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Flora – Cajueiro

Cajueiro (Anacardium occidentale)

É uma planta da família Anacardiaceae originária da região nordeste do Brasil. Contam que, na época da frutificação dos cajueiros, nações indígenas do interior vinham ao litoral, território dos tupinambás e tupiniquins, e com eles travavam guerras pela colheita dos frutos: eram as “guerras do acayu”. É a espécie símbolo dos restingas da costa leste setentrional. Durante o domínio holandês no Nordeste do Brasil, diversos autores ressaltaram o valor da fruta do cajueiro, especialmente suas virtudes terapêuticas. Maurício de Nassau chegou a baixar uma resolução que fixava a multa de cem florins por cajueiro derrubado (“visto que o seu fruto é um importante sustento dos índios”). O cajueiro é a árvore símbolo da Cidade do Recife-PE.

CAJUEIRO (Anacardium occidentale)

Ocorrência – costa norte do país, principalmente nos estados do Piauí e Maranhão, é naturalizado em todo o Brasil tropical, principalmente na costa litorânea.

Outros nomes – acajaíba, acaju, caju manso, caju banana, caju manteiga, caju da praia, caju de casa

Características – árvore de 5 a 10 m de altura por 25 a 40 cm de diâmetro, dotada de tronco curto, geralmente tortuoso, revestido por casca um pouco áspera e partida que descama em pequenas placas de formas irregulares. Planta perenifólia, ou seja, que não perde totalmente as folhas durante o ano, adaptada ao crescimento a pleno sol, com nítida preferência por solos arenosos e bem drenados. Possui copa baixa, arredondada e ampla, com ampla ramificação que chega a tocar o solo. Em terrenos muito pobres seu porte não ultrapassa a de um arbusto. Em algumas situações, quando muito velho, o tronco torna-se inclinado e tortuoso com ramos que chegam a rastejar sobre o solo, vindo a ocupar grandes áreas. A propósito, existe um exemplar no Rio Grande do norte que até ficou famoso e virou atração turística. É o celebre “cajueiro de Pirangi” que ocupa sozinho uma área de mais de 7 mil m2.

Folhas do cajueiro
Fruto e castanha

Habitat – campos e dunas

Propagação – sementes

Madeira – leve, forte e de longa durabilidade

Tronco com detalhe da casca
Madeira

Utilidade – planta de múltiplos usos localmente, tanto alimentar como medicinal. Por isso é também chamado de “boi vegetal”. Além disso, é amplamente cultivada para aproveitamento industrial de suas castanhas e frutos. A parte denominada popularmente “fruto” é na verdade um “pseudofruto” resultante do super desenvolvimento do pedúnculo floral da planta, que quando maduro torna-se de cor amarela ou vermelha dependendo da variedade. A “castanha” é o verdadeiro fruto, botanicamente falando. O pseudofruto pode ser consumido in natura ou na forma de geléias, doces, sucos, passas, etc. Já a castanha só pode ser consumida torrada devido ao alto conteúdo de ácidos que queima a mucosa bucal. A sua extração e industrialização é de grande importância econômica para o nordeste do país, sendo também importante fonte de divisas para o país que a exporta para todo o mundo. A transformação industrial dos pseudofrutos, principalmente na forma de sucos, é igualmente importante para a economia do Nordeste. Da casca da castanha é obtido um óleo resinoso conhecido como cardol de amplo uso na fabricação de vernizes, isolantes, inseticidas, etc. A exudação da casca fornece uma goma resinosa totalmente inatacada por insetos e a própria casca é rica em tanino. A madeira é de inferior qualidade, sendo aproveitada apenas para caixotaria e lenha. Suas flores são melíferas.

Florescimento – junho a setembro

Frutificação – novembro a janeiro

Floração
Detalhe da flor
Mudas
Maior cajueiro do mundo – Parnamirim-RN

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