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Flora – Carnaúba

Carnaúbas

A cera de carnaúba é um dos principais produtos de origem vegetal da pauta de exportações do país. O valor da produção na extração de ceras e fibras da carnaúba movimenta mais de 230 milhões de reais por ano. Conhecida como “árvore da vida”, devido às diversas finalidades dos seus produtos, a carnaúba ocorre no bioma Caatinga, uma das maiores áreas de floresta tropical sazonalmente seca da América do Sul, que tem sido, no entanto, severamente afetada pela colheita insustentável dos recursos naturais.

É no ambiente semiárido da Caatinga, principalmente nos vales dos rios do Nordeste e planícies inundáveis, na época de chuva, que se encontra a carnaúba. Esse bioma foi identificado como uma região ecologicamente vulnerável às mudanças climáticas. Os carnaubais sofrem com a intensa exploração, pois o método utilizado consiste na retirada de praticamente todas as folhas para a obtenção do pó-cerífero. Há também registros de corte e uso do caule na construção civil. Nessa perspectiva, o grupo, coordenado pelo professor Fábio de Almeida Vieira, da Escola Agrícola de Jundiaí e coordenador do Laboratório de Genética e Melhoramento Florestal (LabGeM), resolveu informar estratégias de conservação com base em estudo de diversidade genética – Fonte: https://ufrn.br/imprensa/reportagens-e-saberes/48039/carnauba-ameacada.

Além de um manejo intensivo, a sobrevivência da árvore símbolo do Ceará, a carnaúba, está ameaçada pela planta invasora “unha-do-diabo” (Harpagophytum procumbens). Pelo nome popular já se tem uma ideia de que bons frutos a espécie não produz. Nativa da ilha de Madagascar, na África, a espécie está reduzindo a carnaúba, árvore importante para o ciclo econômico dos Estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, e de fundamental importância para o bioma caatinga.

A “unha-do-diabo” é uma espécie rasteira e também trepadeira. Ela sobe na árvore, matando-a. É resistente no semiárido e floresce mesmo em condições adversas. A planta foi introduzida no Brasil há cerca de 100 anos e pode causar o sufocamento da carnaúba, impedindo a entrada de luz. Para mitigar este impacto, pesquisadores estudam a possibilidade de utilizar o fungo conhecido como ferrugem (Maravalia cryptostegiae), também nativo de Madagascar e inimigo natural da praga, como um agente de controle biológico.

CARNAÚBA (Copernicia prunifera)

Ocorrência – Nordeste

Outros nomes – carnaíba, carnaíva, carnaúva, carnandaúba, carnaubeira

Características – estipe reto e cilíndrico, atingindo de 10 a 15 m de altura, com 15 a 25 cm de diâmetro, formando saliências espiraladas em sua superfície, decorrentes dos restos das folhas que caíram. Folhas em forma de leque, de segmentos rígidos, divididos até a metade da lâmina, sustentadas por pecíolo espinhoso, com até 1 m de comprimento. Flores amarelas em cachos pendentes. Cacho de 3 a 4 m de comprimento, com centenas de frutos ovóides a globosos, brilhantes, esverdeados quando jovens e roxos quando maduros, com cerca de 3 cm de comprimento. Um Kg de frutos contém cerca de 91 unidades.

Habitat – vales dos rios e terrenos salinizados e mal drenados

Propagação – sementes

Utilidade – os frutos da carnaúba, inteiros, são basicamente aproveitados pelos animais de criação. Da polpa, extrai-se uma espécie de farinha e um leite semelhante ao leite extraído do babaçu. A amêndoa da carnaúba, quando torrada e moída, costuma até mesmo ser aproveitada localmente em substituição ao pó de café. O lenho da carnaúba é resistente, podendo ser usado no fabrico de moirões, na construção de edificações rústicas e como lenha pesada. Inteiro, o estipe da carnaúba costuma ser usado como poste. Fragmentado ou serrado, fornece ótimos caibros, barrotes ou ripas, podendo também ser aplicado na marcenaria de artefatos torneados, tais como bengalas e objetos de uso doméstico. No Nordeste brasileiro, habitações inteiras são construídas com materiais retirados da carnaúba.

Também com suas folhas fazem-se telhados e coberturas de casas e abrigos. Com suas fibras confeccionam-se cordas, sacos, esteiras, chapéus, balaios, cestos, redes e mantas. Das folhas da carnaúba obtém-se uma cera de grande importância industrial. As folhas da palmeira carnaúba são revestidas externamente por uma cobertura cerífera. A cera, principal produto obtido da carnaúba, é, ainda hoje e na maioria dos carnaubais, extraída por processos manuais bastante rudimentares. É vendida para as indústrias e usinas como matéria- prima para a fabricação de uma variedade infinita de produtos: graxas para sapatos, lubrificantes, velas, vernizes, ácidos, sabonetes, fósforos, isolantes térmicos, matrizes de discos, lâmpadas incandescentes, papel carbono, batom, etc. O Piaui é o principal fornecedor, seguido pelo Ceará e pelo Rio Grande do Norte. Os maiores e mais densos carnaubais do pais encontram-se nessa região que, ano após ano, é sempre a mais atingida pelas secas no Brasil.

Florescimento – julho a outubro

Frutificação – novembro a março

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