada e estacionamento gratuitos.
O evento contará com a apresentação de mais de 12 mil produtos e 65 expositores de marcas do agronegócio instalados em 85 estandes. A área total é de 50 mil m², sendo 11 mil m² cobertos. A plataforma de soluções e alternativas incluem máquinas, implementos, equipamentos, ferramentas e suprimentos para o setor agrícola. Dentre as novidades de 2025, a feira apresentará o lançamento de uma usina compacta para produção de biochar, que pode ser deslocada conforme as demandas do produtor. Biochar ou biocarvão é um material sólido rico em carbono, produzido a partir da pirólise de biomassa, que possui alta porosidade, grande área de superfície específica e é rico em grupos funcionais carregados negativamente – características que potencializam seu uso em ecossistemas agrícolas. O termo biochar é a união das palavras em inglês biomass (biomassa) e charcoal (carvão).
A conversão de biomassa em biocarvão é a forma biológica de captura e armazenamento de carbono, que não será suficiente, mas ajuda a reduzir as emissões de GEE (gases de efeito estufa) e atender ao objetivo global de dois graus da política climática. A conversão de biomassa (de plantas ou fluxos de resíduos) em biocarvão é uma maneira ecologicamente atraente de ligar o CO2 e armazená-lo permanentemente abaixo do solo. Em tempos de mudanças climáticas, soluções para o armazenamento de carbono são mais necessários do que nunca. O biochar é usado como adsorvente no solo para remover contaminantes orgânicos (pesticidas, corantes, poluentes orgânicos persistentes e antibióticos, etc.), metais pesados (como chumbo, arsênio, cádmio, mercúrio e cromo) e reter íons inorgânicos (fosfato, nitrato e amônio) de águas residuais e remediar solos contaminados por contaminantes orgânicos e metais pesados.
Uma das principais finalidades do biocarvão é a aplicação no solo, funcionando como fertilizante e condicionante agrícola, onde ele atua principalmente melhorando a agregação do solo, a retenção de nutrientes, a remediação de contaminantes e favorecendo os microrganismos do solo. O biochar de alta qualidade tem uma estrutura muito porosa e uma grande superfície de abrangência. Apenas 1 g pode ser suficiente para uma área de até 300 m2. Funciona como uma esponja e absorve até 5 vezes o seu peso de água, assim como os nutrientes absorvidos nela.
O biochar aplicado a até 10 cm de profundidade do solo pode diminuir o potencial de desnitrificação e diminuir a emissão de N2O, controlando grandemente a lixiviação de nutrientes móveis, como o K, melhorando assim a eficiência do uso da água, a disponibilidade de nutrientes e o crescimento das plantas. Além disso, reduz a lixiviação de nitrogênio nas águas subterrâneas e aumenta a retenção de água e a capacidade de troca catiônica, ao mesmo tempo em que modera a acidez do solo, resultando em melhor fertilidade do solo. Outra característica importante do biocarvão é a contribuição para a recuperação do solo, já que ele pode proporcionar um aumento no pH e na disponibilidade de boro, cálcio, potássio e fósforo, e outros nutrientes, melhorando a condição do ambiente de crescimento das raízes. O biochar também é eficaz contra algumas doenças causadas por fungos, reduzindo a necessidade de uso de fungicidas e inseticidas.
Essa mobilidade tecnológica otimiza o uso do maquinário e maximiza a eficiência no processamento dos resíduos gerados durante a colheita. O equipamento tem capacidade de produção que varia entre 1.000 e 1.200 litros de biochar por dia, a depender da matéria-prima utilizada. O painel de controle permite regulagem da velocidade e temperatura e o reaproveitamento do calor gerado para secagem ou outros processos. A usina compacta promove o sequestro do carbono, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa.
A feira também contará com o “Espaço Novas Culturas”, composto por estandes e áreas demonstrativas com foco no seguimento de cereais para o cultivo de milho e soja e, também, uma área reservada à demonstração de drones de pulverização agrícola para que o produtor cooperado acompanhe na prática o funcionamento desta tecnologia e seus benefícios para lavoura.
Também faz parte da programação a apresentação de guindastes com extensões hidráulicas e manuais, com capacidade de carga entre 2.670 kg e 30 toneladas, e de pontas de pulverização com peças técnicas em cerâmica oferecendo aos cafeicultores soluções inovadoras para a indústria e o setor agrícola. O evento conta com fabricantes de máquinas, implementos e insumos para os tratos culturais de cafés e grãos. Com base no tema, o desafio é levar o máximo de informações técnicas e precisas para os produtores cooperados anteciparem as ações de compras, plantio, colheita e pós-colheita, e para que levem às suas lavouras soluções que viabilizam mais produtividade, sustentabilidade e rentabilidade.
A Feira do Cerrado é uma oportunidade para que os cooperados da Cooxupé conheçam as novas tecnologias do setor, adquirindo-as com condições especiais, como a operação barter, por exemplo, em que o café é utilizado como moeda de troca. Além disso, ampliar o networking com as principais marcas do agronegócio, viabilizando mais conhecimentos e possibilidades para elevar a produção dentro das pautas sustentáveis e de boas práticas agrícolas.